terça-feira, 30 de agosto de 2016

QUANDO GENE WILDER ERA WACO KID



Esta é uma das muitas cenas hilariantes de "Balbúrdia no oeste", filme de 1974. Aqui é o pistoleiro decadente Waco Kid que mostra que está de regresso. Mel Brooks nunca foi cineasta de humor subtil, mas animou a minha pardacenta adolescência. Gene Wilder, seu parceiro em três filmes, partiu ontem, aos 83 anos. Em homenagem a Gene Wilder, a um certo estilo de comédia e ao burlesco (re)vejamos estas imagens, de alguém que faz lembrar a rapidez de Lucky Luke.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

NILO


Salut à toi, Hâpy, issu de la terre
venu pour faire vivre l’Egypte,
Dont la nature est cachée, ténèbre en plein jour,
pour qui chantent ses suivants ;
Qui inonde les champs que Rê a créés
pour faire vivre tous les animaux,
Qui rassasie la montagne éloignée de l’eau
- ce qui tombe du ciel est sa rosée ;
Aimé de Geb, dispensateur de Népri,
qui rend florissants les arts de Ptah !



Os especialistas datam o texto da XVIII dinastia (1590-1292 a.C.). A ideia de saciar a montanha é precisa. O rio atingia cotas difíceis de imaginar, nos nossos dias. Depois de se construir a Barragem de Assuão esta imagem desapareceu. Não sei exatamente porque me recordei do Nilo, numa semana de estranhas evocações. Mas o hino faz bem justiça à importância do Nilo na história do Egito e da Humanidade.

A fotografia é da dupla Lehnert e Landrock. A loja que os tornou célebres ainda existe. Fica no centro do Cairo, no 44 da Sharia Sherif. Comprei lá, há muitos anos, uma reprodução igual à que encima o texto.

A ALDEIA DE SANTO ALEIXO

De entre as responsabilidades culturais de uma autarquia destaca-se esta: o estudo e a divulgação da memória coletiva. Temos, em Moura, insistido numa política que dá primazia a questões estruturais em detrimento daquilo que as circunstâncias ditam. Ou querem ditar. Por isso editámos este A aldeia de Santo Aleixo - viagem ao passado de um povo da raia. Arlindo Manuel Caldeira é um historiador que conhece, em detalhe, as regras do ofício. A invulgar competência com que geriu a informação de que dispunha não me surpreendeu. A declaração de amor que fez à aldeia, à família e aos amigos foi o grande momento da sessão de lançamento do livro.

Livro escrito em torno da imagem de uma aldeia de fronteira e da forma como isso marcou o passado do sítio A aldeia de Santo Aleixo - viagem ao passado de um povo da raia é uma obra que nos enche de orgulho. Outras edições se seguirão. Porque dos princípios não abdicamos. 

sábado, 27 de agosto de 2016

QUANDO O MATADOR ANTONIO FERRERA ESTEVE EM SANTO ALEIXO

Antes do simpático almoço com a Comissão de Festas da Tomina andei pelo pavilhão olhando os cartazes das comissões de festas e das corridas de touros de outrora. Não pude deixar de reparar neste. Faz hoje 26 anos apresentava-se em Santo Aleixo da Restauração aquele que era denominado como "o mais jovem toureiro do mundo". Na verdade, Antonio Ferrera tinha então 12 anos e não 11, mas esse é um detalhe sem relevo.

Assisti a uma faena dele, em março de 2011, em Olivença. O touro Mosquetero, da ganadaria Gracigrande, foi indultado.

Viva Antonio Ferrera! Viva Santo Aleixo da Restauração!


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

PORTUGAL INÉDITO

A ida ao Porto proporcionou-me, ontem, a descoberta de um extraordinário fotógrafo. Fico sempre um pouco despeitado, quase zangado comigo, quando me são "apresentados" estes artistas de que nunca ouvira falar. O nome de Eduardo Hernández-Pacheco nada me dizia. Uma rápida indagação permitiu-me saber que este académico extremenho, nascido em 1872 e falecido em 1965, fotografou parte do centro e do sul de Portugal, em especial na década de 1930. O interesse pela geologia não o impediu de dar atenção a temas etnográficos e antropológicos. As dezenas de fotografias em exibição na Cadeia da Relação são uma visita indispensável a um Portugal desaparecido.

