terça-feira, 19 de março de 2024

CASTELO DE SÃO JORGE

Amanhã é dia de ir ao castelo. De manhã, que de tarde há um projeto em preparação para o monumento do costume e tem de ser preparado com todo o pormenor.

Em todo o caso, será um prazer regressar ao Castelo de S. Jorge. Aceitei o convite com todo o gosto. É sempre bom estar entre amigos. O meu tema vai andar em volta das casas e do quotidiano, o que não será bem uma surpresa...

Programa em: https://castelodesaojorge.pt/wp-content/uploads/2024/03/ProgramaUsos_Castelo.pdf

segunda-feira, 18 de março de 2024

UM FILME PARA ESTES DIAS: BULWORTH

Bulworth (1998) não foi um grande sucesso. Mas tem uma certa graça, no meio daquele discurso totalmente improvável. Vale a pena revê-lo, em toda a sua naïveté, à luz das coisas que vão acontecendo nos nossos dias.

domingo, 17 de março de 2024

ROMA, POUCO IMPERIAL

O Tibre, com o Mausoléu de Adriano e a cúpula de S. Pedro, ao fundo. O barco, em primeiro plano, dá um ar mais popular que imperial.

Não consegui saber quem é o autor da imagem. Parece ser do final do século XIX ou início do XX.


sábado, 16 de março de 2024

DE OEIRAS À AMARELEJA

De quarta para sábado. Falando aos mais novos sobre património e percursos.

De Oeiras para a Amareleja. Com a convicção que a transmissão de informações passa, também,  por estas sessões.

Em Oeiras a iniciativa foi da Mapa das Ideias e da Fundação Aga Khan, no âmbito de um projeto intitulado AZIMUTE.

Na Amareleja, a iniciativa intitula-se Mapa Mundo. É desenvolvido no âmbito do Projeto EPIS, Empresários Pela Inclusão Social. O Agrupamento de Amareleja aderiu ao projeto EPIS há seis anos. Trata-se de explicar percursos e experiências de vida aos mais novos. O convite partiu da Professora Romana Ferreira.





sexta-feira, 15 de março de 2024

VANITAS

Vanitas vanitatum et omnia vanitas. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade. A alocução é conhecida e está na Bíblia. Mais precisamente no Ecclesiastes, um dos livros (sécs. V-II a.C.) do Antigo Testamento.

A frase sublinha a rapidez da passagem do tempo, a vacuidade das coisas, a brevidade do sonho que a vida terrena é. Vanitas é, também, o nome dado a um tipo de pintura, muito popular no século XVII e de que esta tela é exemplo. Desconhece-se o autor da obra, datável na/da? primeira metade daquele século.

A caveira, como símbolo da efemeridade, estava quase sempre presente nestas obras. A referência ao tempo que passa, simbolizada pela ampulheta e pela vela, e à mundanidade das coisas, representada por um livro, são temas clássicos neste tipo de pinturas.

Vanitas a dobrar no Panteão Nacional: uma tela do Museu Nacional de Arte Antiga e a obra de arte urbana que Aryz concebeu para este monumento.

Projeto desenvolvido pela UNDERDOGS, em parceria com a Câmara Muncipal de Lisboa (entidade financiadora) e com o Panteão Nacional.


quinta-feira, 14 de março de 2024

AMARELEJA, DIA 16

E agora (quer dizer, não é agora, é no sábado...) vou para a Amareleja. Explicar o que foi ser presidente da câmara e o que é ser diretor de um monumento a alunos da Escola Básica Integrada. Estes desafios nunca são fáceis. E são sempre interessantes. Espero que seja também interessante para eles!


quarta-feira, 13 de março de 2024

NÃO ME MEXAM NOS JPEGs

O nome é um pouco insólito, mas é uma interessante página de divulgação de fotografia. Tem vindo a divulgar, entre muitas outras imagens, um conjunto de fotografias feitas por Toni Frissell (1907-1988) na região de Lisboa.

terça-feira, 12 de março de 2024

QUINTA DO MARQUÊS

Da Granja do Marquês (ontem) para a Escola da Quinta do Marquês (amanhã). Amanhã o desafio é sério: explicar a importância da presença islâmica a partir de uma dezena de objetos. Mas acho que por ser mais sério me dá mais prazer. Darei notícias aqui no blogue.


segunda-feira, 11 de março de 2024

MUSEU DO AR, HOJE

Motivos profissionais levaram-me, esta tarde, a uma cerimónia na Granja do Marquês. Gosto muito do Museu do Ar.

