terça-feira, 31 de agosto de 2021

UM DIA NA PRESIDÊNCIA

Perguntam-me, por vezes (e mais vezes do que eu esperaria), “o que mais o marcou na sua experiência autárquica”? A resposta poderia parecer complexa, mas não é. Foi uma iniciativa denominada “Um dia na presidência”. Pela intensidade a que me obrigou, pela extraordinário interesse no contacto com aqueles jovens, que não tinham idade para votar, pelo imenso e inesperado interesse deles em coisas práticas da política local. Foram dias invulgares, emotivos e importantes (para mim foram-no, espero que para eles também).


Tudo começou no dia 14 de dezembro de 2015, na Escola Secundária de Moura, durante a quarta edição do MOURALUMNI, para a qual tínhamos convidado o eng. Carlos Valente. Às tantas um aluno dispara-me esta pergunta, só aparentemente banal: “diga-me uma coisa, o que é que faz um presidente da câmara?”. Fiquei mudo e sem saber por onde começar. Comecei a dar uma resposta lenta, “bom, há coisas que é difícil explicar por palavras, só vendo-as na prática”. Aí parei, pensando “é exatamente isso”. E anunciei que iria convidar alunos a acompanharem-me num dia de trabalho.


Eu próprio fiquei meio cético logo de seguida “quem é que está para aturar um cota um dia inteiro?”, para depois perceber que havia quem estivesse interessado e que aquilo ia ser uma grande desafio. A política tem de se aproximar dos cidadãos? Sem dúvida. De todas as maneiras. Essa seria uma delas. O primeiro dia na presidência teve lugar no dia 27 de janeiro de 2016. A iniciativa prolongou-se até ao ano seguinte e nela se envolveram cerca de 35 jovens.


Tratava-se no fundo, de responder a isto: o que faz um autarca, quais são os compromissos que tem de cumprir, quais as reuniões a quem tem de estar presente, como se prepara uma reunião de câmara, o que é o despacho da correspondência, como se decidem matérias financeiras, como se acompanha uma obra, como se discutem projetos com os técnicos etc. Todo um dia preenchido com a experiência do quotidiano de um político com responsabilidades locais. A ideia foi recebida ora com entusiasmo, ora com reserva (“mais uma chaladice do Canastro”), mas resultou e mil vezes a retomaria.


Começava-se às 8 da manhã, com uma visita às oficinas municipais, para se terminar a jornada, depois das 17 horas, na reunião de câmara. A democracia em sentido direto e com um sentido pedagógico (para eles e para mim). Num trabalho político que implica proximidade, disponibilidade e sentido de missão.


O início matinal era sempre marcado por alguma cerimónia da parte deles que depois se ia desvanecendo ao longo do dia. As perguntas sucediam-se e o interesse deles era genuíno e manifesto. Ao almoço, a conversa distendia-se e falava-se com descontração de muitas coisas. Uma experiência única e inesquecível, em que a palavra gratidão, da minha parte, é curta para exprimir a experiência humana vivida. Coisas que não se esfumam com o tempo, porque ainda cá estamos (os moços e eu) e porque aqueles dias deixaram marcas que a minha memória não apaga.


Crónica em "A Planície" (1.9.2021).

A fotografia data de 24.6.2017. Participaram nela quase todos os moços que andaram nesta iniciativa.


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

CDU: OS MANDATÁRIOS DE MOURA

Oito mandatários em campanha pela CDU, no concelho de Moura:

João Ramos - mandatário concelhio
Alexandra Caeiro - mandatária para a Juventude
Francisco Farinho - mandatário para o Ambiente e a Agricultura
Francisco Inácio Janeiro - mandatário da Diáspora Mourense
Jorge Pais - mandatário para a Educação e a Cidadania
Luís Filipe Inácio - mandatário para a Juventude
Maria de Fátima Ramalho - mandatária para a Saúde
Santiago Macias - mandatário para a Cultura e o Património


PLANTAS ANTIGAS DE MOURA, NO GEAEM

O arquivo é extraordinário e podemos ter acesso à maior parte da informação sem sair de casa. Em tempos não era assim, mas não há dúvida que o Exército tratou este assunto forma exemplar. O Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar tem material cartográfico da maior importância disponível no site da Biblioteca Digital do Exército:

https://bibliotecas.defesa.pt/ipac20/ipac.jsp?profile=bde#focus

Por evidentes razões pessoais, o meu primeiro interesse foram as plantas de Moura. Que já tinha recolhido em tempos, e que agora releio. Uma ou outra serão recuperadas para livros futuros.

Este desenho, em concreto, é de um edifício que foi quartel e onde hoje está uma IPSS.



domingo, 29 de agosto de 2021

LEONARDO CASTRO FREIRE, EM TORRES VEDRAS

Era um edifício elegante e bonito. O seu autor foi Leonardo Castro Freire (1917-1970), um talentoso arquiteto que partiu cedo.

A agência de Torres Vedras foi o seu único projeto para a Caixa Geral de Depósitos. Um desenho arrojado ao seu tempo e fora do discurso oficial. O que Leonardo Castro Freire pensou é já só uma memória fotográfica. Nos anos 80, uma ampliação/renovação deu uma nova feição ao imóvel.

