segunda-feira, 12 de junho de 2017

HOMENAGEM A MARIA JOSÉ MOURA

Neste blogue, em 23.6.2011:

Fui, entre setembro de 1986 e junho de 1992, funcionário da Câmara de Moura. Ninguém se banha duas vezes na água do mesmo rio e ninguém pode fazer duas vezes o mesmo percurso. Ao transferir-me para Mértola sabia que jamais voltaria ao quadro da autarquia da minha terra natal. Sem hesitações ou arrependimentos.

Desse percurso, curto e intenso, tenho boas e más recordações. A melhor de todas foi, sem dúvida, o processo de renovação da Biblioteca Municipal.

No dia em que assumi a chefia da divisão cultural da Câmara de Moura (25.9.1986) já tinha preparada uma ideia do que poderia ser a remodelação da Biblioteca Municipal. Passei dias a fio, nesses tempos bárbaros sem net nem telemóveis, até localizar a Dra. Maria José Moura, coordenadora do grupo de trabalho e então bibliotecária da reitoria da Universidade de Lisboa. Falar com ela foi o primeiro passo. Nos meses seguintes o programa de intervenção foi-se aprofundando, com a participação renitente do sr. João da Mouca, que preferia um programa mais discreto, e alicerçado no projeto de arquitetura de Maria Teresa Ribeiro. A nossa candidatura seria entregue em maio de 1987. Soubémos, algum tempo depois, que Moura integrava o primeiro grupo de sete municípios que, a sul, iria ter apoio. O contrato seria depois assinado e as obras iniciadas já em 1989.


Maria José Moura foi homenageada no passado dia 10. Num País de ingratidão, este gesto foi especialmente significativo. Devo-lhe/devemos-lhe muito. O meu percurso não seria o mesmo, se não me tivesse cruzado com ela, na impaciência dos meus 23 anos. A rede de leitura pública deve-lhe o nunca lhe poderemos pagar...

Obrigado, Dra. Maria José Moura!

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