Bendito Centro Português de Fotografia!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

TOMINA 2016


DIAS DE REGRESSO

Fora da aldeia, longe da aldeia e longe do mundo, fica o Convento da Tomina, num sítio onde a Fé casou com o isolamento. O convento foi erigido entre brenhas e penhascos – em sítio áspero e fragoso, diz um texto antigo -, longe de tudo e fora do mundo. Não deixa de impressionar a tenacidade dos que levaram a cabo tal empresa e habitaram o convento durante alguns séculos. A Tomina é hoje uma quase miragem. Mas é a Senhora da Tomina que dá o nome à principal festa religiosa da aldeia.

Nestes dias que agora vamos viver, a quietude é quebrada e revive uma Santo Aleixo antiga e telúrica. Terra antiga, orgulhosa e independente,  a aldeia vive dentro e fora de portas. Há muitos expatriados (margem sul do Tejo, Suiça, Deus sabe onde estão todos os que não tiveram condições para ficar...) e por isso a Festa é organizada tanto pelos que estão em Santo Aleixo, como pelos que vivem fora. Uma forma destes regressarem mais vezes ao sítio onde nasceram e que nunca esquecerão.

Nestes dias de paz e de reecontro, Santo Aleixo vive com mais intensidade o presente e o passado. Mas a aldeia precisa, nos tempos que tem pela frente, de mais que recordações. Para garantir o futuro e se manter assim, eterna, firme, garbosa e bonita. Essa é uma preocupação de todos nós, mesmo em dias de festa.

A Câmara Municipal de Moura saúda as Festas da Tomina e felicita a Comissão pelo empenho, dinâmica e entusiasmo que, no seguimento da tradição, pôs nas celebrações deste ano. Aí estaremos entre a manhã de dia 26 e a madrugada de dia 31. Porque a Festa é dos santo-aleixenses e de todos.

Santiago Augusto Ferreira Macias
Presidente da Câmara Municipal de Moura

Santo Aleixo  da Restauração, 6 de agosto de 2016

Texto para o livro das Festas de Santo Aleixo (começam amanhã). Fotografia de Zambrano Gomes.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

MEETING THE POKEMONS

Primeiro veio o convite. Uma miúda sai ao meu caminho e diz que a banda dela gostaria que eu fosse assistir à primeira atuação. Que teria lugar hoje de manhã, junto ao Centro Paroquial. Mal refeito da surpresa, disse que iria. Mais espantado fiquei ao constatar que fui o único a aceitar o convite. Ou seja, o público era eu. E mais três amiguinhos dos músicos. Convidei depois alguns colegas da equipa a fazerem-me companhia. A Ana é percussionista e canta, a Nídia toca flauta e canta, o Nuno tem uma mesa de DJ. O nome do grupo? POKEMONS (sentido de marketing não lhes falta...). Foram uns momentos bem passados. Não interessa o grau de perfeição. Interessa a vontade, a ousadia, a descontração (aos 10 ou 11 anos jamais eu teria interpelado o presidente da câmara). Aquilo acabou ali? Qual... Depois entregaram um cartão de agradecimento na receção dos Paços do Concelho.

O nosso concelho conta com eles. Um dia, o futuro dependerá da geração deles. E começa-se assim, com atrevimento, confiança e simpatia.


Obrigado Ana, Nídia e Nuno!




terça-feira, 23 de agosto de 2016

O MUNDO É GRANDE


O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.


Carlos Drummond de Andrade

Um post pode ser curto, mas não por preguiça. Hoje pensei em Paul Signac (1863-1935) e nos seus tons, ora frios, ora quentes. O Cap Canaille (belo nome!) fica no sul, sobre o Mediterrâneo. Só no sul se pinta assim, só no outro lado do sul se escreve assim.

Sursum corda...

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

UM NOVO ESPAÇO NO SOBRAL

Tirando a surpresa de ver o meu nome na placa de inauguração, o resto correu muito bem.