Foi o edifício n.º 173 a ser fotografado. Caminhada concluída às 15:41 de hoje.


sábado, 28 de agosto de 2021

BORBOLETA AO LUAR

Un bel dìvedremo é o título da ária, provavelmente a mais conhecida de Madame Butterfly. Puccini foi o prato forte da passada quarta-feira à noite, no belo cenário do jardim do Museu Nacional de Arte Antiga. Ópera ao luar. A ideia é boa, mas nem sempre é fácil compatibilizar o minimalismo dos cenários com uma sofisticação que é necessária.

Vi, há muitos anos, na RTP2, esta versão filmada, da autoria de Frédéric Mitterrand, da qual gosto muito.



FASCISMO TOPONÍMICO

Ressurgem velhos fantasmas. O homem de Viva la muerte!, ainda há pouco recordado aqui no blogue, e não por boas razões, volta às ruas de Madrid. Espanha continua às voltas com o seu passado. As razões são obscuras e o que haveria a fazer seria retomar o processo, devolvendo à rua um nome digno. Mas o Partido Popular não consegue matar essa parte do seu passado (por cá, a tentação também existe, mas ainda é discreta).

https://elpais.com/espana/madrid/2021-08-24/el-general-millan-astray-vuelve-en-pleno-agosto-al-callejero-de-madrid.html

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

ANOITECER NO EXTREMO-ORIENTE

Podia ser um anoitecer traçado por Hugo Pratt (1927-1995), mas é autor é Hasui Kawase (1883-1957). Este Anoitecer em Itako data de 1930. Aqui fica, em antecipação do sábado, com este bonito poema de Pessoa.

Na ribeira deste rio

Na ribeira deste rio

Ou na ribeira daquele

Passam meus dias a fio.

Nada me impede, me impele,

Me dá calor ou dá frio.

Vou vendo o que o rio faz

Quando o rio não faz nada.

Vejo os rastros que ele traz,

Numa sequência arrastada,

Do que ficou para trás.

Vou vendo e vou meditando,

Não bem no rio que passa

Mas só no que estou pensando,

Porque o bem dele é que faça

Eu não ver que vai passando.

Vou na ribeira do rio

Que está aqui ou ali,

E do seu curso me fio,

Porque, se o vi ou não vi.

Ele passa e eu confio.

De Itako à Salúquia são 11.142 kms.


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

O QUE SE FEZ E O QUE SE DIZ QUE SE FAZ

Tem o meu amigo José Gonçalo Valente vindo a publicar no facebook dados sobre o mandato 2013/2017. Independentemente de outras abordagem mais circunstanciadas, que deliberadamente atrasei, há algumas questões que quero sublinhar:

1. O mandato 2013/2017 foi um dos mandatos da CDU. Foi um trabalho de continuidade.
2. Foi também, e como nos anteriores mandatos, um trabalho de equipa, com responsabilidades, êxitos e insucessos partilhados por todos.
3. Tenho orgulho no trabalho que a CDU fez em Moura, trabalho esse em que estive presente de forma ativa entre 2005 e 2017.
4. Cometemos erros? Sim. Não conseguimos chegar a tudo? É verdade que sim. Nunca nos escondemos. E não andámos a pregar portas abertas para depois levar 4 anos sem reunir com os trabalhadores da Câmara Municipal.
5. O essencial está no empenho que se colocou na resolução dos problemas, no que se conseguiu atingir e nos resultados obtidos.
6. Estivemos sempre ao lado dos trabalhadores, com frontalidade, com solidariedade, sem prepotências, indicando o caminho de forma precisa, consciente e tomando opções que o futuro veio a revelar serem acertadas.
7. Por isso vejo com tanta esperança esta candidatura do André Linhas Roxas e da sua equipa. Têm o conhecimento, a sensatez e a convicção para se avançar para um futuro melhor.

É importante fazer comparações? Então aqui vai:


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

SAFARA E SANTO ALEIXO - A LISTA

Divulgando e dando voz à lista da CDU em Safara e em Santo Aleixo. A diferença de um futuro com esperança.

Para um futuro diferente, no dia 26 de setembro.


PRÉMIO DE MUSEOLOGIA UNESCO/APOM

A Comissão Nacional da UNESCO e a Associação Portuguesa de Museologia – APOM, celebraram um protocolo de cooperação criando o Prémio de Museologia UNESCO/APOM, o qual visa galardoar projetos de âmbito museológico que evidenciem os princípios da UNESCO, nomeadamente os direitos humanos, a promoção da paz, o diálogo intercultural e o desenvolvimento sustentável, promovendo a criação de uma sociedade do conhecimento inclusiva, através da educação, ciência, cultura comunicação e informação. O lançamento desta iniciativa ocorre a 20 de agosto de 2021, assinalando os 300 anos da primeira legislação que regulamenta de forma global o Património Cultural Português, o alvará em forma de lei outorgado por D. João V a 20 de agosto de 1721.






domingo, 22 de agosto de 2021

CÂMARA DE MOURA AUSENTE NO CONCERTO DOS 100 ANOS DOS AMARELOS

Nem Presidente da Câmara, nem Vereadora da Cultura, nem nenhum representante da autarquia. Nem na apresentação de cumprimentos, em frente aos Paços do Concelho, nem no magnífico concerto na Igreja do Carmo. Os Amarelos não merecem isto.

Não sei o que se passa, mas não percebo a atitude. Há problemas? Serão, seguramente, ultrapassáveis. Não se pode é ignorar uma data destas, deste modo.




