segunda-feira, 31 de outubro de 2022

UM OUTUBRO RÁPIDO...

Não foi um mês "comum"...

Para além das tarefas habituais - as do Panteão, que incluíram a preparação de duas exposições, o planeamento do ciclo "Música no Panteão" e a programação em torno da obra de Sophia - outrobro deu isto:

2 - Gravação para o filme Duarte Darmas;

6 - Conferência em Castelo de Vide;

13 - Participação na homenagem a Susana Correia;

16 - Intervenção nos Encontros de Monsaraz;

18 - Verificação final do livro "Caixa Geral de Depósitos - património arquitetónico";

19 - Apresentação do catálogo "Genta da Batalha", de António Barreto;

22 - Participação na coletiva de fotografia e pintura no Ateneu Mourense;

24 - Conclusão (quase isso) do livro Thalassa! Thalassa!;

25 - Redação de artigo para "A Planície";

27 - Apresentação do filme e da exposição sobre Duarte Darmas;

28 - Conclusão do texto para a homenagem a Susana Correia;

29 - Conferência no Mosteiro da Batalha;

30 - Conclusão de texto para o encontro do ICOM;

31 - Conclusão do texto para o encontro de Castelo de Vide.

Mais as aulas na Nova. E os habituais textos (cerca de 40, este mês) no blogue.

Já jurei a mim mesmo que novembro não será assim. Pelo menos, para já.


domingo, 30 de outubro de 2022

LULA III

Nem o sindicalista radical, nem o Presidente dos dias de Arcádia. Os tempos são outros e a vida nunca se repete.

Os equilíbrios são frágeis e Lula não tem a maioria, na área do poder legislativo.

E então? Muito pior era ter perdido. E Lula ganhou. Temos fénix na Alvorada.

Viva Lula!

DE ÉVORA À BATALHA

Da sede da CCDRA ao Mosteiro da Batalha. De Duarte Darmas ao processo de islamização no ocidente peninsular. Rumo a um novembro que será mais tranquilo. Não menos intenso, mas mais sossegado.


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

DUARTE DARMAS - AGORA, O FILME

A apresentação da exposição e do filme teve lugar em Évora, ontem à tarde. O "documentário", proposta de descodificação dos desenhos quinhentistas do genial Duarte Darmas, aqui fica. Está disponível no youtube.

Ver - www.duartedarmas.com




quinta-feira, 27 de outubro de 2022

JOSÉ ALBERTO ALEGRIA - MEMBRO HONORÁRIO DA ORDEM DOS ARQUITETOS

A cerimónia é hoje e, claro, estando em Évora não vou mesmo poder assistir a esta distinção que o José Alberto vai receber. Passa, a partir de hoje, a ser membro honorário da Ordem dos Arquitetos. Um reconhecimento muito especial, que coroa uma carreira longa e cheia de excelentes resultados.

Tive o prazer de trabalhar com o José Alberto em dois projetos: o Museu Islâmico de Mértola (1991-2001) e a exposição Marrocos-Portugal: portas do Mediterrâneo (1998-1999). Foi há tanto tempo que já quase me parece noutra existência.




A HISTÓRIA VISTA DO OUTRO LADO DO ESPELHO

É exatamente isso. Ver a História do Gharb al-Andalus a partir de recentes (re)análises. Que incluem a Arqueologia, a tradução de fontes até há pouco inacessíveis e uma produção científica que cresce, em quantidade e em qualidade.

Ainda para mais, um sábado em boa companhia.




quarta-feira, 26 de outubro de 2022

STARDUST MEMORIES Nº. 63: A BOLA DA NÍVEA

Não havia telemóveis, claro.

Os encontros combinavam-se de um dia para o outro. Se alguma coisa falhasse, era difícil a remarcação ou o reencontro.

