terça-feira, 8 de outubro de 2024

DUARTE DARMAS EM BEJA - 14ª.

E vão 14. A partir de dia 10 Duarte Darmas "vai estar" no Castelo de Beja. Fiquei muito contente com o contacto feito pela autarquia e lá estarei.

Creio que a 15ª "sessão" será em Oeiras.



 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

7.10.1969 - 55 ANOS

55 anos certos. Foi nesse dia o começo do percurso escolar. A escola era na antiga Rua da Assaboeira.

Quatro anos depois, em julho de 1973, tive direito a um diploma igual a este.


ANTÓNIO BORGES COELHO 96

TESTEMUNHO

Não é exagero dizer que a leitura de "Portugal na Espanha Árabe" moldou o meu percurso. Provavelmente, não me teria tornado historiador sem o impacto causado pelas páginas luminosas que António Borges Coelho escreveu para a 1º. e o 3º. volumes da primeira edição dessa obra. Só conheci o Borges Coelho anos mais tarde, já eu era aluno da faculdade. Infelizmente, nunca fui diretamente seu aluno. Estava de sabática, na fase final do doutoramento e tive de me contentar com uma alternativa. Em todo o caso, ele foi um dos meus professores de eleição, com o muito que me ensinou fora da sala de aulas.

O interesse de António Borges Coelho pelo Islão nunca esmoreceu, sendo depois caldeado pelas investigações sobre os Descobrimentos e, sobretudo, sobre a Inquisição, tema da sua tese de doutoramento. Isso mesmo fica claro com as sucessivas reedições de “Portugal na Espanha Árabe” e com a participação ativa nos projetos “Portugal Islâmico” (1998), “Marrocos-Portugal” (1999) e Museu Islâmico, em Mértola (2001). Uma participação solidária, empenhada e militante.

Em 1998, António Borges Coelho prefaciou “O legado islâmico em Portugal”, livro de que, em conjunto com Cláudio Tores, fui autor. Isso deu-me “pretexto” para, anos mais tarde, lhe fazer uma longa entrevista biográfica, publicada, com outros ensaios, no livro “Historiador em discurso directo” (2003), editado pela Câmara Municipal de Mértola.

Poderia repetir aqui tudo o que escrevi no parecer que a Universidade do Algarve me pediu, em 2009, no âmbito da atribuição do grau de “doutor honoris causa” a António Borges Coelho. Em especial no reconhecimento que todos lhe devemos, nos campos cívico, académico e humano.

Parabéns, neste dia do 96º. aniversário.

domingo, 6 de outubro de 2024

AMÁLIA, POR THURSTON HOPKINS

Thurston Hopkins (1913-2014) percebeu muito bem todo o dramatismo de Amália. Como lindamente se vê nesta fotografia de 1958, hoje na coleção da Caixa Geral de Depósitos.

Faz hoje 25 anos que Amália Rodrigues deixou o mundo dos vivos.

sábado, 5 de outubro de 2024

DIA DA REPÚBLICA, 2024

Dia da República no Panteão Nacional.

Assinalando o centenário da morte de Teófilo Braga (1843-1924), numa iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Cerimónia presidida pelo Chefe do Estado e que contou com a presença do Presidente do Governo Regional dos Açores, do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e do Presidente do Conselho de Administração da Museus e Monumentos de Portugal.

Há dias mais "relax"..., mas tudo correu sem falhas.


sexta-feira, 4 de outubro de 2024

CAMÕES & MAPPLETHORPE

Tanto de meu estado me acho incerto,

Que em vivo ardor tremendo estou de frio;

Sem causa, juntamente choro e rio,

O mundo todo abarco, e nada aperto.


É tudo quanto sinto um desconcerto:

Da alma um fogo me sai, da vista um rio;

Agora espero, agora desconfio;

Agora desvario, agora acerto.


Estando em terra, chego ao céu voando;

Num' hora acho mil anos, e é de jeito

Que em mil anos não posso achar um' hora.


Se me pergunta alguém porque assim ando,

Respondo que não sei; porém suspeito

Que só porque vos vi, minha Senhora.