A Junta de Freguesia de Sobral da Adiça ganhou um novo espaço para atividades, ao qual deu o nome de Frederico Vaz Pontes. Foi uma forma de agradecer e homenagear quem cedeu o terreno à freguesia. Como referi no ato de inauguração, a gratidão é importante. E devemos reconhecer o esforço e a generosidade de quem se preocupou com a sua terra. Tenho a certeza que Frederico Vaz Pontes teria ficado satisfeito ao ver aquele espaço cheio de gente em festa, celebrando a sua terra e a sua padroeira. 



sábado, 20 de agosto de 2016

USAIN BOLT x 9

Há, desde há minutos, mais um deus no Olimpo. Um deus cool e que paira sobre a tensão. Chama-se Usain Bolt. 2008, 2012, 2016, foram os passos na carreira olímpica de quem não dá chances a outros na velocidade. A estafeta de 4x100, vencida pelos jamaicanos, foi disso prova. Nove medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos (mais 11 títulos mundiais) é um feito de exceção.

O gesto lightning bolt tem precursor no anúncio da DETA - Linhas Aéreas de Moçambique dos anos 60...

Em homenagem ao grande atleta das Caraíbas (e por prazer pessoal) tenho feito este gesto em momentos de celebração, designadamente em inaugurações. Talvez pouco formal, mas homenageio Bolt e divirto-me nessas alturas.


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

FEDERICO GARCÍA LORCA - 19 DE AGOSTO DE 1936

GACELA DEL AMOR DESESPERADO

La noche no quiere venir 
para que tú no vengas 
ni yo pueda ir. 

Pero yo iré 
aunque un sol de alacranes me coma la sien. 
Pero tú vendrás 
con la lengua quemada por la lluvia de sal. 

El día no quiere venir 
para que tú no vengas 
ni yo pueda ir. 

Pero yo iré 
entregando a los sapos mi mordido clavel. 
Pero tú vendrás 
por las turbias cloacas de la oscuridad. 

Ni la noche ni el día quieren venir 
para que por ti muera 
y tú mueras por mí.



Faz hoje 80 anos que os fascistas assassinaram o genial Federico García Lorca. Um homem de exceção, morto por isso mesmo. Honremos a sua memória. Leiamos a sua poesia. Como esta lírica Gacela del amor desesperado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

JOSÉ ORTIZ-ECHAGÜE (1886-1980)

José Ortiz-Echagüe Puertas (1886-1980) nasceu há exatamente 130 anos. Ou quase. Esta fotografia devia ter sido publicada no dia 2 de agosto. José Ortiz Echagüe (1886-1980) foi engenheiro militar, piloto, industrial e presidente da SEAT, nem mais nem menos. Começou a fotografar na adolescência, tendo publicado vários livros de inestimável importância artística e etnográfica. A leitura que faz da luz é originalíssima e a sua cultura visual é, sem margem para dúvidas, tributária de El Greco, Goya e Ribera. Nesse sentido, os trabalhos de Echagüe são profundamente hispânicos.

Aqui fica a minha homenagem.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O PASTOR

Ontem foi dia de pastoreio. Inauguração da escultura concebida por Francisco Hermenegildo. Foi uma das peças principais da exposição que esteve patente na Igreja do Espírito Santo. Está agora à entrada de Moura, na rotunda da feira.





«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»

«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»

«Muita coisa mais do que isso,
Fala-me de muitas outras coisas.
De memórias e de saudades
E de coisas que nunca foram.»

«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»

Alberto Caeiro, pois claro...

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

DESTINO - AMARELEJA

Houve regresso e uma festiva ida à Amareleja, ontem. Que terminou muito tarde, ou muito cedo, consoante a perspetiva.

Fiquei a saber ontem, de modo informal, os resultados do concurso de fotografia organizado pela Junta de Freguesia. Os vencedores não são oficialmente conhecidos, pelo que só lhes darei os parabéns, com todo o gosto, na devida altura. Não faço parte do grupo.

Tive o prazer de participar na iniciativa. Foi interessante descobrir outras leituras da Amareleja. Aqui ficam três imagens que apresentei.



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

DESTINO - BAYONNE


O porto de Bayonne já não é assim. Esta vista data de 1755, quando Claude Joseph Vernet passou pelo sítio. Bayonne é o destino de hoje, em representação do Município. Ir e vir rapidamente (1900 kms. de rajada), que na dia 14 à tarde já terei de estar na Amareleja. Trata-se de um compromisso antigo, e o cansaço vai ter outras compensações. E quem corre por gosto...

