sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

TOP 10 DO ANO DE 2021

E este ano de 2021 foi o quê, no meio da pandemia e com tantas limitações? E com outros momentos difíceis. Pois bem, o ano foi sobretudo profissional. Área em que escolhi 10 momentos que (me) foram decisivos.


25.2 - PANTEÃO NACIONAL

Foi este o dia em que soube que a minha vida iria, uma vez mais, mudar. O primeiro lugar no concurso para diretor do monumento apontava o triénio 2021/2024 como um futuro próximo. O dia 1 de abril marcou um novo início.










8.4 - CERCA MOURA

No meio de todas as incertezas, era apresentado ao público o vídeo "Percorrendo a Cerca Moura" que seria (espero que ainda possa ser) a peça central da exposição Lisboa Islâmica. Um projeto começado, parado, retomado, interrompido e suspenso. Pode ser que ainda se concretize. A esperança ainda não se (me) apagou.

O melhor de tudo? Somar a uma amizade antiga (do Miguel Gomes Martins), as novas (Jorge Ramos de Carvalho, Fernando Carrilho, Pité Amaral, Manuel Fialho Silva...). O vídeo é excelente, e não é ao guião que me refiro: https://youtu.be/Pmz-8GuIP9k










13.7 - NOS CORPOS SOCIAIS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MUSEOLOGIA

A tomada de posse foi no Palácio Nacional da Ajuda. Este passo na carreira trouxe-me ao convívio mais próximo com colegas que muito prezo.







24.7 - BISSAU EM VILA FRANCA

Ida ao Museu do Neo-Realismo para ver uma exposição, na qual fui convidado a participar. Não sou fotógrafo, mas achei graça à presença no catálogo. Estou ao lado, na sala, de Pierre Verger. Terão adivinhado?

















11.9 - LANÇAMENTO "MOVRA MEDIEVALIS"

Depois de vários adiamentos, o lançamento do livro (em trio, como José Gonçalo Valente e José Francisco Finha) teve lugar. Ao ar livre, à entrada da Mouraria. Um fantástico final de manhã.










22.9 - CORO GULBENKIAN NO PANTEÃO NACIONAL

Por opção, não programei para os meses de abril a agosto. Aconteceram algumas iniciativas, mas foram sobretudo meses de preparação. Setembro teve já outro ritmo, num percurso que foi depois ganhando lógica e consistência.

Um grande momento: a atuação do Coro Gulbenkian, transmitido na RTP2 em 26 de dezembro.












30.9 - ESCAVAÇÕES COM SITE

E o mês acabou com uma excelente notícia: o apoio da DGPC a um plano de digitalização de dados e de colocação online dos principais materiais da escavação do Castelo de Moura. O domínio já foi registado: www.castelodemoura.com.
















19.10 - ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Primeiro momento de grande impacto público, a sessão de homenagem a Aristides de Sousa Mendes representou também o arranque de um conjunto de iniciativas centradas na figura do diplomata. E que prosseguem, até março.









23.10 - CAIXA CULTURA

Anúncio dos resultados do Prémio Caixa Cultura. Cujo júri integro. A participação neste painel é um desafio interessante. Prevejo uma chuva de candidaturas em 2022.










18.12 - DUARTE DARMAS

Quase final de um percurso. Depois dos 1.500 exemplares depositados na casa da Salúquia, está em construção avançada a exposição que acompanha o projeto. Um "até-parece-mentira" de algo que remonta a 2004.

Lançamento em janeiro ou em fevereiro de 2022.



quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

HOJE, EM MOURA

O quadro do menino da lágrima é, juntamente com o dálmata de loiça, um símbolo importante da cultura de feiras e mercados da segunda metade do século XX. Desconheço o nome do autor dos dálmatas de loiça. Mas o menino da lágrima saiu do pincel, não muito privilegiado, de Bruno Amadio "Giovanni Bragolin" (1911-1981). Mas que é um sucesso, lá isso é.

Ao assistir, ontem, à parte final da Assembleia Municipal, em Moura, dei-me conta de como a política local caiu numa sub-cultura ideológica que oscila entre o menino da lágrima, o dálmata de loiça e os azulejos com quadras. Aquilo que vi/ouvi da parte do presidente e do vice-presidente da CMM é o reflexo do total desprestígio em que se mergulhou a autarquia. Valeram-nos as intervenções dos eleitos da CDU. Há futuro e há esperança.