O ponto fulcral de uma praia, o sítio que se dava como referência era "a bola da nívea". Um belo golpe publicitário, naquela altura em que nos barravam com creme branco, porque o sol fazuia bem à saúde. E íamos todos à praia para sairmos de lá queimados.

Cancros de pele? Ninguém ouvira falar em tal, como é evidente.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

RAISPARTA O RÓBERINDIANA

Não há pachorra...

A "culpa" é de Robert Indiana e do seu LOVE. Agora, não há sítio nenhum (e aqui na Lusitânia somos especialistas em imitações) onde não tenhamos letras em grande formato e em três dimensões. Fatalmente, "a coisa" chegou às autarquias. Não dão sossego aos munícipes, é o que é.


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

DUARTE DARMAS - 2004/2022, O FINAL DE UM PROJETO

Final de série!, dizia-se antigamente nos bailes.

Assim acontece com este projeto. Pensado em 2004, sucessivamente adiado até 2018. Arrancou aí, para, aos poucos, ganhar forma. Dia 27, quinta-feira, serão publicamente apresentados os resultados, em Évora.

A partir de novembro, arranca a itinerância.


ESTRADA DE MÉRTOLA

A caminho de Mértola, e da Feira da Caça, a Antena Um passou o Road to nowhere, dos Talking Heads. Um tema sem tempo.

Aquela estrada não é a de lado nenhum. É exatamente o oposto.

A feira foi uma enchente. Em todos os sentidos.

domingo, 23 de outubro de 2022

CASTELO DE S. JORGE por NIKIAS SKAPINAKIS

Um quarto de século já lá vai.

Nos dias 23, 24 e 25 de Outubro de 1997 realizou-se, no Teatro Taborda, em Lisboa, um colóquio a que se deu o título «Lisboa, encruzilhada de muçulmanos, judeus e cristãos».

A iniciativa partiu de Clementino Amaro e tinha como objectivo assinalar os 850 anos da Reconquista de Lisboa, ponto fundamental da história da cidade e um dos grandes marcos da reconquista cristã no ocidente. Se a comemoração do oitavo centenário, em 1947, fora pretexto para uma espaventosa festa centrada na exaltação dos valores do nacionalismo, que correspondiam à cartilha política de então, foi nossa intenção procurar novas leituras dos acontecimentos que levaram à passagem da cidade de Lisboa da área de influência islâmica para a cristã.

Recordo essa data, juntando-lhe uma bela imagem do Castelo de S. Jorge, da autoria de Nikias Skapinakis.


sábado, 22 de outubro de 2022

COLETIVA NO ATENEU MOURENSE

Abertura, hoje às 11 horas de exposição coletiva de fotografia e de pintura, no Ateneu Mourense. É um orgulho participar nestas coisas da minha terra. Lá estive, dando um abraço aos amigos da nova direção da coletividade, antes de flanar pelas ruas da cidade, em terra firme.

Ter de me levantar às 6 da manhã teve esta grande compensação.


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

ONDE ESTÁ O RESULTADO DA AUDITORIA?

Entrevista ao jornal "A Planície" em 15.11.2017:

"Álvaro Azedo garantiu que nos próximos dias irá solicitar à Inspecção Geral de Finanças a realização de uma auditoria ao universo da Câmara Municipal de Moura, para que o novo executivo tenha a noção exacta da realidade."

Já lá vão 5 (cinco) anos.

No dia 4 de dezembro de 2017 o presidente da câmara pediu à IGF uma inspeção tendo por objetivo "o conhecimento da saúde financeira do Município" (sic).

Qual foi a resposta da IGF?

Onde está o resultado da auditoria?

Uma coisa tenho como certa na política e na vida: a seriedade é um valor fundamental.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

NO NORTE DO GHARB AL-ANDALUS

Uma parte da aula de hoje tinha sido precisamente sobre as-Surunbaqi, esse misterioso personagem de finais do século IX e inícios do século X que dominou as serras entre Idanha e Coimbra.