Para além da cerimónia de aniversário que ali teve lugar foi inaugurado um novo espaço, com a reprodução do gabinete do Gen. Humberto Delgado, quando esteve à frente da aeronáutica civil, nos anos 40 e 50.

Está lá também, entre muitos outros exemplares, um rutilante Dakota DC-3, o mesmo que há 77 iniciou a Linha Imperial. Magnífico, tudo aquilo.


domingo, 10 de março de 2024

MÁSCARA N°. 17: PANTEÃO NACIONAL

Um trabalho de reacondicionamento dos painéis da antecâmara do coro alto do monumento "desenhou" esta máscara.

Mais um passo, ou uma cara, nesta série.


sábado, 9 de março de 2024

GUERNICA(s)

Em Guernica solidarizaram-se com a Palestina.

Um massacre lembra outro massacre.

Faltam palavras, sobra a desolação.


sexta-feira, 8 de março de 2024

AINDA A LENDA DA MOURA SALÚQUIA

Recebi, há dias, um email de um professor da Universidade de Massachussets interessado na Lenda da Moura Salúquia. Quando nasceu a lenda?

Na verdade, não sei dizer. Uma certeza apenas: em meados do século XVII a história "já circulava". No livro de Brás Pereira (de 1642), conservado na Biblioteca Nacional (e que copia/recria a obra de Duarte Darmas), vemos uma mulher, aparentemente ensanguentada, na base de uma torre. É a alcaidessa, sem dúvida. Recordo também que, num dos livros da Chancelaria de D. Afonso III, há um texto apócrifo que alude expressamente à lenda. É uma "acrescento" tardio e de justificação. Um processo de construção da memória muito interessante, em todo o caso.







CHEGA DE FACHOS!

À saída da estação de Santa Apolónia.

Há convicções que não mudarei.

quinta-feira, 7 de março de 2024

STARDUST MEMORIES Nº. 76: JOGOS SEM PENEIRAS

Foi em 1981 e em 1982, se não me falha a memória. Na RTP havia os popularíssimos Jogos Sem Fronteiras. Em Moura, para animar as noites de verão criaram-se uns bem mais simples Jogos Sem Peneiras. Participavam, em renhidas disputas que tinham lugar na piscina municipal, os bairros da vila. Entrei na equipa da Salúquia, pois evidentemente.

De que me recordo neste momento? De uma célebre canção de João de Barro e António Almeida, celebrizada por Dick Farney: a saudade mata a gente...





quarta-feira, 6 de março de 2024

COM A CDU, COM A ESPERANÇA QUE NÃO FICA À ESPERA

Perguntaram-me, há dias, se estava disposto a integrar a lista de apoiantes da CDU.

Eh pá, quase fiquei ofendido com a pergunta 😊.

Aqui estou eu, em muito boa companhia.

VIDA BREVE

Adelino Lyon de Castro faleceu com apenas 43 anos. Deixou-nos fotografias. São imagens de que gosto. Como esta, feita certamente nos arredores de Lisboa. Surge referido como "fotógrafo amador". Interessa mais saber se era bom ou se era mau fotógrafo. Ou, como perguntavam os gregos, viveu a vida com paixão?

terça-feira, 5 de março de 2024

BIBLIOTECAS A SUL

Participação num livro de homenagem a Maria José Moura:

No dia 3 de abril de 1986, um simples despacho de Teresa Patrício Gouveia, Secretária de Estado da Cultura, criava condições para a instalação de uma rede de bibliotecas municipais. Era preciso alguém que capitaneasse o projeto. O grupo de trabalho que então se constituiu era coordenado por Maria José Moura, uma veterana bibliotecária que foi a alma do que se seguiu. E o que se seguiu foi uma verdadeira revolução cultural. Era preciso rigor administrativo, mas muito mais que isso. Era imprescindível criatividade e energia, dentro das baias da legislação. Maria José Moura fez da teoria prática. À mistura com uma fervorosa crença na capacidade da juventude.