Dois épicos pela manhã. Luís de Camões (1524-1580) e Robert Mapplethorpe (1942-1989). Uns têm, outros não. Por mais que queiram. E por mais que tentem.


quinta-feira, 3 de outubro de 2024

ARMINDO CARDOSO

É um dos grandes fotógrafos do século XX. Chama-se
Armindo Cardoso e não creio que seja muito conhecido
para lá do mundo dos que gostam de fotografia. Esteve
no Chile de Allende (a imagem é de 18 de setembro
de 1971), foi um homem comprometido com os
combates políticos do seu tempo. Com talento e com
fotografias que são documentos históricos de grande
qualidade estética.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

OS RIDÍCULOS

6 anos, 11 meses e 10 dias depois de ter deixado funções voltei a ser acusado, na Assembleia Municipal de Moura, de uma coisa qualquer. Em quase todas as sessões a cena se repete. Como em Roma, quando o célebre Catão dizia, sempre, nos seus discursos, destruam Cartago.

Há sempre um amigo que me telefona, no dia a seguir, "olha, voltaram a atirar-se a ti na Assembleia Municipal". Quase fico amuado quando isso não acontece 😂😂😂😂😂.

Fora de brincadeiras, sinto orgulho no trabalho das equipas que integrei, entre 2005 e 2017. Quisessem eles fazer a décima parte do que nós fizemos. Conseguissem eles concretizar coisas que se vejam. O resto - as críticas, os insultos, "o Dr. Santiago Macias era isto e aquilo" etc - só me dá prazer.

O que importa? O futuro, sempre!  Quem olha só para o retrovisor normalmente estampa-se.

UM GENOCÍDIO SEM FIM

Não consigo explicar, racionalmente, porquê, mas esta sucessão de factos no Médio Oriente, causou-me, do ponto de vista emocional, um impacto sem precedentes. Talvez pelo facto de se não se ver um fim neste processo. A não ser o do continuado e selvático extermínio da população palestiniana.

Em vez de imagens recentes, fui buscar esta, mais antiga, de Larry Towell. Porque o massacre é permanente. Retrata a destrruição de uma campo de refugiados, em Jenin, em 2002. Mais de 4.000 pessoas ficaram sem casa, destruídas pelo exército israelita.

Quando falarem destas operações, nomeadamente no sul do Líbano, chamem-lhes incursões, ok? Invasões é noutros sítios...


O PROJETO DO MUSEU DAS DESCOBERTAS - dia 8 (EL CORTE INGLÉS)

Falta menos de uma semana e o texto está terminado.
É uma abordagem prática e concisa ao tema. A questão central é esta: porque falhou?


terça-feira, 1 de outubro de 2024

NO INÍCIO DO ANO ESCOLAR

Nas semanas que antecedem o começo das aulas fico sempre na dúvida: este ano quantos alunos serão? Leciono, no primeiro semestre, uma cadeira de opção, aberta a outras licenciaturas, para além da História. Em 2021/22 houve um recorde de 41 (!), no ano passado eram 17, o número mais baixo desde que regressei à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Este ano são 28…

 

Nos primeiros anos, “arrancava em quarta”. Depois da apresentação do programa e da definição dos objetivos da cadeira – História do al-Andalus – iniciava as sessões, sempre às terças e quintas, sempre às 8 da manhã. Uma prática que é prática (as aulas terminam às 9.45), mas quando chego ao fim do dia o cansaço nota-se. Nos últimos dois anos – e este ano ainda de forma mais enfática – dediquei especial atenção às questões de metodologia da investigação. No fundo, como resolver na prática as questões que a investigação coloca e como se pensa, estrutura e executa um trabalho. Não são aulas exatamente “simpáticas”, mas são necessárias.

 

Questão nº 1: PLANEAMENTO. Falo-lhes sempre de Alfred Hitchcock, que gizava a produção dos seus filmes com tanto rigor, que depois achava a rodagem uma maçada… O planeamento tem de ser preciso e pensado com rigor geométrico (uma amiga em Moura dizia que eu era perfecionista e irascível, sendo que a primeira parte é exagerada e a segunda totalmente falsa). Mas não se começa um trabalho de investigação sem um plano, sem recolha de bibliografia (incluindo listagens de cotas em bibliotecas sff), sem um índice provisório do que vamos fazer, sem uma lista telefónica de colegas a quem recorrer.

 

Questão nº. 2: LOGÍSTICA E EXECUÇÃO. Tudo tem de estar preparado e, minimamente, estar previsto. “Quanto tempo vou levar em leituras?”, “de que recursos vou necessitar?”, “que impacto tem o meu trabalho?”, “como posso passar a minha mensagem?”, são questões que nos ajudam a criar uma logística interna. O improviso – “ah!, não há problema que eu desenrasco-me” –, o trabalho de terreno feito com base em meras intuições, e sem prever todas as variáveis, designadamente o que pode correr bem ou mal, é meio caminho andado para o desastre. Aconselho sempre o maior cuidado na forma de executar. E digo sempre que isso lhes será útil, quer sejam investigadores, professores ou, até, autarcas.