As-Surunbaqi "assolou-me" horas mais tarde. A bordo do 54, uma família encontrou subitamente parentes. Pertenciam a ramos diferentes de vidas marcadas pelo nomadismo.

Pergunta - Tu és donde?

Resposta - Do norte.

Pergunta - Sim, mas do norte donde?

Resposta - De Leiria.

Tecnicamente falando, Leiria fica a norte da Amadora. Faz do norte o teu sul, poderia dizer, mas não disse, as-Surunbaqi.



GOUVEIA E MELO

Gouveia e Melo desempenhou bem a sua tarefa durante a pandemia? Creio ser uma ideia que gera largo consenso.

Isso faz dele um potencial Presidente da República? Não me parece. Não me parece que seja suficiente a montagem, com reconhecido sucesso, de uma estrutura de vacinação e ter colocado "ordem no estábulo" para ver nele um futuro Chefe do Estado. Pessoalmente, não vejo e não votaria nele.

Mas não deixa de ser engraçado - mas engraçado, mesmo - que tanta gente "da situação" esteja a ficar nervosa com a ideia. E que venha agitar o facto de Gouveia e Melo ser militar, registando-se tal como uma "falha" importante. Que militares à frente de um Estado é coisa do terceiro-mundo etc. e tal. Ficamos, portanto, a saber que, nessa perspetiva, os militares são menos cidadãos que os outros cidadãos.

Acham isto normal? Eu não acho.


quarta-feira, 19 de outubro de 2022

UMA VIDA EXEMPLAR

É um dos mais notáveis desenhos de João Abel Manta (n. 1928). Nos anos terminais do Estado Novo, as sátiras de Abel Manta revelaram-se demolidoras. Como neste "Uma vida exemplar", de 1971, que retrata o cursus honorum do homem do regime. Na altura, há já muitas décadas, ri com gosto com aquela sucessão de um tacho - dois tachos - muitos tachos. Que era típica dos próceres de então.

João Abel Manta deu depois, em 1974/75, um generoso contributo para os tempos de libertação. Os desenhos geniais que produziu aí estão para o atestar.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

AMANHÃ, HÁ GENTE DA BATALHA

Amanhã, às 17h30, haverá visita guiada à exposição "Gente da Batalha", conduzida por António Barreto (fotógrafo) e Ângela Camila Castelo-Branco (curadora).

Um trabalho feito com o apoio da Caixa Geral de Depósitos e do Mosteiro da Batalha.

Haverá, até final do ano, mais duas exposições: uma em novembro, outra em dezembro.


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A CASBAH DE MATISSE

Henri Matisse passou uma larga temporada em Marrocos, por volta de 1912/13. A produção desse período foi notável, e a ela regresso, com regularidade.

Na entrada para uma nova semana, aqui fica a entrada da casbah de Tânger, em 1912. O quadro está no Hermitage, em São Petersburgo.

SIM POR SAFARA! SIM POR SANTO ALEIXO DA RESTAURAÇÃO!

Ontem houve referendo em duas freguesias do concelho de Moura. Sim ou não à reposição das freguesias.

Copio os resultados da minha amiga Antónia Baião:
Sto.Aleixo
SIM - 319 votos
NÃO - 8 votos

Safara
SIM - 130 votos
NÃO - 59 votos
Vence o SIM com 449 votos. O NÃO teve 67 votos.

Em St.Aleixo votaram 328 eleitores, 58% dos inscritos (564).
Em Safara votam 190 eleitores, 23% dos inscritos (801).

O dado relevante é que o SIM obteve 87% dos votos. Em Santo Aleixo, a percentagem chega mesmo aos 97,5%. Uma vitória que é, antes de mais, das duas freguesias.

Contas feitas, é mais que claro que há condições para reverter um processo de união muito mal construído.