Só a conheci depois desse processo ter arrancado. Tive a perceção de que algo único se iria passar. A minha perceção ficou, felizmente, muito aquém da realidade futura. No dia em que comecei a trabalhar na Câmara de Moura (em setembro de 1986), estava decidido a avançar para uma remodelação da Biblioteca Municipal. Passei dias a fio, nesses tempos bárbaros sem Internet nem telemóveis, até localizar Maria José Moura, então bibliotecária da reitoria da Universidade de Lisboa. Falar com ela foi o primeiro passo. O segundo, e decisivo, foi ter-nos explicado, com detalhe, o âmbito do projeto. De uma remodelação conduziu-nos, firmemente – «isto faz-se assim, perceberam?» –, para uma intervenção mais profunda e radical. A nossa candidatura seria entregue em maio de 1987. Soubemos, algum tempo depois, que Moura integrava o primeiro grupo de sete municípios que, a sul, iria ter apoio. O contrato seria depois assinado e as obras iniciadas já em 1989.

No dia em que partiu, a sua missão estava bem cumprida. Nunca, até ao fim, a vi deixar de acreditar nas bibliotecas, na capacidade das novas gerações, na decisiva importância da presença da Cultura na vida dos cidadãos. Tal como nunca deixou de acreditar e de evocar o Alentejo onde quis ficar para sempre.

A Maria José Moura, devo as primeiras e algumas das mais importantes lições da minha carreira de funcionário público. Mais importante, e é isso que se deve reter, o País deve imenso, ainda que possa não o saber, a Maria José Moura.

Obra, lançada hoje, disponível em: https://doi.org/10.4000/books.cidehus.21573


segunda-feira, 4 de março de 2024

OLIVENÇA, ONTEM

Cheguei há poucas horas de Olivença.

Não foi uma corrida extraordinária, mas teve momentos bons. Pode questionar-se o estilo deste ou daquele toureiro, mas sem espetáculo e sem arrojo não há corridas. Santa paciência... E foi por isso que Roca Rey aqueceu o ambiente.

Valeu a pena ter ido? Vale sempre a pena! Pelo sítio, pelos cartéis, pela companhia. O resto deixo para os adoradores de alfaces.


domingo, 3 de março de 2024

KANIMAMBO!!!

Kanimambo e Obrigado, diz o pastor Solly Mahlangu. Não sei qual o grupo religioso, mas parece-me muito convincente.

Dizer obrigado é bom. Obrigado a todos os que me ajudaram a construir e a concretizar este projeto. Duarte Darmas - do cálamo ao drone está fechado. Começa-se agora a segunda parte. Todos os 57 sítios, incluindo (de novo) o Alentejo. São 55 fortalezas, de Castro Marim a Caminha. Mais Barcelos e Sintra. Para já, OBRIGADO.

Obrigado, Adolfo Teles.

Obrigado, Alberto Frias.

Obrigado, Ana Maria Borges.

Obrigado, Ana Paula Amendoeira.

Obrigado, Aníbal Costa.

Obrigado, António Ceia da Silva.

Obrigado, António Pita.

Obrigado, Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Obrigado, Bruno Monteiro.

Obrigado, Cafés Delta.

Obrigado, Caixa Geral de Depósitos.

Obrigado, Câmara Municipal de Barrancos.

Obrigado, Câmara Municipal de Campo Maior.

Obrigado, Câmara Municipal de Castelo de Vide.

Obrigado, Câmara Municipal de Elvas.

Obrigado, Câmara Municipal de Mértola.

Obrigado, Câmara Municipal de Mourão.

Obrigado, Câmara Municipal de Serpa.

Obrigado, CCDRA.

Obrigado, Continente.

Obrigado, Daniel Capa.

Obrigado, Diogo Vaz Pinto Mendes.

Obrigado, Direção Regional de Cultura do Alentejo.

Obrigado, Emílio Vilar.

Obrigado, Escola Secundária de Moura.

Obrigado, Filipe Carraço.

Obrigado, Fernando Branco Correia.