MOURA E SANTO AMADOR - A LISTA

Divulgando e dando voz à lista da CDU à união de freguesias de Moura e Santo Amador. A diferença de quem dá a cara.

Para um futuro diferente, no dia 26 de setembro.


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

CRÓNICAS OLISIPONENSES - XLVII

Ai de nós, peões.

Ai de nós, que gostamos de andar a pé. E que temos os nosso passos feitos num inferno. "Ciclovia, senhor", berrou-me um atrasado mental, na Avenida da República, lançado na sua dispendiosa bicicleta a alta velocidade, enquanto eu tentava, em desespero, chegar a uma parte segura do passeio. Isto deve ser politicamente incorreto, mas já não tenho mais pachorra para trotinetas nos passeios, trotinetas nas ruas, sem respeitar sinais de trânsito, trotinetas em vias rápidas...

Há meses, começaram obras na Av. Marechal Teixeira Rebelo, em Benfica. Um ciclovia, por claro. Para termos uma cidade sustentável, anti-parola etc. A tal ciclovia vai da Av. do Uruguai até à Av. Cidade de Praga. Coisa de dois quilómetros. A obra está terminada, houve estreitamento de vias, há buzinadelas etc. etc. Passo lá todas as manhãs. Ao longo de meses, ainda não vi lá 1 (uma) só bicicleta. Não há lá povo. Só urbanitas, mas de carro. O povo? O povo vai no 99 e no 50 e no 54. Asseguro eu, que ando de autocarro, e a pé, todos os dias.

Ai de mim, peão.



SOBRAL DA ADIÇA - A LISTA

Divulgando e dando voz à lista da CDU à freguesia de Sobral da Adiça. A certeza de uma junta diferente. Uma realidade diferente construída desde 2013. A diferença de um futuro com esperança.

Para um futuro melhor, no dia 26 de setembro.




quinta-feira, 19 de agosto de 2021

HERNÁNDEZ

Não ligo nada a isto dos "dias de". Mas o pretexto é bom. talvez esta seja a minha fotografia preferida, de entre todas as que vi. Uma escolha pouco original, bem sei. Já aqui falei dela duas vezes: em 2 de setembro de 2009 e em 22 de maio de 2016.

É uma fotografia estranha, quase irreal. Foi tirada quase às 5 da tarde (16:49:20, na realidade) do dia 1 de novembro de 1941. A principal coisa que a imagem me evoca é o silêncio. Não sei se essa sensação é acentuada pela presença do pequeno cemitério e pela completa ausência do elemento humano.

Recordei, depois, a respeito do local e da minha tentativa de o encontrar, durante uma breve passagem pelo Novo México:

O sítio de “Moonrise” foi (...) difícil de encontrar. A igrejinha com o cemitério à frente jaz no meio de restos de sucata, de construções em mau estado e de arremedos de vedações. O sentimento só não foi da mais completa frustração porque me preparara para o choque. A estrada pejada de trânsito pesado corre ao lado, mas o sentido de horizontalidade perdeu-se. As construções em volta alteraram a paisagem, demasiado bela, da fotografia de 1941. Não cheguei a sair do carro.

Ansel Adams, sobre esta fotografia:

“We were sailing southward along the highway not far from Espanola when I glanced to the left and saw an extraordinary situation – an inevitable black & white photograph! I almost ditched the car and rushed to set up my 8 x 10 camera. I had a clear visualization of the image I wanted, but I could not find my Weston exposure meter! The situation was desperate: the low sun was trailing the edge of clouds in the west, and shadow would soon dim the white crosses.”




PÓVOA E ESTRELA - A LISTA

Divulgando e dando voz à lista da CDU à freguesia da Póvoa de São Miguel. A diferença de um futuro com esperança.

Para um futuro diferente, no dia 26 de setembro.


quarta-feira, 18 de agosto de 2021

AS IGREJAS E O RESTAURO DE IGREJAS E AS AUTARQUIAS

"Devem as Câmaras Municipais restaurar as igrejas? Deve uma autarquia (...) gastar o dinheiro do povo recuperando espaços de culto? A pergunta pode ser fácil, a resposta não o é."

Escrevi isto em fevereiro de 2014, já lá vão sete anos. Acrescentava depois: "se somarmos as obras de restauro da igreja do Convento do Castelo, mais as da igreja de S. Francisco, mais as da igreja de Santo Aleixo e ainda as do Convento do Espírito Santo e as da Estrela teremos atingido uma soma na ordem dos dois milhões de euros. Isso mesmo, dois milhões de euros". Não tinha ainda contabilizado as de Santo Amador e de Safara.

Por isso o texto terminava assim: "Devem as Câmaras Municipais restaurar as igrejas? Decerto que que sim. Na justa medida em que elas se assumem como espaços decisivos para a vida de uma comunidade. É possível que esta maneira de ver as coisas possa parecer estranha nas palavras de um presidente de câmara comunista.  Mas terá tanto de estranha como de convicta, na escrita e nas convicções de alguém que defende os valores da sua terra. E nesses fazem parte os de uma crença que ele não tem."

O Património reabilitou-se, a intervenção nos espaços públicos concretizou-se, os monumentos foram valorizados. Como e porquê? Porque houve convicção política e capacidade técnica. Houve vontade e mobilização de recursos. É tão simples quanto isso.

Recuperar as igrejas de S. João Batista e de Santo Aleixo? Sim, é facílimo. É tudo uma questão de prioridades. De mais ação e de menos conversa.