À falta de argumentos usa-se a chantagem ("não vai haver esta e aquela obra, porque o orçamento vai ser chumbado", uma mentira sem medida) e desconsideram-se adversários. Prometem-se obras em catadupa, não havendo capacidade política para conduzir os processos e as concretizar. Uma simples comparação entre mandatos anteriores e 2017/2021 mostra bem o que digo.

No final, e ante os descabelados ataques que me foram dirigidos, o meu camarada José Maria Pós-de-Mina "desafiou-me" a intervir em próxima assembleia, no período reservado ao público. Um convite que me agradou. Lá estarei.












terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A CASUALIDADE DE UM SIMBOLISMO

Ao sair de casa, há dias, dei com este globo (um objeto quase desaparecido, nos nossos dias) no passeio da Praceta Conde Arnoso, na Buraca. Eis o planeta Terra embrulhado num saco de plástico e ali ao abandono. Do ponto de vista ambiental, a imagem não podia ser mais precisa. O planeta embrulhado em plástico e nós embrulhados e confinados. Resta-nos a esperança. E a vontade de nunca desistir.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

ÁRVORE DA PARTILHA 2021

Agora que o ano se aproxima do fim, ainda é tempo de celebrar um ritual, iniciado há já uns bons anos, em Moura. A árvore da partilha, que envolve muita gente, com um excelente propósito. A ideia continua, felizmente.

A fotografia está no facebook (autora: Olímpia Limpo)




domingo, 26 de dezembro de 2021

CONCERTO DO CORO GULBENKIAN NO PANTEÃO NACIONAL - HOJE, NA RTP2

É logo mais, às 19:07. O concerto do passado dia 22 de setembro foi gravado e vai ser difundido logo mais. A não perder, porque o maestro Jorge Matta, o Coro Gulbenkian e a equipa da RTP tiraram o máximo partido do Panteão Nacional.


sábado, 25 de dezembro de 2021

TODOS E TODAS E TODES E TOD@S

E a falta de pachorra que me entra nestas alturas!

Pensando que quem se estará a rir é o Presidente Ramalho Eanes, cujo sotaque (pode dizer-se sotaque ou isso também não é correto?...) provocava o gáudio das elites lisboetas em meados da década de 70, porque não dizia todos, mas sim "todes", e "isse" e não isso, porque é assim que se diz na sua terra. Estava certo antes do tempo. Ou do tempe.

Vale a pena ler o que Fernando Venâncio escreveu sobre o tema, na sua página do facebook. Como se costuma dizer, fala quem sabe. No caso do Fernando, de quem sabe muito.

NATAL ANTIGO

Já uma vez aqui falei deste "jingle", que sempre me acompanhava na altura do Natal. Devo-o ter visto, pela primeira vez, em 1968 ou 1969. Na verdade, era muito parecido, mas não era exatamente este... É que no final da década de 60, ainda não havia DC-10. E a VARIG só passou a operar com esse modelo a partir de 1974. Onde andará o meu anúncio?...



quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O MOMENTO DECISIVO

Tenho uma recordação muito precisa do momento em que a fotografia foi feita. Aquele final de manhã foi de emoções fortes. Quase 20 anos depois da cheia de 1997 chegava ao fim um dos processos mais marcantes da minha carreira. Um projeto arrancado a ferros, no qual peguei em final de 2005 e que me "levaria" 11 anos. O José Maria Pós-de-Mina entregou-me o dossiê, discutindo-o de perto durante 8 anos. E lá esteve, conforme fiz questão de assinalar, naquela manhã de domingo (18.12.2016).

A conclusão da obra de regularização da Ribeira da Perna Seca - financiamento municipal a 100%, que o Poder Central do PS e do PSD bem que fizeram questão em ignorar a obra - foi um motivo de justificado orgulho para a Câmara Municipal de Moura e para a Junta de Freguesia do Sobral da Adiça.

Ao longo daquela manhã, duas coisas se me começaram a tornar claras: a minha carreira de presidente da câmara aproximava-se (por opção pessoal) rapidamente do fim; a minha ligação aquela aldeia e aos amigos que ali fizera ia ficar para sempre. Não me enganei.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

MUSEU ISLÂMICO DE MÉRTOLA - 20 ANOS

Pois é. Brincando, brincando já lá vão 20 anos. Uma experiência extraordinária que, em breve, será recordada ao vivo.