 

Questão nº. 3: AVALIAÇÃO E AUTO-AVALIAÇÃO. Peço sempre que sejam críticos e autocríticos. Que fujam das “inspirações” (insisto sempre que o sucesso de qualquer coisa é feito de 10% de inspiração e de 90% de transpiração), que se preparem, que fujam dos amadorismos e dos resultados de efeito fácil. Recordo-lhes sempre que o conhecimento é essencial e que uma visão global das coisas nos ajuda a perceber onde tivemos sucesso e onde falhamos.


Tenho estes, e outros princípios básicos que aqui não cabem, como essenciais numa atividade académica, profissional ou autárquica. São coisas de que alguns, por absoluta falta de conhecimento (e pela falta de vontade em aprender), por arrogância e por vaidade, se esquecem. Constato isso cada vez mais. O que é pena.


Crónica em "A Planície"




O IMIGRANTE QUE NÃO GOSTA DE IMIGRANTES

O rapaz é imigrante. É português mas não nasceu português. A questão da imigração mexe com ele, porque ele não é português.

Perceberam? OK, então têm mais sorte que eu...



segunda-feira, 30 de setembro de 2024

FANFARRA PARA OUTUBRO

Acaba setembro. O outono nota-se. Acolhamos outubro em jeito de cinema. Com a fanfarra da Century-Fox, uma inspirada ideia de Alfred Newman (1900-1970).


domingo, 29 de setembro de 2024

BORJA JIMÉNEZ E NADA MAIS...

São 19:04 de sábado (ontem) e Borja Jiménez e espera o segundo touro da tarde a porta gayola. Essa lide foi razoável, mas no quinto touro esteve a grande nível. Não houve troféu porque houve pinchazo. Uma enorme pena, porque ele estava com vontade de triunfar. E tem talento para isso.

Sevilha vale sempre a pena e a noite acabou tarde, em excelente companhia, entre a Calle Adriano, a Calle Pastor y Landero e o Paseo de Colón. 2025 está já aí...




sábado, 28 de setembro de 2024

TOPS & TOPS

Não passa um dia em que uma qualquer coisa não esteja no topo do mundo...

Um vinho de dois euros que é melhor que um de mil...

Um bairro cool.

Uma cidade desconhecida.

Uma praia onde ninguém vai.

Irra!

Quem perde tempo a inventar coisas assim??



sexta-feira, 27 de setembro de 2024

NÓS, DANIEL BLAKE

A situação está muito longe de ter os contornos de tragédia deste filme fantástico de Ken Loach, um dos maiores cineastas vivos.

Mas fez-me pensar no que isto se tornou, quando somos confrontados com a estúpida opacidade das instituições. Há 25 dias que tento contactar uma entidade estatal: o surdíssimo INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES. Números que não existem, mails onde não deve estar ninguém, centros de atendimento telefónico onde ficamos pendurados, funcionárias sem preparação que me dizem, com ar angelical, "ai eu nunca ouvi falar de uma coisa dessas". A situação permance por resolver (ou melhor, foi semi-resolvida, mas só graças a uma pessoa, de carne e osso, que trabalha noutra entidade). Ao longo dos próximos meses, vou recorrer ao velho esquema: mandarei cartas e mails e ficarei à espera. Porque para números de atendimento, para plataformas e para funcionárias de ar angelical, e que não têm a mínima ideia de assunto que vá para lá do corriqueiro, já tenho que chegue...

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

TERRA FIRME

O disco é de 1987. Os Trovante tinham gravado "Terra firme". A fotografia é de António Homem Cardoso (n. 1945) e é uma das mais belas fotografias feita para a capa de um disco. Interessa-me agora ainda mais.


quarta-feira, 25 de setembro de 2024

2024-1986 = 38

São 9:00 em ponto de dia 25 de setembro de 1986. É quinta-feira. É o primeiro dia da minha carreira como funcionário público. Que continuo a ser, 38 anos passados.