Obrigado, Francisco Antunes.

Obrigado, Francisco Motta Veiga.

Obrigado, Francisco Viana.

Obrigado, Inês Boiça.

Obrigado, Isabel Martins.

Obrigado, Jacinta Grilo.

Obrigado, João Efigénio Palma.

Obrigado, João Fortes.

Obrigado, João Muacho.

Obrigado, João Serranito Nunes.

Obrigado, Joaquim Boiça.

Obrigado, Jorge Murteira.

Obrigado, Jorge Rosa.

Obrigado, Leonel Rodrigues.

Obrigado, Leonor Picão.

Obrigado, Luís Rosinha.

Obrigado, Manuela Lopes.

Obrigado, Margarida Santos.

Obrigado, Maria Clara Safara.

Obrigado, Maria do Carmo Ricardo.

Obrigado, Mário Tomé.

Obrigado, Orlando Fialho.

Obrigado, Osvaldo Fernandes.

Obrigado, Paulo Amorim.

Obrigado, Paulo Moita Macedo.

Obrigado, Pedro Cabral Gonçalves.

Obrigado, Roberto Grilo.

Obrigado, Rui Bebiano.

Obrigado, Rui Ferreira.

Obrigado, Sara Boiça.

Obrigado, Silvestre Lacerda.

Obrigado, Teresa Ferreira.

Obrigado, Tomé Pires.

Obrigado, Turismo de Portugal.

Obrigado, TVM.








sábado, 2 de março de 2024

548.970

Quase 550 quilómetros. É essa a diferença entre os dois pontos mais distantes do projeto: Castro Marim e Melgaço. Retomo, agora com um colega e amigo (Miguel Gomes Martins), uma caminhada começada a pensar em 2004, traçada em 2018 e concretizada, parcialmente, entre 2019 e 2022. Parte II do périplo de Duarte Darmas a terminar até final do próximo ano (esperamos / queremos nós).


sexta-feira, 1 de março de 2024

UMA HORTA NO TELHADO DA IGREJA DA ESTRELA

Quando me enviaram, há dias, a imagem do telhado da igreja de Nossa Senhora da Estrela fui tomado por uma sensação de profunda tristeza. Ou de desalento, nem sei bem.

 

A fotografia, feita há dias a partir de um drone, mostrava o telhado da igreja num estado absolutamente miserável. Ervas e mais ervas, causando danos ao imóvel. Conheço bem a igreja da Estrela, tal como conheço o seu processo de reabilitação. Até 2013, os estrelenses recusaram-se a usar a igreja. A obra estava por terminar e os habitantes achavam, com razão, que aquela não era a sua igreja.

 

Contactos sucessivos com a EDIA não deram em nada. A determinada altura entrou em cena a Câmara Municipal. Que se sentiu na obrigação de assumir o custo da obra que ainda falta fazer. No dia 17 de janeiro de 2013 assinou-se o contrato para concluir a obra da igreja, custo que foi assumido pela autarquia. No dia 28 de julho do mesmo ano a procissão saiu finalmente da igreja, durante a festa da aldeia. Em abril de 2013, em plena obra, a igreja tinha passado ao estatuto de monumento classificado.

 

Em 2015, o PS chumbou um pedido de empréstimo para que se concluísse a reabilitação da igreja. Desconheço o que mais fizeram, desde outubro de 2017, e até hoje, no imóvel.

 

Esta história pouco exemplar revela tudo o que têm sido os últimos seis anos e quatro meses. Muita propaganda, muitos protocolos assinados, promessas às mãos cheias. Quase nada de obras, quase nada de concretizações de fundo, para além do que vinha do passado. Miragens e mais miragens, a praia e a estação náutica e o hotel de cinco estrelas no Carmo. Valha-lhes aquilo que a CDU concretizou no passado e que serve de cartão-de-visita turístico do concelho. Valha-lhes isso.

 

Sempre tivemos como claro (refiro-me a todos os executivos camarários em que trabalhei) que devemos sempre pensar na resolução dos problemas em termos de futuro. Sempre achámos que, com os escassos recursos financeiros existentes, importa que os mesmos sejam usados em investimentos com retorno e não apenas aplicados em espetáculos sem qualquer consequência no futuro e na melhoria de vida das populações.