A inauguração foi no dia 21 de dezembro de 2001. Foi uma das mais marcantes experiências pessoais, do ponto de vista profissional. E fez parte de um ciclo decisivo. Entre 1998 e 2001 houve as Memórias Árabo-Islâmicas em Portugal, o Portugal Islâmico, Marrocos-Portugal: portas do Mediterrâneo e o Museu Islâmico. Quatro anos alucinantes e que me atrasaram (feliz atraso!) dramaticamente o doutoramento.

Peguei no processo em 1991 e atravessei toda uma década numa angustiosa demanda por causa do financiamento do projeto. A obra custaria cerca de 700.000 euros e o Campo Arqueológico de Mértola não tinha um cêntimo. Como diria, e disse, um célebre dirigente desportivo "está tudo acertado, só falta o dinheiro". Uma tarefa fácil, portanto.

Vou deixar os detalhes para o encontro que virá a ter lugar.

Para já, basta-me um "longa vida ao Museu de Mértola!".

Ver - https://www.museudemertola.pt



segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O MPLA, ANGOLA E O CONCORDE

Esta história está no twitter do meu amigo José Correia Guedes. Nunca de tal tinha ouvido falar. É um episódio espantoso, não se chegando a perceber se foi distração pura ou provocação política. Não sei porquê, mas vou mais por esta última possibilidade.


domingo, 19 de dezembro de 2021

JOSÉ DIAS COELHO (1923-1961)

Faz hoje, em rigor será logo mais ao fim do dia, 60 anos que a PIDE assassinou, a tiro, numa rua de Alcântara, o militante do PCP José Dias Coelho.

O silêncio na comunicação social (com a exceção da SÁBADO) é, hoje, total. O assunto não é "disruptivo" nem está na moda.

O registo aqui fica, em reconhecimento de todos os que lutaram contra o fascismo.

DANTE NO PANTEÃO NACIONAL

A visita foi em meados de outubro. A jornalista Ana Daniela Soares Ferreira e Alberto Manuel escolheram o Panteão Nacional para mais um programa de A vida privada dos livros.

Porquê? Porque a Divina Comédia é a obra preferida do escritor e bibliófilo. E foi traduzido por Sophia de Mello Breyner Andresen. Durante 15 intensos minutos, e da floresta obscura do ponto de partida, se falou do pecado e do castigo, do falhado regresso à pátria de origem, da retidão medieval, de Virgílio e do poder das palavras. "A arte é parte da nossa alma", sublinhou Alberto Manguel.

De visão obrigatória:

https://www.rtp.pt/play/p9466/a-vida-privada-dos-livros?fbclid=IwAR1W2xsk82_ike02p-PqKoCDGa9srBuWWvt62pLC5IKTeQ36HP7jTOa9p9o



sábado, 18 de dezembro de 2021

O SR. DUARTE DARMAS CHEGOU AO SEU DESTINO...

O livro comparativo da obra de Duarte Darmas com a atualidade está impresso. Um passo decisivo num projeto iniciado em 2004 (!). Em breve começará a divulgação. Na qual terei, com prazer de agradecer a muita gente. Muita mesmo!

Quando me telefonaram da TVM dizendo "aquilo é um metro cúbico de livros" tie um arrepio. Onde guardar? A casa de Moura era a única opção.

Foi um final de manhã épico.

Um pesado recuando na Rua Afonso de Albuquerque, em Moura. Que não é exatamente um boulevard... Os vizinhos a terem de "desestacionar". O troço final da Rua Cardeal Lacerda atravancado. Um happening em plena Salúquia.

Duas paletes de livros. Ou seja, 90 caixas = 1500 volumes.

A casa da minha mãe transformada em depósito de livros. Com a solene promessa de os distribuir rapidamente.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

LEMBRAM-SE DO FADO VIKING?

Lembram-se do Povo que lavas no rio em dinamarquês? Isto foi por alturas do EURO 2004. Eu estava convencido (juraria mesmo!) que o anúncio era de uma marca de cerveja. Afinal não...