AMARELEJA - A LISTA

Divulgando e dando voz à lista da CDU à freguesia de Amareleja. A diferença de quem dá a cara.

Para um futuro diferente, no dia 26 de setembro.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

MEDITAÇÃO SOBRE RUÍNAS


Desembarcou numa sala sem dourados nem cadeiras:
madeiras velhas, jarras com flores de plástico, janelas
de vidros partidos para a auto-estrada. Nem vento,
nem mar: só o ruído dos carros entrava pelas fendas
para ecoar no tecto (madeiras à vista entre os restos
de estuque). Depois, na rua, pendurou-se nos ferros podres
de antigas varandas. Percebia-se, por entre os arbustos
que invadiam tudo, uma vista que teria sido digna
de um quadro romântico. O vale, coberto de casas, e
os montes invadidos por ferro-velho, ocultam um passado
de rebanhos e pastores. Mas talvez não se tenha ouvido aqui
a música da flauta. Com efeito, esta casa limita-se
a guardar antigos silêncios, que o uso transformou em manchas
sépia na memória. Agora, confundem-se com a cor das paredes;
e só abrigam tocas répteis, que apenas se adivinham,
no inverno, escondidos do universo. Mas alguém passou por aqui,
há pouco; e um monte de madeira fumega, ainda, enquanto
o sol avança a partir do nascente, onde as cores frias
da madrugada não se dissipam, nem pássaro algum saúda
o nascer do dia.
Nuno Júdice



















Rua do Arco do Cego - 17:34.

OS AMARELOS - 100 ANOS

O concerto comemorativo será dentro de dias. O centenário é hoje. A Sociedade Filarmónica União Mourense Os Amarelos é dirigida por jovens. Um excelente sinal nos dias que correm. Não é aqui o sítio, nem este o momento, para falar do papel formativo que, a todos os níveis, estas bandas tiveram.

Mas é o momento para se celebrar, que o dia dos 100 anos é hoje mesmo, a 16. E de estar com a banda. E desejar que em 2121 festejem os 200 anos. Serão outros a ver isso.

NÚMERO 12

É esse o meu número nas listas da CDU à Assembleia Municipal de Moura. Depois de um interregno de 16 anos, volto a ser candidato a este órgão deliberativo. Farei a campanha por inteiro, em Moura, entre 11 e 24 de setembro. Uma espécie de regresso ao passado, que encaro com entusiasmo e confiança.

Ter o mesmo número de Air Jordan pode ser um bom prenúncio. Sem tirar a língua a ninguém, mas com disponibilidade para dribles.

domingo, 15 de agosto de 2021

FF-46-55

A matricula do carro é esta, desde fevereiro de 1972. O condutor que ali está não sou eu, mas um jovem muito parecido comigo, não agora mas há 30 anos. O carocha amarelo tem imenso charme, claro. Saber se funciona, e quando funciona, é um vago mistério. Acho que tem ouvidos. Hoje, depois de eu elogiar convictamente a fiabilidade do VW "isto são grandes máquinas etc." (aqueles disparates comuns em absolutos desconhecedores de carros), na viragem para o Largo de S. Francisco, o carocha fez chug-chug-chug como se estivesse com uma crise de brônquios e parou. Assim, no meio da rua. E não houve maneira de o fazer pegar.

A Isabel comentou "se calhar, está afogado" ao que respondi "vontade de o afogar não me falta...".

Foi empurrado, Rua dos Açores abaixo, até perder o balanço e voltar a parar, já dentro da Salúquia. Fez mais 40 metros à custa de braços, até casa.

Ao fim da tarde, voltou a pegar. Misteriosa e caprichosamente. Isto são grandes máquinas, não é? Quando não se armam em primas-donas.


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

AMIGOS, AVISEM-ME!

Há uns meses, o cantor Fausto teve esta tirada num entrevista à RTP: "muitos países africanos foram mais felizes com Portugal, infelizmente felizes com Portugal, do que agora. Ou seja, quando uma independência não concorre para a felicidade dos povos, alguma coisa está errada. (...) Eles [povos africanos] viveram mais felizes antes da independência do que vivem agora. Eu sei que isto desagrada a muita gente, mas é a verdade". 10.5.2021. Caritativamente, a chamada "comunicação social" deixou passar. Por mim, fiquei a pensar naqueles momentos de impante felicidade colonial que foram os massacres de Pidjiguiti e de Batepá.

Hoje, dei com isto:

https://sol.sapo.pt/artigo/743434/ponte-sobre-o-tejo, um texto de Alice Vieira sobre a ponte chamar-se ou não 25 de abril.

Peço aos meus amigos: quando começar a fazer figuras destas, avisem-me, por favor. Mas avisem mesmo!



quinta-feira, 12 de agosto de 2021

PORTOBELLO

A vida curta de Patrícia Almeida (1970-2017) ainda lhe deu tempo para um conjunto significativo de grandes fotografias. Como este Portobello, que em toda a artificialidade da alegria. Como se lê num texto de apresentação the pictures of Portobello show us bodies in expected and satisfied poses, representations of a low cost popular culture, self-fictions of proletarian glamour.