A CDU tem tido um percurso coerente ao longo de todo este processo. O caminho do PS tem sido marcado por ziguezagues permanentes, por falta de clareza e por falta de coragem. Algo que importa frisar agora.


domingo, 16 de outubro de 2022

ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA - E ASSIM PASSARAM 40 ANOS

Terra sangrenta de Serpa / terra morena de Moura, cantava Adriano Correia de Oliveira, em 1967. Adriano partiu há 40 anos, num sábado cinzento. Estava em casa, em Queluz, às voltas com o início do 2º. ano da faculdade. Um programa de rádio foi-lhe dedicado nessa mesma noite. Dezenas e dezenas de entrevistas, entremeadas com música. Uma homenagem forte, impossível de esquecer. Quatro décadas volvidas aqui recordo alguém que muita falta nos fez e faz.




CRÓNICA ONUBENSE

Foi no dia 25 de março de 1979. O Recreativo de Huelva, o clube de futebol mais antigo de Espanha, estava pela primeira vez no escalão de topo e iria receber o Real Madrid.

Um animado grupo de mourenses (conhecidos como Os caveiras, coisa que um dia contarei) resolveu por-se a caminho de Huelva para ver o jogo. A passagem da fronteira fazia-se com passaporte, não havia telemóveis, muito menos vendas online. Chegados a Huelva, a inevitável notícia: a lotação estava mais que esgotada, como se vê pela crónica do ABC. Lá andaram, de bilheteira em bilheteira fazendo o choradinho somos portugueses, viemos de longe etc. Às tantas, um dos funcionários apontou para uma porta, nitidamente para despachar, e disse "batam ali, que logo se vê". Assim fizeram. A comitiva daqueles homens de ar pesado (perto da casa dos 50, todos de sobretudo escuro, um estilo solene - quem não os conhecesse...) bateu à porta. Abriu-a um guarda civil, com o clássico tricórnio e uniforme verde-azeitoina. O mais velho puxou da carteira e abriu-a para mostrar um documento e repetir a cantilena. Não chegou a abrir a boca. Ao olhar para a carteira aberta, o militar fez uma rígida continência e ordenou, marcialmente, "pasen!". Os caveiras entreolharam-se rapidamente e entraram sem dizer palavra para um camarote, magnificamente situado, de onde viram o jogo.

O episódio foi-me contado, anos mais tarde, por um divertido Rafael Pereira, que me disse, intrigado: "sabes, Santiago, ainda hoje para saber quem é que raio ele pensou que nós éramos!".

Crónica inócua? Decerto. Mas recordar estas coisas faz(-me) bem. Dos caveiras já só restam dois. Chamam-se João Macias e Joaquim Santos e têm 85 e 86 anos.

UMA PLANTA ESPANHOLA DE MOURA, EM 1834

Às voltas com a infindável procura de elementos sobre a minha terra, fui dar com mais esta planta (data de 1834!) num arquivo militar espanhol. As perspetivas estão ligeiramente distorcidas e há distâncias que estão falseadas. Mas é, sem dúivida, um poderoso elemento informativo. E veio lançar-me uma dúvida sobre o verdadeiro estado das muralhas no século XIX...


sábado, 15 de outubro de 2022

AMANHÃ HÁ REFERENDO, NO CONCELHO DE MOURA

 Amanhã. há referendo em duas freguesias do concelho de Moura.

O que está em causa é a reposição das freguesias de Safara e de Santo Aleixo da Restauração.

Há quem esteja ao lado das populações. Como a CDU.

E há os que dizem que estão.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

PRÉMIO GULBENKIAN

O esplendoroso cenário do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian serviu na perfeição para a cerimónia de entrega do Prémio Gulbenkian para a Humanidade que ontem teve lugar. Foram distinguidas duas entidades:IPBES e IPCC
Como se lê no site da Fundação: "o júri do Prémio distinguiu, ex-aequo, duas organizações intergovernamentais que produzem conhecimento científico, alertam a sociedade e contribuem para que os decisores tomem medidas mais fundamentadas no combate às alterações climáticas e à perda de biodiversidade". Uma importante intervenção, que a cada dia que passa se torna mais decisiva.

