segunda-feira, 30 de abril de 2012
A MISSÃO EVANGELIZADORA DO BLOCO DE ESQUERDA
ÁGUA-FORTE
Pássaro espalmado
No céu quase branco.
A concha bivalve
Num mar de escarlata.
Concha, rosa ou tâmara?
As fontes da vida
A sangrar inuteis
Por duas feridas.
Sob as aparências
Da água-forte simples:
De face, de flanco,
O preto no branco.
domingo, 29 de abril de 2012
STROMBOLI
sábado, 28 de abril de 2012
MIA BELLA MOURA
sexta-feira, 27 de abril de 2012
MANUEL RIO-CARVALHO: ARTE CONTEMPORÂNEA - 1984/85
SER SAXOFONISTA É TER NA ALMA UMA CHAMA IMENSA
quinta-feira, 26 de abril de 2012
FOSGASSE, TAMEIN SÓ FASEM PREGUNTAS BUÉ DIFÍSSEIS...
O BORGES
quarta-feira, 25 de abril de 2012
TÁXI!
VERMELHO
terça-feira, 24 de abril de 2012
DOIS DIAS DEPOIS, UM DIA ANTES
OS PORTENTOSOS BÍCEPS DE JOÃO PROENÇA
segunda-feira, 23 de abril de 2012
EM CARTUM
Brune encore non eue,
Je te veux presque nue
Sur un canapé noir
Dans un jaune boudoir,
Comme en mil huit cent trente.
Presque nue et non nue
À travers une nue
De dentelles montrant
Ta chair où va courant
Ma bouche délirante.
Je te veux trop rieuse
Et très impérieuse,
Méchante et mauvaise et
Pire s'il te plaisait,
Mais si luxuriante !
Ah ! ton corps noir et rose
Et clair de lune ! Ah, pose
Ton coude sur mon cœur,
Et tout ton corps vainqueur,
Tout ton corps que j'adore !
Ah, ton corps, qu'il repose
Sur mon âme morose
Et l'étouffe s'il peut,
Si ton caprice veut,
Encore, encore, encore !
Splendides, glorieuses,
Bellement furieuses
Dans leur jeunes ébats,
Fous mon orgueil en bas
Sous tes fesses joyeuses !
domingo, 22 de abril de 2012
JOSÉ VILHENA
sábado, 21 de abril de 2012
MOURA: FEIRA DO LIVRO
LA TRAVIATA
sexta-feira, 20 de abril de 2012
MANHÃ PACENSE
quinta-feira, 19 de abril de 2012
NATUREZA MORTA Nº 5
a um técnico espanhol
Não é a bola alguma carta
que se leva de casa em casa:
é antes telegrama que vai
de onde o atiram ao onde cai.
Parado, o brasileiro a faz
ir onde há-de, sem leva e traz;
com aritméticas de circo
ele a faz ir onde é preciso;
em telegrama, que é sem tempo
ele a faz ir ao mais extremo.
Não corre: ele sabe que a bola,
Telegrama, mais que corre voa.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
SEMANA SANTA - SAFARA
terça-feira, 17 de abril de 2012
EM ARGEL, AO CORRER DO TEMPO
Foi sob o signo do tempo que o dia se passou, entre a conferência inaugural da exposição Mértola, o último porto do Mediterrâneo e o jantar na residência do embaixador de Portugal, Doutor José Fernando Moreira da Cunha.
Tempo de ir, de metro, até ao bairro de Mohamed Belouizdad. Tempo de andar a pé até ao teleférico na esquina da rue Oued Kenis. E de subir ao Palácio da Cultura e ver uma exposição de pintura, que foi uma perda de tempo e que podia ter passado sem ver. Tempo de regressar, numa longa caminhada pelo bairro de El Hamma. Tempo de me apaixonar, um pouco mais, por esta cidade fascinante. Ao longo do extenso percurso cruza-se, numa viagem pelo tempo, um patchwork histórico e social: modernidade e integrismo, arquitetura colonial e pós-colonial, passado e presente, religião e laicidade, tudo passa ante os nossos olhos.
A imagem do tempo ocorre-me de novo, quando me surge a interrogação "quando voltarei?".