Hoje, será um dia igual aos outros: uma reunião às 10, outra às 11. E preparação das iniciativas a desenvolver nos dias 5, 6, 7 e 21 de outubro. E mais as "minhas", de dias 8, 10, 15 e 18 do mesmo mês.


terça-feira, 24 de setembro de 2024

KILL THE POOR

7:35 - Estação de Benfica. Caos total. Atrasos, supressões, um folclore que se me tornou habitual. Os utentes esperam. Os utentes são, maioritariamente, de origem africana. Não pertencem, manifestamente, aos segmentos A e B...

Dou comigo a trautear o estribilho de um velho tema (1978?) dos Dead Kennedys: KILL THE POOR. Gostava dos Dead Kennedys e gostava do punk. E da rebeldia genuína daqueles grupos.

Não matam os pobres. Limitam-se a não os ver.

Fui, contrafeito, apanhar um táxi, para não chegar atrasado à aula. Na estação o caos era cada vez maior.


segunda-feira, 23 de setembro de 2024

LAUDALINO DA PONTE PACHECO

Descoberta recente (mea culpa, mea maxima culpa...), a obra de Laudalino da Ponte Pacheco (1921-1998) é, sem meias palavras, extraordinária. São milhares de fotografias feitas, ao longo de dezenas de anos, nos Açores. Não é neo-realismo, nem compromisso social (assim me parece), mas "apenas" um registo. Que é de grande beleza e que vai ser uma fonte de insubstituível informação para se estudar os Açores nos anos 60 e 70.


domingo, 22 de setembro de 2024

LXIX - CRÓNICAS OLISIPONENSES: BRUCE LEE MATUTINO

8:50: Calçada do Cascão. A "criança" seguia rua acima, acompanhado pela mãe. A qual tinha um certo ar freak-intelectual. A "criança" (seis, sete anos), ia dando patadas à Bruce Lee, nos separadores que protegem a área destinada aos peões da zona onde circulam as viaturas. Um separador, um golpe de karaté, outro separador, outro pontapé. Segue-se a "reprimenda":

- Amor não faças isso. Dás cabo dos sapatos.

Vale a pena comentar?


sábado, 21 de setembro de 2024

O MAR SEM FIM

Três dias - estes últimos - quase submerso e trabalhando na "engenharia" de um projeto que vai ser interessante, mas de difícil montagem. O mar é o tema e os protagonistas serão dois personagens importantes da História de Portugal.

O mar sem fim começa aqui. E projeta-se, por agora, no Centro de Artes de Sines.

Neither Out Far Nor In Deep

The people along the sand
All turn and look one way.
They turn their back on the land.
They look at the sea all day.

As long as it takes to pass
A ship keeps raising its hull;
The wetter ground like glass
Reflects a standing gull.

The land may vary more;
But wherever the truth may be
The water comes ashore,
And the people look at the sea.

They cannot look out far.
They cannot look in deep.
But when was that ever a bar
To any watch they keep?


Façamos o caminho, com as palavras de Robert Frost e com Der Mönch am Meer, de Caspar David Friedrich. O quadro está na Alte Nationalgalerie, em Berlim.



quarta-feira, 18 de setembro de 2024

27000000???

Há coisas difíceis de perceber. A arquitetura é banal, para ser simpático. Os interiores de um espantoso novo-riquismo. Não há nada de distintivo na "villa". Contudo, está à venda por 27.000.000 (isso, vinte e sete milhões de euros). Quem tiver e quiser que os gaste. Sobretudo, tendo em conta que a casa não vai ter vida longa...

Mas há uma coisa que não percebo mesmo: quem e como autorizou aquela construção?



terça-feira, 17 de setembro de 2024

FAUSTO GIACCONE, NA STET

Depois de amanhã, mais uma vez se vai falar de "Portugal 1975".

STET
Rua Actor António Cardoso, 12A (Arroios, Lisboa).

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

ODEMIRA, SETEMBRO DE 1974

Um amigo fez-me chegar este extraordinário excerto do Diário do Alentejo, de setembro de 1974. Uma desavença entre o pároco de Odemira, durante as Festas da Senhora da Piedade, acabou com a Banda dos Leões (Moura) tocando o "Avante, camarada". Uma cena de filme italiano. Na Sicília, não na Lombardia, claro.

domingo, 15 de setembro de 2024

AS TRÊS FACES DE SALÚQUIA

A peça escultórica está na antiga Rua da Assaboeira, em Moura. Foi uma oferta do artista plástico Luís Camacho (1956-2024) à sua terra natal. Homenageia Salúquia, a mítica alcaideça dos tempos da Reconquista. Os motivos são solares e lunares, sobre o mármore do Alentejo. As palavras são de Almutâmide e de Luís de Camões.

