terça-feira, 20 de junho de 2017

BEJA - O CÉU QUE NOS PROTEGE

Das escavações da Rua da Moeda ao Museu Regional o percurso é curto. No sábado de manhã parecia que se eternizava, sob um sol mais quente que nunca. Ao longo da Rua dos Infantes, sombrinhas às cores davam um tom protetor. À entrada do museu, a cabeça de Júlio César espera-nos, na sua frieza de milénios.

O tempo à nossa frente não é ilimitado (certo, Maria da Conceição Lopes?), e não sei quantas vezes me lembrarei de ver o nascer da lua. Olhando as escavações da Rua da Moeda e vendo os tesouros pouco divulgados do Museu Regional fico, cada vez mais, com a convicção que sítios como estes são, ou têm de ser, encenações do tempo.




“Death is always on the way, but the fact that you don't know when it will arrive seems to take away from the finiteness of life. It's that terrible precision that we hate so much. But because we don't know, we get to think of life as an inexhaustible well. Yet everything happens only a certain number of times, and a very small number really. How many more times will you remember a certain afternoon of your childhood, some afternoon that's so deeply a part of your being that you can't even conceive of your life without it? Perhaps four or five times more. Perhaps not even that. How many more times will you watch the full moon rise? Perhaps twenty. And yet it all seems limitless.”
Paul Bowles (The sheltering sky)

2 comentários:

Miguel Serra disse...

Mas de quem eram as "sobrinhas"? (De resto, mais um belo e conciso texto)

Santiago Macias disse...

😂 bem observado!