Em todo o caso, o que conta é aquele capacete decorado e o VOOOLKS a arrancar.




quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

GENTE DA BATALHA - DA JOÃO XXI PARA O CAMPO DE SANTA CLARA

Preparando, militantemente, o ano de 2022.

Está patente ao público, na sede da Caixa Geral de Depósitos, a exposição "Gente da Batalha", de António Barreto. Um conjunto de imagens notáveis, com curadoria de Ângela Castelo-Branco. O trabalho de montagem do arq. João Ferreira Borges é de altíssima qualidade.

Espero que possa ser visto, todo este conjunto, no Panteão Nacional, no próximo verão. Os ajustes da programação estão a ser feitos e estas fotografias pertencem a um panteão. Mais notícias em breve.




quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

PRR - PANTEÃO NACIONAL

PRR - CULTURA. Dia aberto no Palácio Nacional da Ajuda.

Anúncio formal e público da verba destinada ao Panteão Nacional: 946.000 euros.

Data de conclusão de todo o processo: dezembro de 2025. É possível? Sim. Com pragmatismo, energia e espírito de missão. A oportunidade é única e há que dela tirar partido.







 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

SEM MAIS COMENTÁRIOS...

 ... digam-me que é mentira.



40 ANOS JÁ LÁ VÃO

As aulas começavam às 9 horas. Havia aulas das 9 às 23. Escolhiamos professores e horários, conforme nos apetecia. Claro está que tudo aquilo era uma deliciosa e irrepetível balda. Claro está que os/as do costume vão dizer que eu tinha uma vida monástica e passava o tempo em bibliotecas e arquivos. Um "mito urbano" entre os meus amigos.

Dia 14 de dezembro de 1981 foi uma segunda-feira. O arranque do ano letivo foi nessa semana (qual setembro, qual outubro, qual novembro...). Dia 18 fomos de férias 😁. O ano letivo acabava em julho, não havia exames e as cadeiras eram anuais (ainda os educocratas e os bolonhocratas não tinha descoberto o esplendor das semestrais).

A minha primeira aula foi às 9 horas, na sala 7.2, na ala oriental, no 1º. andar. A cadeira era Matemática para as Ciências Humanas e Sociais. O dr. Marques de Almeida entrou numa sala repleta e mortalmente silenciosa. Recordo com toda a nitidez o sorriso irónico com que varreu a sala, onde havia 50 almas aterrorizadas com a palavra "matemática". Foi uma das grandes cadeiras que fiz na Faculdade e foi um dos muito bons professores que tive.

O sítio era a Faculdade de Letras de Lisboa. Aqui em baixo está uma fotografia desses tempos. Mas não é desse ano. A avaliar pelos meus óculos, deve ser de 1984 ou 1985, quando andava mergulhado no combate político e na Associação de Estudantes, que foi uma das grandes escolas por onde passei.  Tenho saudades dos tempos da faculdade? Sim, moderadamente. Tenho, vejam bem, saudades de tudo aquilo que a gente sonhava e de tudo o que não conseguimos passar à realidade. Um clássico de todas as gerações.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

UM MOURENSE NA ALTA RODA AUTÁRQUICA

Jorge Pinto, antigo vereador da Câmara Municipal de Évora e atual presidente da Assembleia Municipal de Borba, é o novo Presidente do Conselho Fiscal da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Militante do PCP, Jorge Pinto foi, durante muitos anos, um brilhante consultor na área financeira da Câmara Municipal de Moura. Trabalhámos de perto durante vários e posso testemunhar o seu elevado grau de conhecimentos e de capacidade de trabalho.

Fico muito contente com este reconhecimento. Ainda bem que, a nível nacional, se tira partido dos conhecimentos do Jorge.

domingo, 12 de dezembro de 2021

NUMA PRISÃO SUL-AFRICANA

Lembrei-me, vá lá saber-se porquê, do trabalho fantástico de Mikhael Subotzky (n. 1981) sobre as prisões sul-africanas. Vale a pena espreitar em https://www.magnumphotos.com/newsroom/society/mikhael-subotzky-vier-hoeke-four-corners/ e perceber como é esse outro mundo.

Bem entendido, os VIP não vão para esses sítios.