à esquerda, a Dra. Houria Cherid, diretora do Musée National des Antiquités et des Arts Islamiques
à direita, a Dra. Lídia Nabais, secretária da Embaixada de Portugal em Argel
segunda-feira, 16 de abril de 2012
DO BOULEVARD COLONEL KRIM BELKACEM À RUE AHMED TOUZEM
Bab el-Oued era o bairro dos pequenos funcionários na era colonial. Continuou a ser um bairro popular, depois da independência. É um sítio "difícil", onde o ar simpático das ruas e dos prédios esconde terríveis problemas sociais. Em tempos foi uma zona a evitar, muito por via de mitos urbanos que se criaram (como o da guilhotina ambulante...). Hoje, a cidade respira normalmente e as ameaças do passado parecem pertencer, de vez, ao passado. Mesmo em Bab el-Oued. E apesar de problemas recentes (v. aqui).
No cruzamento da Rue Ait Moussa o telefone tocou. A marcação de uma reunião para dia 3 de maio adensou as nuvens da tarde. Que cresceram e desabaram numa série de telefonemas, recebidos em frente à estátua de Abd-el-Kader.
Choveu copiosamente até ao anoitecer.
Em cima: entrada da exposição, no Musée National des Antiquités et des Arts Islamiques
Em baixo: Place de l'emir Abd-el-Kader
domingo, 15 de abril de 2012
135
TABU
A história é pesada, não tanto pelo adultério em si, ainda que estando Aurora grávida, mas pelo crime que a relação amorosa virá a esconder. O silêncio de décadas só virá, afinal, a ser quebrado depois da morte da principal interveniente.
O que me entusiasmou:
1. A assombrosa fotografia, num formato clássico 4:3, com um ar marcadamente retro e de grande limpidez;
2. A interpretação de Laura Soveral, uma das melhores que alguma vez vi em cinema;
3. A narrativa feita por Gianluca em off, que ocupa toda a segunda parte do filme, e que é um verdadeiro achado, uma vez que assistimos a todo aquele tórrido enredo sem que ouçamos uma única palavra dos amantes;
4. A desenvoltura e elegância do argumento, apesar do estilo um pouco à la Huillet-Straub da primeira parte;
5. A imensa melancolia da história, que se nos cola e que fica à nossa volta muito depois de termos saído do sala;
"Aurora tinha uma fazenda em África" remete para a frase inicial de outro filme, Out of Africa. Com uma diferença substancial: o filme de Miguel Gomes é infinitamente melhor.
IBERIA
Gud aftanun ladi an djentelman. Dis iz de capta espiquing. Uelcom on bor. Da flai taim tu Alger iz abau uan auâr. Da ueda in Alger iz claudi ui lai chaua. Feinkiu for chuzing Iberia.
NÃO
Aqui vão as razões:
O ano letivo de 1984/85 foi complicadíssimo na Faculdade de Letras de Lisboa. Três ou quatro professores da velha guarda preparavam a limpeza dos resquícios do PREC e deram início a um processo de dispensa de assistentes marcado pelo revanchismo mais puro. Um dos alvos a abater era José Manuel Tengarrinha, professor convidado, figura prestigiada pelo seu passado antifascista e símbolo de uma certa esquerda. A dispensa de Tengarrinha foi dada como certa. Quais os seus "pontos fracos"? Marxismo a mais, uma tese de doutoramento que nunca mais aparecia e notas demasiado altas. Uma das cabeças pensadoras da casa exigia mesmo a aplicação da curva de Gauss às avaliações. Ou seja, era necessário que houvesse poucos chumbos, muitas notas num escalão médio e poucas notas altas.
Estava a fita armada. A Direção da Associação de Letras, da qual eu fazia parte, mobilizou-se para denunciar a canalhice e obrigar o Científico a recuar. Eu era aluno de José Tengarrinha na cadeira de "História de Portugal (sécs. XVIII-XX)". Havia motivos para o dispensar? Nem por sombras. As aulas eram razoavelmente aborrecidas e demasiado centradas na questão do capital comercial e muito pouco nas questões concretas do Portugal Contemporâneo. Tengarrinha era um professor cordial e acessível e que dava apoio aos alunos. Se o critério de dispensa era o da competência, Tengarrinha estava muito longe da frente da bicha.
