sábado, 4 de novembro de 2017

ELEMENTOS - ÁGUA 3

Agora que a chuva nos borrifou, fingindo chover, é tempo de retomar a série elementos aqui no blogue. Pode ser que a chuva regresse, oxalá que sim. Celebremos então a água com esta extraordinária peça de arquitetura. O Aqueduto das Águas Livres foi obra magna de um rei visionário. São dezenas de quilómetros de infraestruturas destinadas ao abastecimento de água. Era na altura em que o Estado assumia esse encargo e não se colocava a despesa nos contribuintes e nas autarquias (este é um tema que fará correr rios de tinta muito em breve...). Bastaria o Arco Grande, com 65 metros de altura, para imortalizar a obra...

Para saber mais sobre a água de Lisboa ver - http://www.epal.pt/EPAL/menu/museu-da-água/apresentação/história 


A chuva chove mansamente... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine...

E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono ...

... Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paço de imensos corredores espectrais,
 
.
Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,

Revira in-fólios, cancioneiros e missais...

Regressa este soneto de Cecília Meireles, que já por aqui andou nos anos de 2010 e de 2012.

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