CELL 33, E2 SECTION, POLLSMOOR MAXIMUM SECURITY PRISON, DIE VIER HOEKE SERIES, 2004

ARTUR GOULART DE MELO BORGES - HOMENAGEM

A noite da passada sexta-feira foi um momento de verdadeira felicidade. Passei duas horas e meia na Casa dos Açores, numa homenagem ao meu amigo Artur Goulart de Melo Borges.

O Artur é de S. Jorge e fomos colegas de faculdade durante cerca de um ano (1981/82). Depois deram-lhe equivalência à licenciatura feita em Itália e ele passou, de vez, para o quadro do Museu de Évora. Tinha um ar muito jovem e foi com surpresa que soube que tinha nascido no ano dos meus pais. Mantinha com os colegas um trato de grande afabilidade, que o tornava igual a nós. O estilo calmo e fraterno permaneceu até hoje.

Foi durante mais de uma década diretor do Museu de Évora. A Casa dos Açores entendeu fazer esta homenagem pelo percurso ímpar que o Artur teve/tem. E ímpar é mesmo ímpar. Posso dar um par de exemplos. Não haveria estudos de epigrafia árabe sem ele. Arabista? Sim, com um carreira começada nesse domínio já na casa dos 40, muito perto dos 50 anos. Aprendeu árabe (a partir do zero) e leu todas as lápides existentes em Portugal. Deixou de haver epigrafia inédita. Graças a ele temos um "corpus" que valeria a pena colorir num só volume... Depois da reforma (!), lançou-se (sem receber um tostão) no inventário artístico da Arquidiocese de Évora, a convite de D. Maurílio de Gouveia, de quem foi colega no Colégio Português em Roma. Recusou que os textos fosse assinados por VIP, insistindo que a equipa de jovens que com eles colaborava tivesse direito a fazer currículo. Levou a dele avante, bem entendido.

A noite foi plena de surpresas deliciosas. Perguntei-me "porque estará o professor Onésimo Teotónio Almeida na mesa? seguramente pelo estatuto de grande intelectual e por ser açoriano", para depois vir a resposta. Tinha sido aluno do Artur no Seminário de Angra. Ainda hoje o trata, reverentemente, por "Dr. Goulart". Também não fazia a mínima ideia que o Artur é músico e toca órgão. Muito menos que é poeta e bom poeta.

Vitor Serrão se encarregou de enquadrar a carreira de investigador e de defensor do património, Delfina Porto fez as honras da casa e conduziu a sessão com suavidade e saber.

A noite foi um desfiar de recordações, pontuada pela voz dos amigos e pela leitura de poemas, lidos pela voz serena da Isabel.

À tua e à da tua família, caro Artur Goulart de Melo Borges!



sábado, 11 de dezembro de 2021

TERMINAL RODOVIÁRIO - SIM E NÃOS...

Vale a pena colocar estes temas de forma clara e objetiva. A história completa será contada algures.

Depois de 1001 voltas, o processo do terminal foi desenvolvido entre finais de 2015 e a primavera de 2017. Nessa altura o projeto estava terminado e financiado. Foi depois interrompido, com pretextos de pequena dimensão. Para justificar que o que se iria fazer era uma coisa diferente. No essencial, não é.

Perguntas e respostas:

Estou satisfeito com a conclusão do processo? SIM, naturalmente. Representa o finalizar de um projeto de grande qualidade (arq. Victor Mestre e Sofia Aleixo) em que nós (executivos da CDU) nos empenhámos. Ainda que tenha dificuldade em perceber como é que um projeto destas dimensões demore mais de 3 anos a terminar.

Concordo com a solução agora consumada? NÃO. A supressão do hostel (que dava resposta a um segmento de mercado não existente em Moura) e a entrega do primeiro piso à Rádio Planície tem razões que a razão desconhece e que o coração eventualmente conhecerá. Uma coisa é decisiva: os equipamentos como este têm de fazer parte de uma estratégia de consolidação ou de unidade dos bairros da cidade. Criar um equipamento de funcionamento pontual e instalar lá uma rádio é o contrário disso.

Consigo perceber o secretismo da inauguração? NÃO. É difícil perceber as razões que levaram a anunciar a abertura do terminal no próprio dia. A excluir os membros da Assembleia Municipal da lista dos convidados. A fazer às escondidas o lançamento de um livro. E a colocar no programa um aviso inqualificável: "beberete para convidados". Não fossem hordas esfomeadas atacar os canapés...