Ver: http://www.patriciaalmeida.com/











Os puristas que me perdoem, mas ao ver esta imagem só me consigo lembrar do rtimo ska dos Specials e dos Holiday fortnight

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

MARATONA - 1896

Quando me falam em dificuldades, tenho sempre a tentação de mostrar esta fotografia, identificada como de um treino para as Olimpíadas de 1896. Quase custa a crer que os atletas se treinassem vestidos desta forma. Só falta o casaco...

A maratona é hoje dominada por atletas da África Oriental. Cabe aqui recordar a figura extraordinária de Onni Niskanen (1910–1984), o sueco que se tornou etíope e que ajudou a criar os fundistas africanos.


terça-feira, 10 de agosto de 2021

CONTINUANDO A SEMANA: "a matter of chance"

Dou muitas vezes comigo a pensar na "minusculidade" de Portugal, na pequeníssima escala da rede social, dos contactos cruzados em que toda a gente se conhece. Muita antes da "aldeia global", já Portugal o era. Em poucos dias, a sucessão de coisas trazem-me à memória o início do genial "Magnólia" e expressões como a matter of chance ou one of those things.

O trabalho, in fine, anda à volta da arquitetura do século XX. Procuro, semanas a fio, o rasto de um arquiteto falecido prematuramente, para "descobrir" que na secretária ao lado da minha trabalha uma familiar desse arquiteto. Comento, no mesmo departamento, que quem conhece a localização de um determinado edifício em Gaia, já demolido, é o arquiteto xis, que tinha sido meu professor nas Belas-Artes, há 35 anos. "Nem sei se ainda está vivo" digo à minha interlocutora, que me responde, enquanto eu caio das nuvens, "está vivo e de boa saúde; é meu tio". No mesmo projeto procuro, insistentemente, dados sobre um determinado ateliê de arquitetura, desaparecido há cerca de 20 anos. Quem teria assinado um projeto feito no Cartaxo? Em infindáveis pesquisas, encontro um nome que me é familiar. O de um arquiteto que tinha começado a sua carreira trabalhando nesse ateliê. Será a mesma pessoa? Era. Um rápido contacto põe-me em linha com alguém que me pode tirar as dúvidas. Noutro telefonema com um amigo arquiteto, e enquanto protesto em termos coloridos ante a imprecisão de certos dados nas memórias descritivas, digo "por exemplo, em relação a fulano de tal, não consigo perceber se trabalhou no sítio ípsilon". Tenho como resposta "ah, é fácil, está reformado há muito mas tenho o contacto dele; por acaso, estagiei com nesse gabinete quando comecei a carreira e o filho dele é o meu melhor amigo".

Isto anda tudo ligado. Não pode ser só a matter of chance ou one of those things.


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

DAS VELAS AOS OLHOS

Durante as primeiras décadas do século XX multiplicaram-se as fotografias de veleiros em regatas. As condições em que eram feitas desafiam a imaginação e o talento. É difícil encontrar uma que seja de má qualidade. A maior parte são muito boas. E, de entre elas, sobressaem um par de obras-primas. Como as de Frank Beken (1880–1970). Abundam as diagonais e as linhas retas. A que aqui reproduzo é quase uma exceção, com tanta curva e tanto vento. Olho as curvas do poema re recordo-me de Niemeyer. Como tantas vezes se diz, conspirativamente, "isto anda tudo ligado".

La courbe de tes yeux

La courbe de tes yeux fait le tour de mon cœur,
Un rond de danse et de douceur,
Auréole du temps, berceau nocturne et sûr,
Et si je ne sais plus tout ce que j'ai vécu
C'est que tes yeux ne m'ont pas toujours vu.

Feuilles de jour et mousse de rosée,
Roseaux du vent, sourires parfumés,
Ailes couvrant le monde de lumière,
Bateaux chargés du ciel et de la mer,
Chasseurs des bruits et sources des couleurs,

Parfums éclos d'une couvée d'aurores
Qui gît toujours sur la paille des astres,
Comme le jour dépend de l'innocence
Le monde entier dépend de tes yeux purs
Et tout mon sang coule dans leurs regards.

Paul ELUARD, Capitale de la douleur (1926)



domingo, 8 de agosto de 2021

PORTUGAL MAIOR: 7 + 1

Num País vidrado em futebol (a paranóia recomeçou agora), e sem uma promoção da prática desportiva digna desse nome, houve resultados nos dias recentes. Os meus heróis pessoas foram dois não medalhados: Liliana Cá e João Vieira. A primeira com uma história de vida que faz o seu 5º lugar parecer ouro, o segundo pela persistência e abnegação.

E houve gente extraordinária (senhoras primeiro, sff), como:
Auriol Dongmo
Patrícia Mamona
Fernando Pimenta
Jorge Fonseca
Pedro Pichardo

E, bem entendido, Neemias Queta. 




ELIUD KIPCHOGE X 4

Chama-se Eliud Kipchoge e nasceu no Quénia, em novembro de 1984.

Fez o que nem Bikila nem Cierpinski conseguiram: juntar ao duplo título olímpico na maratona (2016 e 2020) duas medalhas nos 5.000 metros: prata em Pequim e bronze em Atenas. Um herói imortal, se tivesse nascido no Ocidente. A imprensa online internacional quase o ignora. A fotografia que reproduzo foi obtida no site do Hindustan Times.