Data de inauguração da escultura? Abril de 1988. Vai a caminho das quatro décadas.


sábado, 14 de setembro de 2024

3599 - pra monilhas, compadre...

Segunda e última vez que me refiro a esta treta: a maior fraude dos transportes da cidade de Lisboa. Quando queremos armar ao tecno-evoluído e depois o sistema funciona quando calha. Um dia mandei uma SMS para saber os autocarros que iam passar na paragem 2806. Eram 18:20. A resposta chegou às 19:06, já eu estava em casa. Pra monilhas, compadre...

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

PRÉMIO VILALVA 2024 - NA TARDE DE ONTEM

Teve lugar, ontem à tarde, nas instalações da Brotéria, a cerimónia de entrega do Prémio Gulbenkian Património - Maria Tereza e Vasco Vilalva. Presidiu à cerimónia o Presidente do Conselho de Administração da FCG, Prof. Doutor António Feijó.

Momentos que contam, para os premiados e, também, para os membros do júri.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

EX

Foi, há dias, apresentada uma publicação sobre o Poder Local. Tanto quanto recebi/vi só havia ex-presidentes... Ou vi mal?











Ana Teresa Vicente, Palmela

Daniel Branco, Vila Franca de Xira

Eufrásio Filipe, Seixal

Fernando Caeiros, Castro Verde 

Fernando Cruz, Montemor-o-Novo

Francisco Duarte, Castro Verde

J. Teresa Ribeiro, Vendas Novas e Crato

José Godinho, Aljustrel

José Maria Pós-de-Mina, Moura

Manuel Coelho, Avis

Santiago Macias, Moura

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

MAROC-PORTUGAL, 1999

Confesso que só hoje me lembrei da data. Três dias depois da data...

A inauguração da exposição "Maroc-Portugal, portes de la Mediterranée" teve lugar no dia 8.9.1999, em Tânger. Foi uma bela "aventura" e uma experiência inolvidável. Na fotografia, feita em Chefchaouen num dos poucos dias em que pudemos respirar, estamos (da esquerda para a direita):

eu, Rui Patarrana, Sandra Cruz, Luís Campos, Pedro Moreira, Conceição Amaral, João Gabriel Isidoro e Cláudio Torres.

A exposição ficou magnífica. Disso tenho a certeza.


AMADORA, ANO 45



O concelho onde moro faz hoje 45 anos. Até aí, a Amadora era Oeiras. A praceta onde vivo data de 1976/77. Diz uma amiga que sempre aqui residiu. Bom, há pelo menos uma prova "arqueológica" de que os prédios são anteriores a 1979. As caixas da água ainda "dizem" Oeiras.

Estou aqui há 4 anos. Conto ficar mais 5 ou 6. Para já, ainda não percebi a reputação de "cidade do crime". Nada mesmo...

terça-feira, 10 de setembro de 2024

BROTÉRIA - PRÉMIO GULBENKIAN PATRIMÓNIO

Foi anunciado ontem; a entrega do prémio terá lugar na próxima quinta-feira.

No "Público":

O júri do Prémio Vilalva decidiu atribuir por unanimidade a distinção a este "biblioteca viva", considerando que o projecto demonstrou uma “metodologia exemplar para a inventariação, preservação, restauro e disponibilização pública” do conhecimento que ali acumula. Entre os 20 candidatos ao prémio na edição deste ano, a biblioteca da Brotéria destacou-se pelo seu trabalho de limpeza, estabilização e restauro de livros em estado crítico. Além disso, destacou o júri, “o projecto contempla ainda o estímulo à investigação científica, ao gosto pela leitura e ao debate de ideias, designadamente através da disponibilização dos espólios bibliográficos de vários investigadores, o acesso digital a fundos documentais do Arquivo Romano da Companhia de Jesus e ao Fundo “Jesuítas na Ásia” da Biblioteca da Ajuda, a abertura gratuita da biblioteca ao público e uma intensa programação”, frisa a Gulbenkian.

Este ano a Gulbenkian atribuiu ainda três menções honrosas: à recuperação do Palácio de São Roque — Casa Ásia — Colecção Francisco Capelo, em Lisboa; à reabilitação do Seminário Maior de Coimbra; e ao trabalho de reabilitação e restauro do Convento de Santa Clara, no Funchal, na Madeira.