Já agora, é de Claude Vernet um célebre retrato do Marquês de Pombal, que pode ser visto no Museu da Cidade, em Lisboa.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

NA AMARELEJA, AO SOL E À LUA

De 11 a 15 de agosto, descobre-se outra Amareleja. São as festas da vila, que todos os anos se fazem e se renovam. A retrospetiva de um ano de iniciativas diz bem do que foi preciso andar para aqui chegar. A palavra “party” surge inúmeras vezes. A criatividade foi intensa e as festas foram para todos os gostos. Houve a da Beer, a da Spring, a Sunset Color, a Mistery, a Gin, a White e a Shot. Palavras inglesas que fazem parte da linguagem habitual dos mais novos. Nós talvez estranhemos, mas é melhor habituarmo-nos. É que estas festas fazem-se sob o signo da juventude. A começar pela própria Comissão de Festas. Se alguém duvida da capacidade de iniciativa e de organização dos jovens, aqui estão eles a demonstrar exatamente o contrário.

Mais uma vez, o programa é intenso e resulta de um laborioso trabalho de construção iniciado no verão do ano passado. Virão artistas de fora, com nomes sonantes nos cartazes. Mas não faltarão os nossos, os da vila. Que não ficam atrás de ninguém em qualidade. A Filarmónica e Tony das Carreiras por cá andarão. Mais os DJ locais. Disse-o no ano passado e repito-o neste: “a juventude amarelejense não vai ter descanso e não nos vai dar descanso”.

A animação é, sobretudo, noturna, as celebrações religiosas têm lugar durante o dia. O paganismo casa com a lua, a crença fá-lo com o sol. O sol é uma das imagens de marca da Amareleja. O vinho é outra. Acrescentemos agora a lua da Amareleja, que é também clara e luminosa, e diferente das demais.

De outro calor se faz também a festa. Porque calorosa é também a receção a quem visita a vila por estes dias. A forma de receber e o brio dos amarelejenses marcam estas dias e deixam marcas a quem nos visita.

A Festa de 2017 começará, dentro de dias, a ganhar contornos. O tempo não pára. A Amareleja também não.

Amareleja, 19 de julho de 2016
Santiago Augusto Ferreira Macias
Presidente da Câmara Municipal de Moura


Texto redigido para o programa da Comissão de Festas de Amareleja / Santa Maria 2016. Fotografia do blogue http://amareleja40grausasombra.blogspot.pt

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

PASSAGEM PARA A ÍNDIA

Não sei bem porquê, mas lembrei-me hoje deste filme, visto há já muitos anos. Passagem para a Índia foi o derradeiro filme de David Lean (1908-1991), tinha o realizador 76 anos. É uma obra fora do tempo (daquele tempo, ao menos), barroca  e solene. Não é um filme paternalista nem saudosista. Mas é mais convencional do que parece. Uma peça de poesia, devidamente sublinhada pela música de Maurice Jarre. Passagem para a Índia, de 1984, é o filme desta semana.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

BISSAU REVISITADO

Dia de pausa no quotidiano habitual. Pretexto para um "regresso" a Bissau, motivado por conversa recente com dois amigos de Santo Amador: José Coelho e José Barras. A memória deles desta cidade invulgar e apaixonante recua ao princípio dos anos 70. A minha é um pouco mais recente.

Aproveito para publicar esta fotografia (tirada em fevereiro de 2010) de uma belíssima mulher. Era vendedora e vinha todos os duas de Safim para trabalhar na Praça do Império (e, sim!, já sei que este não é o nome oficial, mas é assim que toda a gente a conhece...).

Completa o dia um poema de Odete Semedo. Que não conheço pessoalmente, e que teve a imensa gentileza de traduzir um livrinho meu sobre duas cidades do sul.


POEMAR

Poemar é amar o mar
Poemar é revestir o ser
Com o próprio pensamento
É trazer à superfície
O subconsciente
É ser vidente
É ser viandante
É amar a dor
E dar calor
Ao frio da noite.
Poemar é dar prazer ao ser
É estar contente
Por poder amar
E poemar é amor
Poemar é amar
Quando ao luar
O mar e a mente se entrelaçam
Quando a dor e o calor se confundem...
Poemar é amor
É amar
É mar
E é dor também

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

TELMA MONTEIRO - MEDALHA 1

Telma Monteiro - medalha de bronze (judo: - 57 kg.)