Foram dias intensos de combate. Exigimos ser recebidos por toda a gente. E fomos. Do diretivo ao pedagógico passando pelo científico. Convocámos assembleias. Lemos comunicados nas aulas. Escrevemos para os jornais. Houve entrevistas para o Semanário, para o Expresso, para a Rádio Comercial, eu sei lá. Um belo dia, fomos esperar os professores à porta do Científico. Éramos uns 100. Estava na linha da frente e dirigi-me, com o desplante próprio dos 21 anos, ao catedrático de Medieval, Borges Nunes, a quem perguntei: "Como é, senhor professor? Queremos saber o que se passa com o dr. Tengarrinha.". Borges Nunes fez um sorrisinho e respondeu-me "Esse assunto não foi tratado hoje, mas haverá decisão rapidamente". Habituado ao estilo jesuítico de Borges Nunes pressenti um recuo. Não me enganei. O Científico recuou e Tengarrinha teve o contrato renovado.
O pior estava para vir. Ao ver as pautas, em julho, caiu-me o coração aos pés. Tengarrinha cedera, baixando as notas de forma radical em relação a anos anteriores. Fazia pela vidinha... Pouco depois, um furioso Santiago Macias entrava na sala de professores, e disse tudo o que lhe ía na alma ao prof. Tengarrinha. Os detalhes ficam para a minha memória pessoal e para as duas queridas amigas a quem convoquei na altura, porque queria testemunhas para aquele meu raid. Eventualmente intempestivo e radical, mas que veio do fundo do coração. E porque, ainda que consciente da inutilidade e do nulo impacto do meu gesto, ficaria para sempre a lamentar não ter dito o que lhe disse durante aqueles momentos.
Não voltei a cruzar-me com o prof. Tengarrinha. Desejo, sinceramente, que conte muitos anos mais, e de boa saúde. Daqui lhe envio uma curva de Gauss, em recordação desses dias, que tão importantes foram para ele, para mim e que tanto ajudaram a formar politicamente toda uma geração de joves estudantes.
sábado, 14 de abril de 2012
CARLOS ZORRINHO, CAPITAL DA FELICIDADE
Num país em que pululam as capitais (do azeite, dos móveis, do sol, do vinho, da água, da caça etc.), Carlos Zorrinho é, por si só, a capital da felicidade.
ENTRETANTO, EM PYONGYANG...
EIS UM IMPORTANTE IMPULSO À INDÚSTRIA DE FABRICO DE COLCHÕES
sexta-feira, 13 de abril de 2012
UM OFÍCIO DO PRESIDENTE DA CÂMARA DO CRATO PARA O MINISTRO DAS FINANÇAS
O Presidente da Câmara do Crato, João Teresa Ribeiro (CDU), deu a Suas Excelências uma resposta à altura. Uma devolução de bola digna de um Rafael Nadal.
A PROPÓSITO DE SOFÁS - 3/7
nam sey como volo digua:
que tudo he cu & mamas,
& barrigua.
o ventre polos joelhos,
& do cu at’oos artelhos
gordura sobresalente.
Arreneguo de tais damas,
he forcado que o digua:
ca tudo he cu & mamas,
& barrigua.
pero foy com muyta pena,
ca lhe fizeram querena
no rrio de Sacauem,
Reuolta d'ambalas camas;
ysto com muyta fadigua:
ca tudo he cu & mamas,
& barrigua.
mas a quilha fycou podre,
rramendaram-lh’a com hum odre,
do auesso trosquiado
& com tres peles de guamas
muyta estopa d’estrigua:
ca todo he cu & mamas
& barrigua
porque faz aguoa porfundo,
nam ha crespym no mundo
que lh’a podesse vedar.
Ho diabo dou taes damas
he forçado que o digua:
ca todo he cu & mamas
& barrigua.
encostou-se sobre mym,
teue debayxo crespym
bem acerca de tres oras.
