terça-feira, 6 de março de 2018

ARQUETA(S) DO MUSEU DE MOURA - ORIENTE NO OCIDENTE

No início da década de 80, Paloma Martín, Jorge Pinho Monteiro e José Olívio Caeiro encontraram, no Castelo de Moura, restos de uma pequena arca em osso. Melhor dizendo, encontraram os painéis de revestimento, uma vez que a arca em si seria em madeira. Anos mais tarde, seria Guillermo Rosselló-Bordoy a aconselhar-me quanto ao caminho a tomar. O ponto de partida foi uma obra antiga (1939), Siculo-arabic ivories, de Perry B. Cott.

Em tempos bem mais recentes, fomos surpreendidos com o aparecimento de mais fragmentos, que podem ser de outros paínéis da mesma peça ou, inclusivamente, de uma nova arca.

O mais interessante foi a constatação da crescente orientalização do al-Andalus. Tanto do ponto de vista da ornamêntica, como da própria representação antropomórfica.

Os paralelos para esta(s) peça(s) de Moura são vários. Todos eles tendencialmente tardios. Deixo apenas dois exemplos.


Arqueta com placas de osso - Victoria and Albert Museum (Londres) - final séc. XII/início do séc. XIII
Cerâmica esgrafitada de Murcia (publ. por Julio Navarro) - segunda metade do século XII

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