1000 E POUCOS DIAS DE MANDATO (balanço em 1.8.2016)

O texto saiu hoje, em A Planície. É a derradeira "avaliação intermédia", antes do balanço de mandato, a publicar na primavera/verão de 2017. Usa-se, muitas vezes, a expressão de Marguerite Yourcenar "o tempo, esse grande escultor". É mais interessante reproduzi-la por inteiro: Le temps, ce grand sculpteur parle du changement, de l'usure que les siècles apportent même aux statues. Julgo que a expressão é apropriada ao tipo de trabalho que se faz, às leituras que ele tem no momento e num tempo mais longo. Coisas de historiador, mas como há dias afirmava a economista Teodora Cardoso, "Hoje em dia, mais do que nunca, há duas coisas a que os economistas têm de ter muito mais atenção. Uma, é a História. É preciso perceber História para perceber Economia". Pois é...

Fotografia - Zambrano Gomes



1015 DIAS MAIS TARDE

Este texto deveria ter sido publicado no dia 15 de julho, à beira de se completarem 1000 dias de mandato autárquico. Optei nessa altura por remeter à Planície a nota de apresentação que consta no livro das Festas em Honra de Nossa Senhora do Carmo. O balanço que agora se faz só será retomado no final da próxima primavera, quando se fizer uma leitura global do que foram estes anos. Atualizemos, portanto, dados que consideramos relevantes. Eis uma visão rápida do que foi feito entre 20 de outubro de 2013 e 31 de julho de 2016.

Que inaugurações mais relevantes devemos destacar? A da Escola Básica e Jardim de Infância de Santo Aleixo (1.12.2013); a da sede da Herdade da Contenda, em Santo Aleixo (2.2.2014); a da renovação do Edifício dos Quartéis, em Moura (14.6.2014); a da delegação da Câmara Municipal, em Santo Aleixo (4.8.2014); a do Parque da Ribeira de Vale de Juncos (20.2.2015); a da exposição “Água, património de Moura”, que marcou a conclusão da primeira fase das obras no matadouro (30.7.2015); a do parque de estacionamento da Zona Industrial (29.9.2015); a do Pavilhão das Cancelinhas (22.11.2015); a do Centro Náutico da Estrela (7.5.2016); a do Parque de Leilão de Gado (12.5.2016).

A vida de uma Câmara Municipal não se resume a inaugurações. Muitas outras intervenções tiveram lugar. Sem ser exaustivo, valerá a pena recordar obras como: a reabilitação da muralha da Boavista, a reabilitação do muro sobranceiro ao Parque Infantil no Jardim Dr. Santiago, a conclusão da obra de requalificação da zona industrial, as obras de cobertura parcial da Ribeira de Vale de Juncos, os melhoramentos em escolas de ensino básico do concelho, a repavimentação da entrada de Moura (estrada do Sobral), a reabilitação do Pavilhão Gimnodesportivo, as repavimentações de arruamentos em Moura, Amareleja e na Póvoa de S. Miguel, a reabilitação da Piscina Coberta, os novos passeios na Rua dos Lameirões e na ligação ao Parque de Municipal de Feiras e Exposições, a ligação dos esgotos à ETAR, a concretização do campo de jogos na EBI de Amareleja, as obras de saneamento e de repavimentação na Rua dos Açores e na Rua da Santo António e junto à EBI de Amareleja ou o novo arranjo da rotunda da feira (com um trabalho escultórico da autoria de Francisco Hermenegildo).

Estão em curso a reabilitação do Pátio dos Rolins e a conclusão das obras na área envolvente da Ribeira da Perna Seca (Sobral), intervenção difícil e levada a cabo com financiamento exclusivo da Câmara Municipal. Estão em início de obra a reparação do caminho municipal da Freixeira e o processo de remoção das coberturas com amianto em escolas do primeiro ciclo. Preparam-se processos de lançamento de obras na Ponte do Coronheiro e na igreja de Safara. Aprovou-se uma proposta de apoio à reabilitação da igreja de Santo Amador, a ser concretizada durante o corrente ano. O projeto, já concluído, do Picadeiro da Póvoa, aguarda financiamento. Estão perto do início obras mais pequenas, mas não menos importantes, no Cineteatro Caridade e no Parque de Feiras e Exposições, sendo que neste último vão ser instalados sanitários para pessoas com mobilidade reduzida. Têm sido, sistematicamente, vindo a ser feitos trabalhos no sentido de eliminar barreiras arquitetónicas que dificultam a vida a essas pessoas. Mais adiante terão lugar os concursos para a reabilitação do Bairro do Carmo e da Torre do Relógio (Amareleja). Tomaram forma intervenções, orçadas em mais de 100.000 euros, de apoio à habitação, através no gabinete instalado na Ágora Social.