 

O que é que continuo a pensar? Que é preciso trabalho de fundo, que é preciso olhar para o património e fazer dele fator de desenvolvimento (e não, não é só turismo nem arqueologia e museus). Os italianos perceberam isso há muitos anos. Que é preciso coragem para fazer projetos e os concretizar. Que é preciso conhecimento (essa parte, eles não têm mesmo), reflexão e debate. E que é urgente avançar soluções

 

O que aconteceu, em 2013, na Estrela foi feito noutros tempos? Sim, noutros tempos, com outra vontade e com outra determinação. É esse caminho que é preciso retomar, impedindo que os telhados dos monumentos sejam transformados em hortas.

Crónica em "A Planície"

LACANT E A APROPRIAÇÃO CULTURAL

Qual o nome de Moura na Alta Idade Média e no período islâmico? Sobre o nome romano persistem dúvidas, mas isso é outra história...

A possibilidade do nome corresponder a Lacant foi-me sugerida pela identificação de um conjunto de estampilhas cerâmicas existentes na região de Moura e que se referem à Eclesie Sancte Marie Lacantensis. Dezenas de vezes olhara as estampilhas sem me chamarem a atenção. Um estudo de uma colega espanhola lançou-me na pista do ovo de colombo. As peças de cerâmica identificavam um topónimo que era o mesmo que fontes árabes referiam (Laqant) e que eu lera uma vez e outra. Ibn Idhari, Ibn Hayyan, Ibn al-Athir falam sempre nesse sítio "misterioso", situado algures entre Beja e Aroche. Tornou-se-me claro que Lacant correspondia à minha terra. Cujo nome passa para Mura, conforme refere Ibn al-Faradi. O meu amigo Christophe Picard chamou a isso a renovação urbana do século XI.

Desde há muitos anos que me dedico ao estudo do período islâmico. E tenho um par de textos publicados (artigos, livros...) sobre a minha terra. Não são trabalhos de que me envergonhe.

Sinto é vergonha alheia quando leio textinhos onde pessoas escrevem sobre Lacant e sobre Património Histórico, sem fazerem a mínima ideia do que falam. Ainda por cima apropriando-se de temas em que não têm qualquer mérito. Coisa que não permitirei.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

MÉXICO

Fechando o mês.

À medida que os anos vão passando, há coisas que sabemos que não faremos, por um motivo ou outro. Das minhas impossibilidade absolutas constam (momento confessional...) duas coisas de aviões:

Andar no Concorde;

Aterrar em Kai Tak.

Tenho outras que ainda espero concretizar. De entre elas (incluindo as "patrimoniais") consta esta: ver uma corrida de touros na Plaza México. Imagino, mas só imagino, que seja qualquer coisa de memorável.


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

LISBOA, ERA UMA VEZ...

O Luís Pavão ligou-me uns dias antes, porque ia fazer uma visita à exposição LISBOA FRÁGIL, para amigos ligados às arqueologias e a Mértola. Bom, eu não sabia mesmo que ele tinha sido tarefeiro do Museu Nacional de Arqueologia em 1979. Mas lembro-me bem de quando o conheci, em setembro de 1983, no Campo Arqueológico.

Foi uma visita extraordinária, simples e sensível. Que começou com a explicação de como arrancou, com o Mário Pereira, o projeto Tabernas de Lisboa. As fotografias são um testemunho de elevada qualidade e de grande valor histórico. Aquela cidade já não existe. Muitas coletividades sucumbiram, as pessoas morreram ou mudaram de sítio, o comércio de bugigangas tomou conta dos bairros populares.

Seguimos o Luís, num explicação sobre o que foi feito em cada altura, num discurso pontuado de episódios pícaros (o guarda-noturno que não levava a pistola, porque tinha medo que lha roubassem; o homem que deixava a esposa em casa e ia dançar com uma amiga para o salão de baile e foi denunciado por uma fotografia; os donos das tabernas que pensavam que eles eram das finanças; o rebanho passando mesmo junto ao antigo Estádio de Alvalade) e que não se repetirão. Ali, já não há povo. E aquela Lisboa, era uma vez... 