Consigo perceber quem é João Neves? NÃO. Na entrevista aos novos inquilinos do espaço aparece um senhor João Neves, identificado como "Vogal do Conselho de Administração das Infraestruturas de Portugal". Ora bem, nos órgãos sociais da empresa não há nenhum João Neves. Se enviaram um técnico (que me merece, à partida, consideração como trabalhador) mostraram à Câmara de Moura o respeito que têm pela autarquia. Escusado será dizer que nunca eu teria convidado as Infraestruturas de Portugal  para um tal evento...

Aditamento: entretanto o nome foi corrigido, o seu a a seu dono. Chama-se Nuno Neves, mas continua a não ser vogal do Conselho de Administração das Infraestruturas de Portugal, e sim da IP-Património. O que está muito longe de ser a mesma coisa.


"OS AMARELOS" NA CASA DO ALENTEJO

Tenho uma imagem muito clara de um festivo concerto de "Os Amarelos" na Casa do Alentejo, no final de uma Semana do Concelho de Moura, em 1981. Havia uma multidão de expatriados. Os tempos mudaram, os expatriados também e a Casa já não é vista da mesma maneira.

Fui, hoje de manhã, à Rua das Portas de Santo Antão, assistir a um conjunto da banda. Um muito bonito final de manhã. Muitos músicos jovens (alguns mais pequenos que o instrumento que tocavam), muito dedicação, muita alegria e muita competência. Há novos dirigentes, há uma outra geração a tomar conta da filarmónica, como os músicos da escola bem mostraram. Há qualidade!

Uma coisa é certa: as bandas, as associações, as coletividades precisam de apoio e de uma política de proximidade. Sem isso, tudo estará perdido.

Viva a grande banda da S.F.U.M. "Os Amarelos".

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

CONFERÊNCIA III - INÊS FIALHO BRANDÃO

Com a conferência da minha colega Inês Fialho Brandão se fecha a programação de 2021.

O balanço destes primeiros nove meses será feito em breve. Para 2022, está esquiçado o programa de trabalhos, que incluirá também o planeamento das obras para 2023.



CANDELABRO ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Está patente ao público, até 6 de março de 2022 a vídeo-escultura “CANDELABRO ASM”. Trata-se de uma obra dedicada a Aristides de Sousa Mendes, que foi imaginada pelo seu neto Sebastian Mendes, construída pelo artista plástico Werner Klotz e acompanhada por música concebida pela artista vocal Almut Kühne. Esta obra contemporânea de grande porte interpreta o dilema de Aristides de Sousa Mendes nos dias anteriores à decisão que salvaria milhares de vidas do terror nazi.


MÁSCARA Nº. 3: ALDEIA NOVA DE S. BENTO

Continuo a dizer Aldeia Nova. Os habitantes e os naturais que me desculpem. Mas soa-me melhor, provavelmente por uma questão de hábito. Tal como, tantos anos depois, gosto mais de dizer "a minha vila", quando falo de Moura.

Esta "cara" data de dia 31 de dezembro de 2018. Tenho uma memória muito precisa de quando fiz a fotografia.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

NACIONAL-ARROJISMO

Pedro Arroja é o mandatário nacional dos fachos. Fica-lhe bem, tendo em conta a "profundidade" e "inteligência" da argumentação que habitualmente usa.

Entre outras afirmações dignas de registo:

Defendeu a privatização da polícia, a privatização dos tribunais e o fim da legislação que impede o trabalho infantil. “Se a criança vai ou não trabalhar, é com os pais”. [entrevista à Grande Reportagem"]

Acabaria com o ensino obrigatório e defendeu a mercantilização das eleições, com a livre compra e venda de votos. “É precisamente a pensar nos pobres que eu punha a questão da transacção do voto. Se uma pessoa tem direito a um voto mas não quer usá-lo, tem de o deitar fora. Noutro sistema, poderá vendê-lo a alguém que queira votar várias vezes. Já viu quantos pobrezinhos ficavam beneficiados?”

