terça-feira, 17 de janeiro de 2017

FRIO E LUZ

Castelo de Moura, ontem, às 16:16

Da tarde luminosa e fria passei às palavras de Paul Celan:

PARTIE DE NEIGE, droit cabrée jusqu'à la fin,
dans le vent ascendant, devant
les cabanes à jamais
défenêtrées:

fait ricocher des rêves plats
sur la
glace striée ;

dégager au pic
les ombres de mots, les empiler par toises
tout autour du fer
dans le trou d'eau.

O frio da tarde percorreu-me os ossos, um a um. Mais fria se tornou a noite, com a partida de um amigo. Noite dentro, recordei um texto de há tempos: "quero voltar à frescura do oásis e aos jardins percorridos por fios de água bem ordenados, a esses labirintos com que se pretendia imitar os jardins do Paraíso, que tinham rios e aves que nunca ninguém viu". Foi esse o caminho que o Juan tomou.

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