(a fotografia de baixo foi feita no Ginásio Clube de Alfama, que já não existe).

Exposição no Museu de Lisboa, até 23 de março.

https://museudelisboa.pt/pt/nucleos/palacio-pimenta


terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

PAN! PAN!

PAN PAN é a expressão internacional para uma emergência. O PAN é o sinal dos tempos. É o outro foco. Cadelinhas e bichanos, wiskas e coleiras, política fofa e sinecuras. O PAN também tem alma lusitana. Os cartazes são revista à portuguesa, piadas à Fernando Rocha e saudades do Maria Vitória e do Variedades, quando Eugénio Salvador era compère e agora Inês é conmère. O PAN é isto: piadas brejeiras e toques de calcanhar. Roy Boulting e o seu "Duras batalhas em camas fofas" regressam agora, em todo o seu esplendor. Com o patrocínio do PAN. PAN PAN Deus nos livre deste estado de coisas.



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

69 ANOS!

69 anos é a soma dos quatro membros do grupo Palazzo 1700. Purcell, Vivaldi e eles foram os grandes protagonistas do concerto de ontem à tarde no Panteão. Vamos no terceiro ciclo de "Música no Panteão". Cerca de 20 concertos, até agora. O de ontem teve lotação esgotada. Já vem sendo habitual.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

OUTRA CARMEN

José mata Carmen com um taco de baseball. Tudo foi americanizado. Há um rodeo e não uma corrida de touros. O libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy "diz" uma coisa, as legendas dizem outra. O primeiro cenário faz lembrar o West Side Story, não há referências a Sevilha e é tudo muito yankeeon the road.
Se "acho mal"? A encenação funciona bem. Mas não voltem a falar em "apropriação cultural", que me dá uma coisinha má.
Se gostei muito? Gosto muito mais da versão cinematográfica de Francesco Rosi, é a resposta.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

O RETIRO DO ERNESTO - LUXLIFE X 2

Um restaurante de/em Moura foi distinguido pela LuxLife. Não é a primeira vez.
Em 2023 - Best Hidden Gem Restaurant of the Year
Em 2024 - Best Cultural Gastronomy Experience 2024 – Alentejo
Já lá mandei familiares várias vezes. Correu sempre muito bem. Só consegui vaga uma vez. Isso é bom sinal, afinal de contas.
Parabéns!


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

KUSII DISMARK E AQUELA TANGA DA EUROPA DOS VALORES

O homem da fotografia chama-se Kusii Dismark. Nasceu na Costa do Marfim, viveu parte da sua vida no Gana, tem 37 anos e está há 13 em Malta. Ali fez a sua vida, fez formação profissional, abriu uma barbearia, pagou impostos e criou clientela.

Há dias, a polícia entrou no estabelecimento, levou-o (pormenor caricato: o cliente que estava a ser atendido ficou com o corte a meio...) e deu-lhe ordem de expulsão. Para não ficar impedido de voltar a entrar no país, saiu hoje voluntariamente do país.

Li a sua história ao folhear, de madrugada, a imprensa de Malta. Porque disto mais ninguém fala, nem em Portugal, nem em Espanha, nem em França, nem em Itália etc.

Kusii Dismark é a vergonha de nós todos. Peço aos meus amigos da área fofinha do Poder que não me falem da Europa dos valores e da solidariedade e do humanismo e coisas do estilo. Porque depois disparato e recorro a um vernáculo irreproduzível.


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

TURISMO EM MAIS QUE QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Numa das minhas recentes passagens por Moura um velho amigo ofereceu-me um folheto turístico da terra. Constatei, divertido, que o que há para ver é fruto das intervenções realizadas durante a gestão da CDU. É isso que é mostrado dentro e fora de portas. Fico contente, sinceramente, por ter feito parte de equipas que remoçaram a imagem da terra.

Por isso digo que o turismo está em mais que quarta-feira de cinzas. Nada de relevante e de novo foi feito. Não é que não queiram fazer. Lá querer, querem. Só que, infelizmente, não sabem nem são capazes. É pena.