HOMO BORRELLENSIS

Josep Borrell, que é economista de formação, veio dizer que a Europa é um paraíso e a maior parte do resto do mundo é uma selva. O discurso depois surge mais nuanceado (está disponível na totalidade em https://www.eeas.europa.eu/eeas/european-diplomatic-academy-opening-remarks-high-representative-josep-borrell-inauguration_en) mas importaria que Borrell dissesse à custa de quê e de quem se constroem os (nossos) paraísos.

As nossas lideranças europeias estão neste nível. O que explica quase tudo.



quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A CONSTRUÇÃO DA PAISAGEM, EM MONSARAZ

Domingo, será dia de Monsaraz. Para falar do projeto sobre Duarte Darmas (tenho a sensação que isto se irá repetir e tripetir...), numa sessão em que partilharei o espaço de intervenção com Álvaro Beleza, presidente da SEDES. Vai ser interessante ensaiar outras formas de ver a paisagem.



quarta-feira, 12 de outubro de 2022

ATENAS, 1963

A fotografia é do Museu da Acrópole. O fotógrafo é Elliott Erwitt. O ano é aquele em que nasci. Mergulhado que ando no mundo grego é altura para voltar a museus de outros tempos. De olhar para imagens bonitas. E de preparar o encerramento do ano no Panteão Nacional: 2 livros, 2 novas exposições, 2 concertos (talvez venham a ser 3 ou 4), 12 visitas guiadas, 1 video promocional etc.. Que daqui até ao final de 2022 já só vão 80 dias. E não vou dar a volta ao mundo.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

NO CHÃO DA AVENIDA DE BERNA, ENTRE OLDENBURG E SEGAL

Um casaco perdido no alcatrão da Avenida de Berna trouxe-me à memória as soft sculptures de Claes Oldenburg ou, talvez, alguns fragmentos de George Segal. Todo o quotidiano tem o seu toque de pop art.








RECORDAR (E AGRADECER A) SUSANA CORREIA

Secção de História da Associação dos Arqueólogos Portugueses promove, depois de amanhã, uma jornada de homenagem a Susana Correia, uma querida amiga e colega que recentemente nos deixou.

Haverá muitos testemunhos, ao longo do dia. Não irei faltar a esta iniciativa. Onde intervirei, ao final da tarde.










Programa Provisório

09h30-10h00m - Receção dos participantes

10h00m -10h30m - Abertura

10h30m - Francisco Sande Lemos - "Susana Correia nos primórdios do Campo Arqueológico de Braga (1977/78)"

10h45m – António Carlos Silva - "Uma mulher do Norte, em trânsito para o Alentejo- Lisboa, tempos do IPPC e do MNA"

11h00m – Teresa Marques - "Década de 80- A alegria do trabalho num sopro de nostalgia"

11h15m -11h30m – Pausa

11h30m – Filomena Barata - "A minha Susana e Miróbriga"

11h45m – Jacinta Bugalhão - "Legado de Susana Correia aos jovens arqueólogos".

12h00m – João Marques – “De Évora a Reguengos de Monsaraz, passando por Beja (muitas vezes): 1997-2005”

12h15m – Carlos Boavida – "«Informação Arqueológica», um boletim de e para divulgação da Arqueologia Portuguesa"

12h30m – 15h – Pausa – Almoço

15h00m - Vítor Oliveira Jorge – “Susana Helena Bastos Correia da Fonseca, antiga aluna, amiga de sempre, cidadã empenhada: a nostalgia do Sul” 

15h15m – Manuela de Deus, Florbela Costa Perpétua Guerreiro e Luís Cruz - “Susana em Miróbriga - uma encruzilhada de afetos”

15h30m – Teresa Ricou Nunes da Ponte e Luís Costa Fialho - "Carta Arqueológica de Cuba".

