sábado, 28 de janeiro de 2012

NATUREZA VIVA

A fotografia está no Museu da Ruralidade, em Entradas. Falarei um dia destes sobre o trabalho de Miguel Rego naquela localidade do concelho de Castro Verde.

O que hoje, por entre um colóquio e a abertura ao público de uma exposição foi esta fotografia, datada provavelmente dos anos 50 do século XX. É uma ceifeira, uma típica mulher do sul. De idade indefinível, mas jovem. É uma mulher bela, com o seu ar meio de desafio e os seus lábios pouco convencionais? É, assim me parece. O bucolismo do museu, e da fotografia, levaram-me até Alberto Caeiro. Gosto muito deste excerto do Guardador de Rebanhos:

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...


Sobre o museu ver aqui.

3 comentários:

  1. Quanto mais eu estudo e observo o mundo e vivo a minha vida nesse mundo mais alto ouço:
    "O Mundo não se fez para pensarmos nele
    Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo..."
    Mas penso, então como vou amar assim?
    "Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência não pensar..."

    Adoro Fernando Pessoa.

    ResponderEliminar
  2. Lembro-me destas mulheres que trabalhavam no campo em condições muito difíceis devido ao pó,ao calor, à posição do corpo nas sementeiras ou nas colheitas, com o rosto meio queimado pelo sol, e mesmo assim apresentavam um sorriso e um ar muito paciente quando falavam umas com as outras!

    ResponderEliminar
  3. Portugalredecouvertes, Assim também são as mulheres do campo, aqui no nordeste do Brasil. Sábias e generosas. Mulheres fortes,sabem lidar com as dificuldades com muito amor e muita coragem.

    ResponderEliminar