Prepara-se, bem entendido, o futuro. Os projetos com financiamento comunitário garantido ultrapassam 6.000.000 de euros, com a obra de reabilitação do antigo Grémio da Lavoura à cabeça.

Mencionemos brevemente a aprovação de planos (de urbanização e de pormenor, na Póvoa e em Amareleja), a celebração de acordos de execução, de contratos interadministrativos e de acordos de cooperação com as freguesias do concelho e a eliminação de dívidas aos Bombeiros e à RESIALENTEJO. Foi estabelecido um plano de pagamentos, que está a ser cumprido, com a Águas Públicas do Alentejo.  Foi adjudicada a parte final do processo de revisão do PDM.

Foram delineadas e postas em prática iniciativas como a Câmara Aberta (seis edições realizadas), o Fórum 21 (sete edições), Mouralumni (sete edições), Um dia na Presidência (três edições) e Presidentes de Câmara do distrito em Moura (oito edições). Como traço de ligação sublinha-se a proximidade entre eleitos e eleitores, a discusssão de temas de interesse comum e a preocupação em afirmar a realidade do nosso concelho. Cabe destaque para a designação do Presidente da Câmara de Moura como membro do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, bem como para a participação da Câmara Municipal nas reuniões da CIMBAL, da RESIALENTEJO e da Assembleia Distrital de Beja. A cooperação do Município de Moura abrange, nesta altura,  Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Promoveram-se homenagens a Álvaro Fialho e a antigos autarcas (Manuel Mestre e Romana Ângelo). Moura tornou-se ainda mais visível com a visita do Presidente da República, ocorrida na última primavera.

Escolas e movimento associativo foram vetores importantes de atuação. Salientamos aí a atribuição do Prémio de Mérito Escolar, a criação de novas bolsas de estudo, em cooperação com empresas do concelho, as múltiplas iniciativas levadas nas/com as escolas e que envolveram a Ludoteca, a Biblioteca e o Museu. Atribuiu-se a Medalha de Honra do Município à Escola Secundária de Moura. De entre um vasto leque de iniciativas que tiveram lugar, permitimo-nos ainda destacar o Carnaval das Escolas, as comemorações do Dia da Mulher, a Feira do Livro e a Árvore da Partilha. Continuaram os programas de cooperação com a COMOIPREL, com as empresas municipais Lógica e Herdade da Contenda. O movimento associativo viu consolidado o apoio concedido, com valores que ultrapassam 1.000.000 de euros.

O reconhecimento externo do trabalho do Município foi motivo para distinções de prestígio nacional, atribuídas pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, da Entidade Regional de Turismo e a da Associação Portuguesa de Museologia. Sítios como a igreja do Espírito Santo tornaram-se pontos de visita obrigatórios, com uma programação de exposições que privilegia autores locais.

O apoio à atividade empresarial foi traduzido na cedência de lotes infraestruturados (um deles com obras já em curso), no apoio à instalação do CIV e na entrega de espaços e entrada em funcionamento do Centro de Acolhimento a Microempresas de Moura. Está em curso um processo de revitalização do antigo Campo Maria Vitória, que será destinado a atividades económicas. A Câmara Municipal continuou a apostar na realização de feiras e na presença na Bolsa de Turismo de Lisboa.

Deixamos aqui de lado tudo aquilo que diz respeito ao funcionamento dos equipamentos municipais (pavilhão, piscinas etc.), à atividade diária e às respostas a inúmeras solicitações, feitas a cada momento. Deixamos aqui também de lado as múltiplas ações levadas a cabo pelos trabalhadores da Câmara Municipal de Moura (a começar pela recolha do lixo e a terminar na manutenção de redes de água, de jardins, etc.), sem os quais tudo o que foi listado não teria sido possível. Adquiriram-se novos equipamentos para o setor operacional, alterou-se o mapa de pessoal e mantiveram-se os horários de 35 horas. Comprou-se um novo terreno para expansão do estaleiro municipal.


Mais de 1000 dias já lá vão. Muitos obstáculos nos foram levantados. Outros tantos foram removidos. Continuaremos com a mesma determinação. Os próximos 12 meses serão de atividade intensa. A avaliação final cabe(rá) aos mourenses.