A explicação para os motins [em Los Angeles], segundo Arroja, era simples. “Tem a ver com o problema negro. Que é basicamente um problema de família. Os negros não são capazes de constituir família como tendência geral, como nós constituímos. Têm muitas mulheres. E a pobreza americana, hoje, como nos outros países desenvolvidos, é sobretudo a mulher sozinha com filhos. E a maior parte das famílias negras acabam assim”.

O economista dava o exemplo do continente africano. “Vá a África e veja porque é que eles não trabalham. Gostam muito de sexo; nós também gostamos, mas se estivéssemos o dia todo na cama não fazíamos mais nada”.

E, finalmente: “O homem dá à mulher direcção, indica-lhe um caminho. Uma mulher não é capaz de definir um caminho. Sem um homem, fica sem saber o que fazer. A mulher dá ao homem equilíbrio, moderação, porque um homem sozinho só faz asneiras, como beber em excesso e conduzir o carro a 200 à hora”.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O TOP 10 DE UM BLOGUE

Ao longo de 13 anos, muitos foram os textos (quase 7000) e muitos os temas. Os dez mais lidos estão listados mais abaixo. O mais lido de todos teve a ver com a reabertura do espaço Sheherazade. Uma grande iniciativa do mandato autárquico 2005/2009, conduzida, na sua maior, parte pelo José Maria Pós-de-Mina e pelo Rafael Rodrigues.


Em resumo:

1º. Publicado em 3.setembro.2009

2º. Publicado em 23.maio.2010

3º. Publicado em 29.março.2018

4º. Publicado em 6.maio.2017

5º. Publicado em 2.novembro.2017

6º. Publicado em 14.setembro.2018

7º. Publicado em 9.setembro.2016

8º. Publicado em 13.janeiro.2020

9º. Publicado em 10.maio.2017

10º. Publicado em 31.maio.2018




TREZE ANOS

13 anos de blogue. Arrancou às 00:23 de dia 8 de dezembro de 2008. 

Por enquanto, não me apetece parar.

Neste ano tive 290.000 leituras (vai em 2.162.110), uma média de 795/dia, que não deixa de me causar surpresa.


terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O PATRIMÓNIO CULTURAL DA MINHA TERRA, O GRUPO "MOURA" E A CÂMARA DE MOURA

Publiquei, há dias, um texto no meu blogue, que depois difundi no facebook. Enviei-o, como sempre faço com os temas locais, para o grupo MOURA, onde se publicam temas de interesse mourense.

O meu texto era/é uma denúncia séria e fundamentada sobre a forma (errada) como as questões do Património têm vindo a ser tratadas desde outubro de 2017. Há, sobretudo, uma total falta de critério e de definição de princípios.

Os administradores do grupo MOURA entenderam não publicar o texto. Um direito que lhes assiste, naturalmente. Aparentemente, agora não é possível nem desejável fazer denúncias que atinjam a Câmara de Moura. Cuja incompetência atinge níveis nunca vistos. Trata-se de uma óbvia alteração de "política editorial". Já que até 2017 nunca deixaram de publicar opiniões e críticas quanto à atuação então seguida no Município.

Já agora, entre 2 e 3 de dezembro o blogue teve 16.700 visualizações. As pessoas estão atentas "e é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, / E quanto isso me basta".


"DIÁLOGO NA SÉ" EM DESPEDIDA

O projeto arrancou em 2013, salvo erro. Teve vários formatos e vários locais, dentro da Sé. Depois parou. Foi retomado em 2018. Abriu ao público em outubro de 2020. Teve a pandemia. Antes e depois.

O desafio foi colocar em diálogo os "Cristos" de Moita Macedo com as peças do tesouro da Sé Patriarcal. Um projeto que foi menos simples do que, a princípio, imaginaria. Não tanto do ponto de vista técnico, mas pelas limitações de agenda de todas as pessoas envolvidas. Fica, para o futuro, um catálogo com três textos: de D. Manuel Clemente, do Pe. Vitor Melícias e meu.

A visita de hoje, do Presidente da República, marcou o fim de um ciclo. Enquanto coordenador da exposição - agora diz-se curador... - viro uma página e fecho um ciclo.

Muito longe vão os dias, em 1980/1981, em que queria ser cineasta e fiz um documentário sobre a obra de Moita Macedo. Cineasta não seria, mas o filme foi terminado. Termina agora também o seu percurso este "Diálogo na Sé".