Vi a maratona até ao fim e fiquei impressionado com o ar descontraído de Eliud Kipchoge, depois de correr 42 quilómetros. E também gostei da camisa com que foi receber a medalha.



sábado, 7 de agosto de 2021

JOSÉ MANUEL CARREIRA MARQUES (1943-2021)

Deixou-nos ontem José Manuel Carreira Marques. Conheci-o razoavelmente bem. Tinha, tenho, terei por ele enorme apreço e admiração.

Era um homem de Beja, cidade onde chegou ainda adolescente. Todo o seu percurso cívico e político foi na nossa terra. Era alentejano como nós. Várias vezes disse a amigos "dificilmente Beja arranjará alguém que perceba como o Carreira Marques o que é aquele ambiente e que se saiba adaptar aos diferentes cenários sociais". Um estilo de grand monsieur (sem nada de pejorativo o digo, antes pelo contrário), que tinha o feeling da política e que se impôs em Beja como O presidente.

Fui seu secretário na Mesa da Assembleia Distrital de Beja, no mandato 1997/2001. Quando lhe manifestei preocupação por ter de fazer as atas, riu-se da minha ingenuidade "não, pá! tu és o secretário, não és funcionário, alguém fará as atas".

Homem da Cultura e da Poesia, autarca empenhado, militante comunista com pensamento independente, deixa marcas numa cidade que melhorou e fez progredir. Depois da presidência, teve o talento e a inteligência de se afastar da ribalta, sem virar as costas à sua Beja.

Beja terá saudades dele. Eu também terei, seguramente.


DAMAIA-ON-SHENZHEN

A monotonia da paisagem urbana faz lembrar as imagens dos blocos de habitação em Hong Kong. Serão mesmo assim?, pergunto-me sempre. Aquele largo na Damaia estava inusitadamente silencioso, ao fim da tarde. Nem um som, fora ou dentro dos blocos, numa muda monotonia.

One monotonous day follows another equally monotonous. The same things will happen again, and then will happen again, the same moments will come and go. A month passes by and brings another month. Easy to guess what lies ahead: all of yesterday’s boredom. And tomorrow ends up no longer like tomorrow.

Konstandinos Kavafis



sexta-feira, 6 de agosto de 2021

MUNICÍPIO DE MOURA - A VERDADE DOS NÚMEROS

Foi ontem publicado, por José Maria Pós-de-Mina, um texto de resposta a um "artigo" de António Gomes, eleito socialista na Assembleia Municipal. O José Maria é um amigo e camarada com excecional preparação técnica e política. E que veio, e bem!, por os pontos nos iii a propósito das contas do Município de Moura. Objetivamente falando, não vale a pena continuar com aldrabices e desculpas esfarrapadas para ocultar o que tem sido este mandato: uma perfeita nulidade, mascarada pelo covid e por muitos, muitos protocolos. Segue-se o texto. Interpretações políticas são uma coisa, a objetividade dos números outra:

