Entendeu a Câmara Municipal de Moura desejar-me "as maiores felicidades no desempenho das novas funções como Diretor do Panteão Nacional".
Uma atitude que seria normal e de saudar. Li, contudo, o texto duas ou três vezes e, não fosse a referência ao Panteão Nacional, cheguei a duvidar que me dissesse respeito.
Deve ser um acaso, mas a nota não refere que fui presidente da câmara. Aparentemente, o lugar de presidente da câmara não é coisa importante.
Deve ser uma casualidade, mas a nota também não diz que fui presidente da assembleia municipal. Se calhar, o lugar de presidente da assembleia também não é relevante.
Deve ser uma coincidência, mas sou referido como historiador e não se menciona que escrevi livros, um par deles, sobre Moura e que dirijo as escavações arqueológicas no Castelo de Moura.
Deve ser outro acaso, mas a nota consegue não dizer que, enquanto autarca, tive responsabilidades (com José Maria Pós-de-Mina, Rafael Rodrigues, Maria José Silva, José Oliveira, Céu Rato, José Gonçalo Valente e Joaquim Simões) em projetos como o da Mouraria, do Castelo, dos Quartéis e do Matadouro. Foram trabalhos premiados a nível nacional.
Eu não sei se a Câmara de Moura tem vergonha que eu tenha sido autarca. Mas eu senti vergonha alheia ao ler a nota, supostamente elogiosa, que a Câmara de Moura me dedica.
Perdoa-lhes, Santiago, que a pequenez nao permite crescimento do intelecto...
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