Ja rreneguaua das damas,
sayo, com muita fadiga,
debayxo de cu & mamas
& barrigua.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
ARQUITETURA NEO-ISLÂMICA
As casas islâmicas, ainda que de grande dimensão, têm um padrão comum a tantas outras da Península Ibérica: um pátio central e compartimentos que se desenvolvem a partir daí. Falta informação para o visitante não especialista, mas o problema principal não me parece que esteja aí: 1) vemos mais a intervenção contemporânea que os vestígios arquitetónicos do século XII em si; 2) o pé-direito das casas parece-me francamente exagerado face ao que conhecemos.
A que propósito vem este arrazoado?
É que se prepara, no castelo de Mértola, a reconstituição integral de uma das casas escavadas: a nº 10, que conheço muito bem e em cuja escavação trabalhei, já lá vão mais de dez anos. Tenho as maiores dúvidas quanto à razoabilidade do projeto. Ao contrário do que acontece na Praça Nova, cuja escala permite que a nova intervenção se dilua, a de Mértola vai ficar bem visível e isolada no meio da escavação. E em clara colisão com as estruturas de proteção dos monumentos da Antiguidade Tardia.
Votei vencido neste dossiê. Vencido, mas não convencido. Muito menos silencioso.
O FUTURO, VISTO A PARTIR DE COIMBRA
Não creio que o meu errático e anárquico percurso seja exemplo. Ou que os tenha ajudado. Revi várias vezes, no longo regresso a Mértola, o essencial do que lhe tentei dizer:
1. Esta geração de alunos tem uma preparação técnica de base claramente superior à minha;
2. O problema que se depara aos jovens arqueólogos não é técnico, é político, ou de enquadramento político;
3. A massificação do ensino, incluindo ao nível superior, tornou impossível a garantia de pleno emprego aos jovens licenciados, nas áreas em que são formados;
4. Impera no setor uma lei da selva (com uma abjeta exploração de jovens arqueólogos por parte de alguns empresários sem escrúpulos) que é preciso combater, através do sindicato, ou da ordem, ou das associações, ou de qualquer outra forma;
5. Pior ainda, a supressão de lugares no Estado, e uma estúpida e analfabeta burocratização, tornam difícil um controle que deveria ser muito mais apertado;
6. É necessária mais ousadia e menos acomodamento por parte de uma geração (a deles) que cresceu num mundo fofo e despreocupado;
7. A pressão social em breve se tornará intolerável. Nessa altura, coisas interessantes, dos pontos de vista social e político, começarão a acontecer.
terça-feira, 10 de abril de 2012
A VIA SÍNICA DO PSD
Hoje fez-se luz. Claro! O Heduíno Gomes foi do Conselho Nacional do PSD. E até andou pelo Gabinete de Estudos do partido. Vão ver que o logo foi ideia dele. Serão ainda resquícios das visitas de outrora à pátria do Grande Timoneiro?
FASCISMO, SEMPRE! 25 DE ABRIL, NUNCA MAIS!
A PROEZA DE MUDAR A REALIDADE E A HISTÓRIA MUDANDO OS NOMES AS OBRAS E SEUS AUTORES...
Uma das grandes proezas de alguns campeões do 25 de Abril e de outros 25 de Abril por esse mundo é mudar os nomes às obras. Pensam eles que assim mudam a realidade e a história de Portugal ou do mundo. Esses ditos campeões hão-de morrer, como toda a gente, e depois deles virá quem reporá os nomes no devido lugar. É apenas uma questão de tempo. Exemplos não faltam por esse mundo fora.
A cidade russa de São Petersburgo, depois da revolução, foi rebaptizada pelos comunistas como Leningrado. A ilusão não durou 80 anos. A cidade retomou o seu nome original.
Centenas de nomes de outras localidades russas e depois soviéticas tiveram a mesma sone quando acabou o comunismo.
Em grande número de fotografias de dirigentes soviéticos, todos aqueles que caíam em desgraça eram de seguida apagados das ÍotograÍias, isto é, da história...