Ver, no "Público" de hoje: https://www.publico.pt/2024/09/09/culturaipsilon/noticia/restauro-biblioteca-broteria-lisboa-vence-premio-vilalva-gulbenkian-2103419

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

UMA TERRA SEM AMOS

Continuo a ter a firme convicção que são importantes as posições políticas que o PCP, em geral, tem. Reservas à parte quanto a algumas questões internacionais, não há força política que se lhe aproxime na defesa dos direitos do Povo Português.

Continuo também a achar que a comunicação não é o nosso forte, mas foi importante o que se disse no comício, como foi marcante a massa de gente que ali esteve.

Por ali andei no sábado e no domingo, sem programa pré-definido, pelo prazer de ali estar e de reencontrar amigos. Acontece sempre.

Por uma TERRA SEM AMOS, sempre!

JOÃO HOGAN, ALGO QUE JAMAIS TEM FIM

É a sexta exposição que organizamos, na sala de exposições, desde abril de 2021 no Panteão Nacional. Antes houve:

Artur Pastor - o Povo no Panteão

Panteão & Pantheon

O mar e o Mediterrâneo na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen

Natureza morta - fotografias de José Manuel Rodrigues

Fausto Giaccone - o Povo no Panteão

Agora é a vez de João Hogan. Consolida-se, assim, a parceria com a Culturgest.

Para ver até dia 1 de dezembro.

domingo, 8 de setembro de 2024

MANOLO ESCOBAR!, NUMA ESQUINA NA AMORA

Regressava da Festa do Avante! quando passei por um chiringuito (e o nome adequa-se...) na esquina da Rua da Fonte de Prata com a Rua da Sociedade Filarmónica Operária Amorense. As colunas do bar debitavam, com força, um música espanhola. Pensei, cum raio! é o Manolo Escobar! Era mesmo. Por qualquer razão, os donos do bar tinham, na seleção de músicas, Viva Almeria!, uma canção com quase 50 anos. Ia apostar que nenhum dos clientes - que bradavam sonoros olés! - fazia a mais pequena ideia que música era e quem foi Manolo Escobar. Havia um senhor de chapéu mexicano que dançava e que quando tirei, discretamente, a fotografia, já se tinha sentado.

Viva Almeria! e Viva Amora!



sábado, 7 de setembro de 2024

GANGSTERISMO DE ESTADO

O pouco recomendável Maduro comprou um avião. Ao que parece, o avião foi comprado usando esquemas e truques. Atenção, que só ele é que faz isso, mais ninguém!...

Vai daí foram (os da dimócraci e dos iuman rráites) buscar o avião a outro país e apreendenderam (assim escrevem alguns "jornalistas", sendo conveniente que se explicasse o que é uma apreensão) o aparelho.

Lembram-se de Maurice Bishop?
Lembram-se de Patrice Lumumba?
Lembram-se de Mohammad Mosaddegh?
Lembram-se de Thomas Sankara?
Ibrahim Traoré que se cuide!

Entretanto, aquela senhora de ar bonito e sorriso fotogénico que quer ser presidenta (se o outro tarado não a tramar já na terça-feira...) já declarou ao que veio:
“As commander-in-chief, I will ensure America always has the strongestmost lethal fighting force in the world”. Mainada.




PRENDA MATINAL

Estou a chegar ao local de trabalho e uma colega diz-me "está aqui uma prenda para si". Temos, até dia 15, uma exposição de trabalhos de alunos do Agrupamento 4 de outubro, de Loures. Uma das muito jovens alunas foi visitar a exposição, com os pais. É a autora do desenho que usámos para o cartaz. À saída deixou-me um bilhetinho assinado (por razões evidentes suprimi a assinatura). Chama-se a isto "ganhar o dia".
😍




 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

DAX, PORQUE DE MANHÃ É QUE SE COMEÇA O DIA...

Uma corrida às 11 da manhã?

E porque não?

O Real de Moura amanhã em Dax. Que me recorde, internacionais em Espanha, França e México. Sempre convosco, mesmo que não fisicamente.



LXVIII - CRÓNICAS OLISIPONENSES: A GRAVATA

8:55: cruzamento da Calçada do Cascão com a Rua do Paraíso.

Tenho visto muita coisa por estes lados. Encontrar uma gravata no chão, com nó ainda por desfazer, é um facto inédito. Ao lado, e apesar da hora matutina, o restaurante da esquina preparava a abertura. Os funcionários são asiáticos e mal falam português. Para dar o toque nacional, as colunas debitavam, bem alto, o Toda a noite hmmm hmmm, do Toy.