AS CONTAS DO MUNICÍPIO DE MOURA
FICÇÃO E REALIDADE
Foi publicado no jornal A Planície de Agosto de 2021 um “artigo” de opinião da autoria de António Gomes sobre as contas da Câmara Municipal de Moura, que prima pela falta de rigor e de verdade, o que de certa forma me obriga a escrever estas linhas. Começo por algumas considerações prévias sobre o tema:
A gestão financeira de uma autarquia local constitui um meio para atingir determinados objetivos e não um fim em si mesmo. É bom ter finanças equilibradas e tudo o que se fizer para as obter, sem por em causa os objetivos essenciais é positivo, mas uma autarquia não trabalha para ter bons indicadores financeiros, ou ter resultados líquidos positivos, mas sim para corresponder às necessidades e aspirações da população que serve. Mesmo que isso possa colocar os indicadores em números menos simpáticos.
A comparação pode ser feita entre várias gestões, mas tem de se ter em conta se utilizamos os mesmos critérios e não podemos confundir contabilidade orçamental (exemplo despesas correntes e de capital) e contabilidade patrimonial (quando falamos de custos fixos, por exemplo), mas quando comparamos devemos ser rigorosos e não falsear os números. Até podemos ter perspetivas diferentes sobre os mesmos, o que é salutar, mas não podemos inventar.
Para a CDU a despesa corrente não é uma má despesa, tal como nem toda a despesa de capital é uma boa despesa. A questão essencial é para que serve. Pagar a um funcionário que efetua a recolha do lixo é uma boa despesa, porque é um serviço essencial para a comunidade, tal como transferir subsídios para o movimento associativo também, mas a maioria destes subsídios são despesas correntes. Tal como pagar a todos os trabalhadores que prestam serviço no município. Tal como parte significativa da despesa de capital, por exemplo a construção de equipamentos é geradora no futuro de despesa corrente. Mas é positivo termos escolas, termos jardins, termos instalações desportivas, espaços culturais e por aí fora.
Sobre a questão da despesa corrente e é esse o tema que quero abordar agora, foi o Partido Socialista que diabolizou este conceito. Refresquemos então a memória dos que parecem esquecidos, ou então dos que querem enganar os menos informados. Em 11 de dezembro de 2015, na declaração de voto que apresentou na Assembleia Municipal sobre as Grandes Opções do Plano para o ano seguinte, o Partido Socialista destaca três propostas que tinha apresentado, sendo a primeira “a redução de 10% das despesas correntes”. Em 19 de dezembro de 2016, na declaração de voto apresentada sobre o mesmo tipo de documento para o ano de 2017, o PS refere que “o aumento sistemático das despesas correntes contribui significativamente para a redução da capacidade de investimento”. Quem quiser pode consultar as atas que estão disponíveis no site da Câmara.
Tendo em conta que estas eram críticas que o PS fazia à gestão CDU, o que fazia de forma recorrente, seria legítimo que assumindo a gestão do município, fosse consequente com o que defendia e diminuísse as despesas correntes em 10% ao ano, ou então que não as diminuindo, pelo menos não as aumentasse. Mas bem prega Frei Tomás “faz o que ele diz, não faças o que ele faz”.
Vejamos então o que aconteceu: Em 2017 a despesa corrente foi de 11.574.414,31€, passando para 12.385.622,61€ em 2018, 13.074.927€ em 2019 e 13.051.018€ em 2020. Onde está a redução de 10%? Não houve redução, apenas uma estabilização em 2020 e sabemos que é um ano especial em que houve muitas atividades canceladas devido à pandemia. Mas diz ainda o “escriba” no seu artigo, alterando o que era a posição do Partido que agora representa, que “o que importa não é o volume das despesas correntes mas, antes o seu peso no total das despesas pois é isso que vai definir o volume do investimento”. E mais adiante que “no anterior mandato o peso das despesas correntes andou sempre em torno dos 80%” e que agora esse valor “está muito próximo dos 70%”. Importa referir que se está a entender que investimento é igual a despesas de capital e é esse o raciocínio que seguimos. Vejamos então o peso das despesas correntes: em 2017 representava 72,24%, em 2018 passou a 80,94%, em 2019 foi de 80,89% e em 2020 ficou-se pelos 70,52%. Houve de facto uma redução em 2020, mas deveu-se sobretudo não a opções de gestão tomadas, mas ao efeito cruzado do aumento da despesa de capital por efeito de uma operação de substituição de dívida e pelo facto de por efeito da pandemia terem sido canceladas diversas atividades, eventos e até apoios com reflexos nas despesas correntes.
É falsa a afirmação de que no anterior mandato, o peso das despesas correntes andou em torno dos 80%. Apresentemos então os números: 2014 foi de 72,09%, 2015 de 68,69% e em 2016 de 74,75%. As únicas vezes que atingiu os 80% foi na gestão da responsabilidade do Partido Socialista. Já agora recuemos e vejamos o que aconteceu entre 2007 e 2013. 2007 foi de 67,9%, 2008 de 67,28%, 2009 de 57,91%, 2010 de 67,26%, 2011 de 62,33%, 2012 de 59,98% e 2013 de 67,96%.
Mas falemos também do volume de investimento que atingiu os valores mais baixo dos últimos anos em 2018 e 2019, quer em termos percentuais quer em termos absolutos, ficando abaixo dos 20% e sendo de 2.916.946,31€ e 3.089.336€ respetivamente. Houve um aumento em 2020, o que seria expectável e pecou por tardio, pois a opção da gestão socialista foi a de atrasar e amputar processos que estavam em curso e com financiamento assegurado. O caso da obra do ex-Grémio é o exemplo mais escandaloso desse facto, em que se perdeu uma oportunidade de qualificar todo o edifício. É um dó de alma ver o aspeto limpo da fachada e ver a degradação do seu interior.
Mas já que se fala em investimento e fazendo comparações, ficam aqui mais uns números (e desde já as minhas desculpas pela dimensão deste texto e a quantidade de números apresentados, mas são indispensáveis para esclarecer). Vejamos então os valores de investimento, comparando os três primeiros anos de quatro mandatos (três da CDU e o último do PS). Pois bem entre 2018 e 2020 o investimento realizado foi de 11.460.921,31€. Entre 2014 e 2016 foi de 13.033.998,74€. Entre 2010 e 2012 foi de 19.364.533,44€. E somando apenas dois anos do mandato precedente pois não disponho dos dados de 2006, ou seja, considerando 2007 e 2008 o valor é de 11.234.368,52€. Valor de dois anos de gestão CDU similar a três anos de gestão socialista.
Este texto não esgota a resposta a todas as questões levantadas no artigo, ficando para outras ocasiões a referência a outros aspetos da gestão financeira do município. Uma última nota. Mais importante que os números que podem ser fastidiosos, mas indispensáveis para clarificar, é o significado da obra e da intervenção que a CDU realizou neste concelho. Obra e intervenção que quer prosseguir e melhorar no próximo mandato, porque a ambição da CDU é superar-se a si própria e servir sempre cada vez melhor a população do concelho. É pois, tempo de mudança e tempo de esperança.
Moura, 5 de agosto de 2021
José Maria Pós-de-Mina



TAUROMAQUIA = PATRIMÓNIO

O início oficial da temporada foi também o da apresentação pública e simbólica desta candidatura. O processo decorre há meses. Sou uma dos subscritores da candidatura. Um convite honroso que devo ao meu amigo António Pica Tereno.

A corrida no Campo Pequeno foi boa? Foi francamente boa. Será sorte minha, mas nunca lá vi uma que me dececionasse.



quarta-feira, 4 de agosto de 2021

UMA QUESTÃO DE ÉTICA

Quando, no início do meu mandato 2013/17, fui buscar uma jovem jornalista à Planície ía caindo o Carmo e a Trindade. Que era uma confusão, como é isto pode ser, servir duas entidades etc. Claro que não foi isso que aconteceu, ao trabalhar numa entidade (a Câmara) deixou a outra (o jornal local).