O caso mais engraçado que conheço é o de uma fotograÍia de Mao com um grupo de pessoas numa das suas digressões pela China. Como alguma dessas pessoas não ficaram na fotografia a sorrir de felizes, foram retocadas para ficarem a mostrar as dentuças e assim exibirem a sua felicidade de estarem ali com o Presidente Mao.
O desrespeito pela história, eliminando as suas figuras reais e proeminentes, também se tornou moda em Portugal com o 25 de Abril.
Há meia dúzia de anos, a convite dele próprio, dirigi-me ao gabinete de um ministro da educação, com o fim de lhe dar umas dicas, de que aliás o tipo bem precisava. Acção frustrada pois ele não percebeu patavina da mensagem e manteve o sistema de ensino na miséria que todos conhecemos.
Com a sensação de frustração por missão não cumprida, lá dei a sessão de terapia por terminada. Então ele teve a amabilidade de me acompanhar à porta. Ao despedir-me dele, reparei num quadro que estava atrás da sua própria secretária e disse-lhe:
- Tens ali o retrato de Nun’Álvares.
Ao que o Ministro da Educação de Portugal (da educação de Portugal!) responde:
- Tenho de tirar dali o gajo, que não gosto de beatos atrás de mim.
E assim uma das cinco maiores figuras da história de Portugal é apagada pelo próprio Ministro da Educação (da educação de Portugal!).
Com o PREC, o 25 de Abril veio fazer revisões da história às dúzias.
A Ponte Salazar passou então a chamar-se Ponte 25 de Abril. E assim, quem a construiu deixou de ser Salazar para ser um desses inteligentes da brilhante data, talvez o Otelo, qualquer um dos Vascos ou o Rosa Coutinho.
A Barragem Salazar, em Alcácer do Sal, passou a chamar-se Barragem Dr. Francisco Gentil.
A Fundação Salazar. criada por particulares (por particulares!) em 1969 e que, com dádivas e heranças desses particulares, construía casas para famílias pobres. fui dissolvida e os seus bens espalhados por várias instituições.
Em Lisboa, a Avenida 28 de Maio (a data ern que, em 1926, o ExérciÌo acabou com as bombas, os assassinatos e a desordem financeira) passou a chamar-se Avenida das Forças Armadas (as que produziram o sistema político corrupto e ruinoso em que estamos). E também em Ervidel a Rua 28 de Maio passou a chamar-se Rua 25 de Abril.
A Emissora Nacional passou a chamar-se Radiodifusão Portuguesa.
O Ministério do Interior passou a chamar-se Ministério da Administração Interna – “interior” cheirava a “fascista”.
A PIDE passou a chamar-se SEF e SIS, agora controlados pelo novo poder, a maçonaria.
E – chegados ao ponto – a Barragem Engenheiro Arantes e Oliveira – pelos vistos nome maldito! – passou a chamar-se Barragem do Roxo.
Quem mudou o nome à obra e ao seu autor ficou feliz de lhe colocar a máscara. Mas a realidade permanece. E, tal como São Petersburgo, lá há-de vir o dia de chamar verdade à verdade.
Heduíno Gomes
Nem mais nem menos que o antigo líder do Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista) e da Aliança Operário-Camponesa. O "renegado Vilar", na visão de outros grupúsculos maoistas. Ainda assim, Heduíno foi recebido por Mao, distinção recusada a demais dirigentes maiostas lusitanos. Era Heduíno que proclamava "cada deputado eleito pela AOC será uma espinha cravada na garganta de Barreirinhas Cunhal", inesquecível slogan do pós-25 de abril. Recorde-se, aliás, que Heduíno elegia o PCP, e o seu "social-imperialismo", como alvo principal. Há coisas que anunciam o futuro...
Os anos passaram e Heduíno mudou de vida. Aderiu ao PSD e tornou-se empresário da mulher, a cantora Ana Faria.
É co-autor de um blogue que faz as posições políticas do PSD parecerem de extrema-esquerda e o presidente Cavaco Silva um perigoso comunista...
A dúvida final: quem serão os outros quatro grandes portugueses?
Sobre a atividade política de Heduíno Gomes, também Vilar, veja-se o blogue de José Filipe Murteira: http://notasaesquerda.blogspot.pt/