ALMA DE LISBOA

Uma coisa que tem ocupado parte dos meus dias é a pesquisa iconográfica em torno de imagens que tenham o Panteão Nacional (ou sugestões do que nos façam lembrar o edifício) como tema. As obras são depois expostas na ante-câmara do Coro Alto. Já por lá passaram um retrato da infanta D. Maria, a borla e o capelo de Sidónio Pais, uma tela de Nikias Skapinakis, uma fotografia de David Stephenson, uma aguarela de Max Braumann, um fotografia de Luís Pavão, até chegarmos a esta peça de cerâmica, com um desenho de Beatriz Lamanna.

Em março haverá novidades. Regressaremos à pintura.

Vanitas vanitatum et omnia vanitas...


terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

NO DIA EM QUE VOCÊ NASCEU: O CALENDÁRIO MUÇULMANO

O calendário muçulmano é um calendário lunar e tem 12 meses, com 29 ou 30 dias. No total, cada ano tem 354 ou 355. A data de início do calendário é o ano de 622 d.C., altura em que Maomé se deslocou de Meca para Medina (Hégira -  هِجْرَة = partida)‎. A diferença para o nosso o calendário de 365 dias cria uma diferença, que vai "aumentando" com o tempo).

Como fazer a conversão? Em tempos tinhamos as tabelas de Ocaña Jiménez, que não eram nada fáceis de trabalhar e que nos permitiam perceber que data de uma calendário correspondia a quê, no outro. Mas aquilo era uma dor de cabeça.

Hoje temos a net. Que sirva positivamente para estas coisas.

Falando do ponto de vista pessoal:

Nasci a 10 de muharram de 1383.

Fui para a escola primária a 25 de rajab de 1389.

Casei-me no dia 25 de muharram de 1408.

Fui eleito presidente da Câmara de Moura no dia 25 de Dhu'l-Qa'dah de 1434.

Iniciei funções no Panteão Nacional no dia 18 de Sha'ban de 1442.

Hoje é dia 10 de Sha'ban de 1445.

Como fazer a conversão? Ver:

http://www.mela.us/hegira.html


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

FINISSAGE

E fechou hoje, com uma visita guiada de Fernando António Batista Pereira, a exposição dedicada à obra de Moita Macedo, no átrio da reitoria da Universidade de Lisboa.

É, na minha opinião, a melhor exposição jamais feita sobre o poeta e pintor. Diverti-me a ver uma pequena máquina do tempo: o documentário "Moita Macedo, pintor e poeta na revolução", realizado aos 17 anos por um futuro diretor do Panteão Nacional.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

O DISCO RISCADO DAS SONDAGENS

Em 2020 foi uma surpresa a maioria absoluta do PS. As sondagens diziam o contrário.

Nas autárquicas de 2021, Carlos Moedas era enxovalhado por Fernando Medina. Viu-se...

Durante toda esta semana era a perda de maioria absoluta do PP na Galiza, que era dada como mais que garantida.

Resultado:










Mas sondam quem? E o quê? E como? (poupem-me a explicações sobre "margens de erro"; muito agradecido)

ARUCIVETUS - UMA MEMÓRIA DE MOURA

Era um sexteto. Gravaram, em 1984, um single, em 45 rpm (rotações por minuto). Tive um gira-discos DUAL, que a minha avó Luzia me trouxe de Madrid, e que reproduzia discos em quatro velocidades: 16, 33, 45 e 78...

Voltando ao que interessa, o sexteto chamava-se ARUCIVETUS e era constituído, e seguindo a ordem da fotografia (da esquerda para a direita), por José Lourinho, Alberto Galanducho, António Bragadesto, João Fernando Costa, João Alberto Pereira e Mário Rui Ventinhas. A aventura musical não teve sequência, mas os ARUCIVETUS fazem parte da memória da minha terra e de minha geração. Na capa do meu disco lê-se: Santiago Macias 31/XII/84. Andava por Moura, como sempre, preparando a passagem de ano.

Foi graças ao José Lourinho que obtive a versão digital dos dois temas do single: Província e Sábio. Vão estar hoje (e na próxima quarta-feira) em destaque na emissão de Rádio Saudade (Moura - 92.8 FM e na net: https://rp.radioplanicie.com).