15h45m – Ana Sofia Antunes, Consuelo Gómez Granel, Alma Maestre Rubio e Lidia Vírseda Sanz - "Degebe em Alqueva: 1998-2001"

16h00m – Carolina Grilo - "A Rua do Sembrano, um caso paradigmático de arqueologia urbana na cidade de Beja"

16h15m – Manuela de Deus e Samuel Melro - "Susana Correia e o "enclave" do Baixo Alentejo"

16h30m – 16h45m - Pausa

16h45m - Paulo Lima - "O contributo da arqueóloga Susana Correia para a salvaguarda da história oral do sul do Alentejo: os projectos de Cuba e de Beja para o entendimento da resistência popular contra o fascismo"

17h00m - Santiago Macias - "Susana Correia e o projeto do Museu de Moura"

17h15 – Encerramento dos trabalhos

HOMENAGEM

Há muito que queria prestar esta homenagem. De manhã cedo rumei ao cemitério local, na companhia de Carolino Tapadejo. Ali se encontra a última morada de Fernando Salgueiro Maia (1944-1992), um homem que foi decisivo para o sucesso do 25 de abril. Ali estivemos, em silêncio, durante longos minutos.

Castelo de Vide alberga ainda a Casa da Cidadania, que lhe é dedicada e que tem um programa expositivo de elevada qualidade. Ali se conserva o célebre megafone que ajudou a sepultar o fascismo. É bom que a memória perdure.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

SUL BRANCO

Pintura de Ventura Porfírio (1908-1998), que pode ser vista no Cineteatro Mouzinho da Silveira, em Castelo de Vide. É uma obra dos inícios dos anos 60.

Um dia destes terá de se fazer a recolha da pintura desconhecida do século XX que faz em recantos desconhecidos.

O poema, que fala do céu azul, remete-me para outro sítio: ¡Virjen del Carmen, que estén / siempre en tus manos los remos; / que, bajo tus ojos, sean / dulce el mar y azul el cielo!

¡Granados en cielo azul!

¡Granados en cielo azul!
¡Galle de los marineros;
que verdes están tus arboles,
que alegre tienes el cielo!
¡Viento ilusorio de mar!
¡Galle de los marineros
— ojo gris, mechón de oro,
rostro florido y moreno! —
La mujer canta a la puerta:
«¡Vida de los marineros;
el hombre siempre en el mar,
y el corazón en el viento!»
— ¡Virjen del Carmen, que estén
siempre en tus manos los remos;
que, bajo tus ojos, sean
dulce el mar y azul el cielo! —
... Por la tarde, brilla el aire;
el ocaso esta de ensueños;
es un oro de nostaljia,
de llanto y de pensamiento.
 
— Como si el viento trajera
el sinfín y, en su revuelto
afán, la pena mirara
y oyera a los que están lejos. —
¡Viento ilusorio de mar!
¡Galle de los marineros
— la blusa azul, y la cinta
milagrera sobre el pecho! —
¡Granados en cielo azul!
¡Galle de los marineros!
¡El hombre siempre en el mar,
y el corazón en el viento!

Juan Ramón Jiménez

domingo, 9 de outubro de 2022

MOURA VEZES DOIS EM "TERRA, PEDRAS E CACOS DO GARB AL-ANDALUS"

Avesso que sou a congressos, desta vez a coisa é a dobrar (com um texto a meias com o meu colega e amigo José Gonçalo Valente). As provas finais estão a ser revistas. Antes do final do ano haverá livro (um volume com largas centenas de páginas). O convite para uma conferência, neste encontro que teve lugar em 2020 representou um regresso a estas lides. Investigação, e arqueologia e museus como mote de um trabalho que se aproxima das quatro décadas.