À entrada, uma senhora pergunta-me pela Igreja de Santa Engrácia. Veio de Angola e quer ir rezar e cumprir uma promessa. Explico que não é ali. Que há duas igrejas com o mesmo nome, separadas por 750 metros (raio de ideia, não é?), e que a ela quer é a outra. Aponto o caminho e ela parte, com um ar pouco convencido.

Se o Woody Allen sabe que estas ruas existem, ainda faz um filme sobre Lisboa...


quinta-feira, 5 de setembro de 2024

QUAL SERÁ O DIA???

São 11:37 (diz o registo da fotografia) e saí há minutos da Biblioteca Nacional.

Passa um avião de dois em dois minutos, ou coisa parecida. Não sei a que altura vão, mas diria que entre 40 e 60 metros por cima do topo do edifício. Estarei, eventualmente, a errar, mas isso pouco importa. Um veterano comandante da TAP disse-me, um dia, que o aeroporto deveria sair dali quanto antes.

Ontem, no seu twitter, João Ferreira recordava que "por mais de uma vez, Carlos Moedas votou contra propostas da CDU para que a Câmara Municipal de Lisboa defendesse junto do Governo o encerramento definitivo (ainda que faseado) do Aeroporto da Portela. Acrescente-se, em abono da verdade, que o PS também".

Esclareço que o meu amigo comandante não tem simpatias (nem por sombras, muito longe disso) pelo PCP.

Andamos nisto desde 1969...

HOJE, DE QUE LADO É?

A oportuna publicação, na página do facebook da Taberna do Liberato, de um conjunto de imagens feitas por Túlio Espanca em 1983, mostra, entre outros detalhes, uma particularidade da minha terra.

Durante muitos anos, o estacionamento era permitido, em dias alternados, de um lado e do outro da Rua da República. Dias ímpares de um lado, dias pares no outro. Isto criava ordenamento e facilitava a circulação e evitava, por outro lado, que fossem sempre os mesmos comerciantes a terem os carros à porta.

É claro que havia sempre a dúvida e ouvia, com frequência, o meu pai e o meu tio hesitarem "então hoje, de que lado é?". Na fotografia identifica-se o sinal.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O ESTRANGEIRO

Aeroporto do Funchal, dia 14 de maio.
A senhora do controle de raios-X falou de modo deliberadamente lento, soletrando "o se-nhor per-ce-be por-tu-guês?". Respondi, bem disposto "normalmente sim, tendo em conta que sou português". Ah, não parece nada, foi a resposta que ouvi. A Mariana, colega de viagem, riu e comentou: é que não parece mesmo nada.
Tempos antes, no Balcão da HERTZ, em Ponta Delgada, depois de ser cumprimentado com um vigoroso "good evening, sir", ouvi a funcionária exclamar "é que o senhor tem mesmo cara de estrangeiro...".
Voltou a acontecer, ontem. Se há coisa que fere a alma de um mediterrânico, puro e duro, é uma coisa destas. Dói mesmo. E isto já não deve mudar...

terça-feira, 3 de setembro de 2024

IBN SAID E A VIRGEM DOS MARINHEIROS

Esta expressiva e inovadora imagem da Virgem Maria é a Madonna dei Marinai. Encontra-se na localidade de Santa Teresa Gallura, no extremo norte da costa da Sardenha, junto ao Estreito de Bonifácio, canal de separação com a Córsega.

É muito curiosa esta ligação entre a Madonna e os marinheiros. Na costa algarvia, havia, no período islâmico, a Igreja do Corvo (Kanisat al-Gurab). Num texto do século XIII, de Ibn Said al-Maghribi, associava esta igreja aos navegadores, dizendo que ela era famosa entre as gentes do mar.


ALCÁÇOVAS...

Vai ser no dia 20 de setembro. Lá/cá estarei, recuperando um velho tema: o do reflexo da feudalização nas estruturas das fortificações.

Programa e demais informações em https://chul.letras.ulisboa.pt/eventos-detalhe.php?p=1722


segunda-feira, 2 de setembro de 2024

JOÃO ABEL MANTA

Há uma grande exposição sobre João Abel Manta no Palácio Anjos, no concelho de Oeiras. Um artista menos conhecido por cá do que devia. A exposição está muito bem montada, com textos curtos e legíveis (!).

Jamias se dissociará o seu percurso artístico do contributoi que nos deu em 1975/75. Inolvidável, porque genial.

