Neste blogue, em 23.6.2011:
Fui, entre setembro de
1986 e junho de 1992, funcionário da Câmara de Moura. Ninguém se banha duas
vezes na água do mesmo rio e ninguém pode fazer duas vezes o mesmo percurso. Ao
transferir-me para Mértola sabia que jamais voltaria ao quadro da autarquia da
minha terra natal. Sem hesitações ou arrependimentos.
Desse percurso, curto e
intenso, tenho boas e más recordações. A melhor de todas foi, sem dúvida, o
processo de renovação da Biblioteca Municipal.
No dia em que assumi a
chefia da divisão cultural da Câmara de Moura (25.9.1986) já tinha preparada
uma ideia do que poderia ser a remodelação da Biblioteca Municipal. Passei dias
a fio, nesses tempos bárbaros sem net nem telemóveis, até localizar a Dra.
Maria José Moura, coordenadora do grupo de trabalho e então bibliotecária da
reitoria da Universidade de Lisboa. Falar com ela foi o primeiro passo. Nos
meses seguintes o programa de intervenção foi-se aprofundando, com a
participação renitente do sr. João da Mouca, que preferia um programa mais
discreto, e alicerçado no projeto de arquitetura de Maria Teresa Ribeiro. A
nossa candidatura seria entregue em maio de 1987. Soubémos, algum tempo depois,
que Moura integrava o primeiro grupo de sete municípios que, a sul, iria ter
apoio. O contrato seria depois assinado e as obras iniciadas já em 1989.
Maria José Moura foi homenageada no passado dia 10. Num País de ingratidão, este gesto foi especialmente significativo. Devo-lhe/devemos-lhe muito. O meu percurso não seria o mesmo, se não me tivesse cruzado com ela, na impaciência dos meus 23 anos. A rede de leitura pública deve-lhe o nunca lhe poderemos pagar...
Obrigado, Dra. Maria José Moura!
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