Moura está lá com a Mouraria. E noutro artigo, onde se propõem correspondências toponímicas:
Laqant / Moura
Halq az-Zawiya / Arrifana
Kanisat al-Gurab / Senhora da Rocha.




sábado, 8 de outubro de 2022

CARMO MONGE, NA CASA DO ALENTEJO

Cores fortes e primárias são o ponto de partida da exposição da mourense Carmo Monge, patente a partir de hoje na Casa do Alentejo, em Lisboa. A inauguração foi uma oportunidade para ver a pintura e para conviver com alguns expatriados que por aqui estão.

Carmo Monge expôs anteriormente na Casa-Museu Silvestre Raposo, em Vila Nova de S. Bento.

Esqueci-me de lhe perguntar se a presença subliminar de Nicolas de Staël é uma citação ou uma mera coincidência.







sexta-feira, 7 de outubro de 2022

CASTELO DE VIDE, EM MODO DE ABERTURA

As Jornadas de Castelo de Vide deram-me a oportunidade de divulgar um projeto que agora finalizo. Coube-me a conferência de abertura (Duarte Darmas – desenhador do rei e construtor da imagem do Portugal raiano). Um momento francamente bom, revisitando outro Alentejo. Embora não tenha deixado de pensar "convidado para fazer este género de aberturas? estás a ficar velho, é o que é...".


quinta-feira, 6 de outubro de 2022

A MONTANHA PARIU UM RATO

A montanha pariu um rato é um expressão muito comum. Aplica-se a um razoável número de situações. Quem foi seu autor? O escritor grego Esopo, nascido em finais do século VII a.C. e que faleceu em meados do século VI a.C.. Transcrevo do site https://ciberduvidas.iscte-iul.pt:

'Mons parturibat, gemitus immanes ciens,

eratque in terris maxima exspectatio.

At ille murem peperit. Hoc scriptum est tibi,

qui, magna cum minaris, extricas nihil.

(Fedro, Fábulas de Esopo, Livro IV, XXII – Mons parturiens) 

A tradução é esta:

A montanha dava à luz, no meio de gemidos medonhos,/imensa era nos povos a expectativa./Mas ela pariu um rato./Isto foi escrito para ti,/ que, embora projetes grandes coisas,/nada acertas.



quarta-feira, 5 de outubro de 2022

PRÉMIO VILALVA 2023

Estão abertas, até 31 de janeiro de 2023, as candidaturas ao Prémio Gulbenkian Património - Maria Tereza e Vasco Vilalva.

Ver - https://gulbenkian.pt/fundacao/premios/patrimonio-maria-teresa-vasco-vilalva/

Vencedores nos últimos 3 anos:

2022 - Restauro dos tetos mudéjares da Sé do Funchal

2021 - Reabilitação da igreja de São José dos Carrpinteiros (Lisboa)

2020 - Restauro da igreja de Santa Isabel (Lisboa)


terça-feira, 4 de outubro de 2022

LIII - CRÓNICAS OLISIPONENSES: AMORES E DESAMORES NA CIDADE

Da esquina da Calçada do Cascão com a Rua do Museu de Artilharia à Rua do Mirante a distância é curta. 400 metros separam estas duas declarações. Uma que pede mais amor. Outra que diz gosto de ti mas não gosto de mim. Quem escreverá estas coisas na calada da noite (parto do prinncípio que é à noite). E porquê? E para quê?

RUA DO MIRANTE, Nº. 15

Uma cidade morre assim.

Os novos moradores não serão daqui. Os antigos e os vizoinhos dos antigos irão para outros lados. O anchluss social chama-se gentrificação.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

DUARTE DARMAS - ON LOCATION

Última volta na manivela, como se dizia noutros tempos. Manhã passada em Colares. Com o filme já a ser montado, ainda se fez um aditamento, graças à generosidade do Jorge.  Como depois se verá, o mote é dado por um conto de Jorge Luis Borges, "Funes ou a memória".