sábado, 17 de dezembro de 2016

ÚLTIMO NATAL

Ontem à noite, ao regressar à Câmara, o cenário preparado para a casinha do Pai Natal pareceu-me ainda mais bonito. As renas são esculturas absolutamente notáveis, feitas com muito pouco e muito boa vontade e empenho.

Coisas simples e bonitas, longe das músicas dos sininhos e daquele chingalingalinga enervante. Coisas de Natal.


Último Poema


É Natal, nunca estive tão só. 
Nem sequer neva como nos versos 
do Pessoa ou nos bosques 
da Nova Inglaterra. 
Deixo os olhos correr 
entre o fulgor dos cravos 
e os dióspiros ardendo na sombra. 
Quem assim tem o verão 
dentro de casa 
não devia queixar-se de estar só, 
não devia.

Eugénio de Andrade (1923-2005)

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