Espantou-me que não houvesse uma só referência, por curta que fosse ao JAM/arquiteto. Tem obra e muito boa, e também ela muito gráfica. Como se pode ver pelo projeto (com Manuel Botelho) para a Caixa Geral de Depósitos, em Mafra.


1250 DIAS

Estou aqui há 1250 dias.
Até bem entrado o ano de 2020 nunca tinha considerado esta possibilidade.
Depois dos anos de Mértola (1991-2005), de Moura (2005-2017) e da "travessia do deserto" (2018-2020), esta parece ser a fase final da carreira profissional. Ou muito perto disso.
Estes anos têm sido complexos e pouco fáceis. Os recursos financeiros escasseiam e a montagem de iniciativas tem dificuldades significativas.

Num balanço breve, e não completo:

10 exposições de maior dimensão

13 exposições mais pequenas

7 livros publicados

77 concertos, espetáculos de dança e sessões de leitura

5 cerimónias oficiais

19 colóquios, debates e congressos

32 entrevistas, gravações de programas, registos de imagens etc.

24 folhas-resumo de divulgação mensais (a partir de setembro de 2022)

17 boletins mensais (a partir de abril de 2023)

6 sessões de cinema

Etc.











Fotografia: Mike Brocklebank

domingo, 1 de setembro de 2024

DUAS ARQUETAS ISLÂMICAS DO CASTELO DE MOURA

É um tema recorrente na minha vida e dará, dentro de meses, mote para um pequeno livro. Em meados da década de 80 deram entrada, no Museu de Moura, dois conjuntos de plaquinhas pintadas provenientes de escavações do castelo feitas no castelo em 1980 e em 1981, sob a direção de Jorge Pinho Monteiro, entretanto falecido.

Arcas de marfim, primorosamente lavradas, já tinha visto. O Tesouro da Sé de Braga tem uma, de inícios do século XI... Mas placas pintadas (mais pobres, em osso!), nunca tinha visto. Valeu-me a ajuda de Guillem Rosselló-Bordoy (1932-2024), grande erudito e homem de extrema simplicidade. Orientou-me “vê o livro de Blythe Cott e os textos de José Ferrandis; começa por aí”. Duas semanas em Madrid fizeram-me girar entre a biblioteca do Instituto Arqueológico Alemão e do Museu Arqueológico Nacional. Perplexo, reparei que as “minhas” peças nada tinham a ver com o luxo de arte de corte das siculo-arabic publicadas por Cott. E que as figurinhas humanas pintadas na arca de Moura eram muito semelhantes às representadas nas peças de cerâmica esgrafitada de Murcia. Data dos materiais murcianos? Segunda metade do século XII. Uma cronologia compatível com a que eu propunha (finais do século XII – inícios do século XIII). Há cerca de 15 anos, as escavações no Castelo de Moura “deram” mais conjuntos de painéis em osso, como idêntica decoração aos que já existiam, mas sem dúvida pertencentes a outras arquetas.

A procura de paralelos prolongou-se ao longo dos anos. Até dar, quase por acaso, com uma peça quase idêntica à de Moura, no Victoria & Albert Museum, em Londres. A datação atribuída no site, tal como no livro “Islamic Arts from Spain”, bem como a origem sugerida (sul de Portugal ou de Espanha) era, também, a que eu próprio propunha para os materiais de Moura. Intrigado, arranjei forma de entrar em contacto com Mariam Rosser-Owen, conservadora do museu londrino, para saber como chegara a tal conclusão. A resposta foi desconcertante: “datei as peças a partir de um texto que você publicou; estou de acordo com a sua datação”.

Temos dado (os meus colegas, aí em Moura, e eu) a devida divulgação às peças. Que já estiveram, nomeadamente na exposição “Guerreiros e Mártires (Museu Nacional de Arte Antiga, 2020/2021). Quanto mais o tempo passa, mais me assombra a “impossibilidade” da presença destas arquetas na nossa terra. É provável que tenham vindo de um centro de produção sevilhano. A “orientalização” – da ornamentação à representação das figurinhas humanas, vestidas com o que parece ser uma túnica ou “kaftan” – é o traço mais evidente destas pequenas joias da arte islâmica. A sofisticação da cultura mediterrânica prolongar-se-ia, em Moura, até finais do século XV, como o demonstra a Bíblia Hebraica feita na nossa terra, em 1470, e que está hoje numa biblioteca em Oxford. Mas esse é outro tema, ao qual voltarei num destes dias.

Crónica em "A Planície"