Vem isto a propósito de um curioso lapso hoje ocorrido na página do facebook da Câmara Municipal de Moura. Na qual se noticiava uma candidatura a uma junta de freguesia do concelho. Clarifico que são, neste caso, irrelevantes o nome do candidato, a sua força política e a junta à qual se apresenta. O que aqui importa é a balbúrdia que, manifestamente, parece existir. O responsável pelo gabinete de informação camarário esqueceu-se que o era e voltou às lides jornalísticas? Ou há algo mais que isso? É que há aqui qualquer coisa que não bate certo. À mulher de César não basta parecer honesta, tem de ser honesta...

Nem quero imaginar o que se diria se uma coisa destas tivesse acontecido em mandatos anteriores. Ou estarei a exagerar?




terça-feira, 3 de agosto de 2021

O FUTURO DA MEMÓRIA - OBJETIVOS PARA UM MONUMENTO

Fui, há algum tempo, convidado a participar no Boletim do ICOM-Portugal. O desafio andava em torno do projeto a desenvolver para o Panteão Nacional. Os quatro meses que passaram não alteraram, em questões essenciais, o que tinha pensado, o que apresentei como projeto de trabalho e que se está agora a pôr em prática. A programação que está a ser preparada, e que em breve será anunciada, está em linha com o que escrevi nesse texto.

O boletim ficou hoje disponível. O meu texto está nas páginas 113 a 116.

Link - https://icom-portugal.org/2021/08/02/boletim-icom-portugal-serie-iii-n-o16-julho-2021/


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

OITAVA CANDIDATURA

 Artigo hoje em "A Planície":

Porquê e para quê? A pergunta foi-me repetida por uma amiga mourense, na noite do dia 24 de julho, algures na Avenida Rovisco Pais. Um “clássico”, na minha vida. Porquê e para quê. Tantas vezes que amigos e familiares mo têm repetido. Incessantemente.

                Depois de outubro de 2017, e depois de 12 anos ao serviço do Município de Moura, retomei a atividade profissional. Muita gente pensou que o tempo na autarquia dava direito à reforma. Perdi a conta ao número de vezes que tive de explicar que a aposentação chegará em 2029 ou 2030, quando tiver idade para tal. Entre abril de 2018 e dezembro de 2019 estive na Câmara de Lisboa, entre janeiro de 2020 e março de 2021 como profissional liberal, desde abril estou na direção de um monumento. Pensava ter fechado, de vez, o capítulo da política local. Não seria assim.

                No decorrer destes anos, cheguei à conclusão que também esta reforma ainda não tinha chegado. Não é necessário o protagonismo de outros tempos, não é preciso estar na linha da frente, há que dar o lugar aos mais novos e a uma sempre imprescindível renovação.

                Porquê e para quê, então? Porque é necessário retomar um caminho de trabalho e de esperança. Porque mais quatro anos “disto” mergulharão o concelho no retrocesso. As questões partidárias são importantes mas estão, para mim, muito longe de serem determinantes. Estive convicta e lealmente com o José Maria Pós-de-Mina entre 2005 e 2013 (anos em que fui vereador), tal como só manifestei a minha disponibilidade para colaborar por ser o André Linhas Roxas o candidato. Só conhecia o André muito vagamente até 2010, altura em que ele foi trabalhar para a Câmara de Moura. Rapidamente lhe identifiquei um par, vários pares…, de características que fazem toda a diferença: lealdade sem subserviência, disponibilidade, honestidade e capacidade de diálogo com as pessoas. Marcaram-me o nunca se furtar ao trabalho, a vontade de dar tudo por tudo e a ausência de desculpas para justificar o que, por vezes, ia menos bem. Ficámos amigos e isso é algo que prezo de forma muito especial.

                Ter ele sido número 2 em 2017 foi uma grande aposta. E criou um quadro político. Quando se tornou claro que “seria ele” (nestas alturas é que a gente vê quem tem aquilo que Mourinho dizia quando falava de táticas arriscadas…), disse-lhe de imediato “contas comigo para o que for necessário”. É por isso que estou “na oitava”. De forma mais discreta, mas não menos convicta. E com a certeza, várias vezes reiterada, que depois de anos tão intensos voltarei sempre a Moura.

                O discurso do André e da sua equipa têm-se feito pela positiva. O futuro tem sempre um passado. Não queiram eles ser confrontados um dia com afirmações menos próprias e atitudes tristes. Isso não acontecerá. O caminho faz-se caminhando. É nessa caminhada pela positiva e por um futuro com esperança que me encontro. Pela certeza que o André e a sua equipa saberão corporizar a diferença e um novo caminho.





domingo, 1 de agosto de 2021

PROGRAMA CAIXA CULTURA

E começa agosto com dossiês para ler. Nada mau, para quem só vai de férias em outubro.

O Programa Caixa Cultura é uma iniciativa da Caixa Geral de DepósitosEste Programa visa promover, através da atribuição de apoios financeiros, a criação artística e cultural nas seguintes áreas: Teatro, Dança, Música, Artes Visuais, Cinema, Literatura, Performance, Conferências e Debates.As propostas foram recebidas nos prazos previstos. O anúncio do vencedor terá lugar no outono.

Júri:

Paulo Moita de Macedo

Raquel Vila Verde

Rui Vieira Nery

Joaquim Oliveira Caetano

Santiago Macias