sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
GEORGES ROUAULT
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
TENHO BARCOS, TENHO REMOS
A paixão por esta moda é antiga. Em 1983 ou 1984 comprei um "single", em segunda mão, numa loja da Rua da Prata que se dedicava a esse tipo de vendas. Era uma gravação do Grupo Coral da Casa do Povo de Serpa.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
VAGA DE FRIO
A recente "vaga de frio" (mínimas de 2, 3, 4 graus..., que só podem ser mesmo problemáticas para os sem-abrigo) trouxe-me à memória a inusitada animação ocorrida em Mértola há uns bons 15 ou 16 anos. Equipas femininas do Leste Europeu vinham estagiar para cá porque o tempo era bom. Efetivamente, o final de inverno mertolense andava pelos 16/17 graus, ao nível de um verão setentrional. Muitas das atletas não perdiam a oportunidade de um bom banho de sol em trajes diminutíssimos nas varandas da residencial, para espanto e gáudio de quem passava.
Inverno em Portugal? Olhem para estas entusiastas do clube de natação de Novosibirsk...
NÃO HÁ LONGE NEM DISTÂNCIA?
O ponto mais próximo entre Europa e África é de 14 quilómetros e mais uns metros.
Em escala mourense: da ribeira de Toutalga a Safara.
Em escala lisboeta: da estação de Santa Apolónia a Santa Iria da Azóia.
Ali morre gente. Todos os dias. Uma lástima. Uma dor sem fim.
De Juan Ramón Jiménez:
El viaje definitivo
… Y yo me iré. Y se quedarán los pájaros
cantando;
y se quedará mi huerto, con su verde árbol,
y con su pozo blanco.Todas las tardes, el cielo será azul y plácido;
y tocarán, como esta tarde están tocando,
las campanas del campanario.Se morirán aquellos que me amaron;
y el pueblo se hará nuevo cada año;
y en el rincón aquel de mi huerto florido y encalado,
mi espíritu errará nostáljico…Y yo me iré; y estaré solo, sin hogar, sin árbol
verde, sin pozo blanco,
sin cielo azul y plácido…
Y se quedarán los pájaros cantando.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
JOSÉ MATTOSO
Hoje, são 90 anos e 1 dia. Completou ontem 90 anos o professor José Mattoso, um nome maior da nossa historiografia e das nossas letras.
Lembro-me dele assim, em 1990, quando foi meu professor no Mestrado de História Medieval. Tinha ele 57 anos e parecia-me num homem muito velho. Não o era, claro. Leccionava um seminário com o "terrorífico" nome de Representações Mentais do Invisível. Pior, muito pior, eu era o único aluno do seminário. Não tinha fuga possível. Aulas individuais, dadas em tom grave e sem concessões: "já leste isto? já leste aquilo? estes parágrafos que escreveste não valem a pena, não vale a pena descobrir o que está descoberto". Rigor, exigência e disciplina. Foram meses decisivos na minha vida. Levou-me a fazer um trabalho razoavelmente complexo de comparação de ritos e rituais funerários (que prolongamentos teve a Alta Idade Média no Islão Peninsular, perguntava-me ele) e que me ainda hoje me traz gratas e saborosas recordações.
José Mattoso forma, com Cláudio Torres, António Borges Coelho e Pierre Guichard, o quarteto de luxo com que me cruzei na minha carreira. Sou um tipo cheio de sorte.
Parabéns professor e até sexta.
QUANDO O VOTO VAI PARA O LIXO E NÃO SERVE PARA NADA
De surpreendente, isto nada tem.
Um oportunista será sempre um oportunista. Tenho é pena - pena mesmo, nada mais - de ver tanta gente, e por um bom par deles tenho sincera estima ou amizade, correndo atrás desta fraude. Porque Ventura é isso: uma fraude sem soluções.
Também tenho pena que tenha sido um órgão de informação nacional a assinalar este facto, e não a imprensa regional ou local.
domingo, 22 de janeiro de 2023
FORMATO? MAS QUAL FORMATO?
48 seleções??? Isto é o "formato rebaldaria". E o futebol submetido, de vez e sem retorno, aos interesses das grandes multinacionais.
1986 - 24 equipas
1998 - 32 equipas
2010 - 32 equipas
2022 - 32 equipas
Em 2034 como será? 96 equipas???
sábado, 21 de janeiro de 2023
AOS ANDALUZES DE JAÉN
As oliveiras foram pintadas por Van Gogh durante a sua estada em Saint-Rémy-de-Provence, em 1889. O quadro está hoje no MOMA, em Nova Iorque. Jáen fica mais perto.
Miguel Hernández (1910-1942) é um nome grande da poesia espanhola e de todo o mundo. O concelho de Moura guarda a duvidosa "honra" de ter sido aqui que Miguel Hernández foi preso ao tentar atravessar a fronteira, poucos dias depois de terminada a Guerra Civil de Espanha. Levado para o Rosal de la Frontera e depois para Huelva terminou os seus dias na prisão, vitimado por uma tuberculose. Estes aceituneros têm tudo a ver com este mundo em que vivemos..
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
CORO NO PANTEÃO: DOMINGO
É o terceiro concerto do segundo ciclo "Música no Panteão".
A dimensão do coro, e as características do espaço, levam a que este concerto, como outros do mesmo género, tenha lugar no espaço central do monumento.
A lotação é maior, mas não ilimitada: 250 lugares sentados, mais uma pequena margem de tolerância para quem queira ficar de pé.
SANTO ALEIXO? ALDEIAS? ORA, ORA...
Pergunta: como é que se decide a data de uma feira?
Resposta: cumprindo o respetivo regulamento municipal.
Pergunta: quando deveria ter lugar a Feira de Maio deste ano?
Resposta: de 11 a 14 de maio.
Porque é que foi alterada a data? Por causa de uma feira em Jaén, que fica a 435 quilómetros de Moura.
É mais que discutível que uma feira a centenas de quilómetros interfira com a OLIVOMOURA.
Tanta atenção a isso e tanta desatenção e tanta falta de consideração para com as pessoas de Santo Aleixo da Restauração, que fica a 30 quilómetros e celebra a Festa de Santo António nos dias 5, 6 e 7 de maio.
AMILCAR CABRAL, 50 ANOS DEPOIS
Recordo esta imagem de uma biografia sobre Amílcar Cabral (1924-1973) escrito pelo jornalista soviético Oleg Ignatiev. Gosto da fotografia e do ar de desafio.
Amílcar Cabral foi assassinado há 50 anos. A independência da Guiné-Bissau seria declarada oito meses volvidos.
A morte de Cabral, com a guerra colonial sem ponto de retorno, foi uma perda para todos nós.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
CAIRUÃO
Não vou há muitos anos a Cairuão. Uns 13 ou 14 talvez. Foi um sítio marcante, na primeira viagem à Tunísia, no verão de 2002. Tenho um par de fotografias da mesquita. Nada que se compare, ou remotamente se aproxime, ao esplendor do que Paul Klee (1879-1940) nos deixou, depois de visitar a cidade, em 1914.
Instante
Deixai-me limpo
O ar dos quartos
E liso
O branco das paredes
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
MEMORIAL DA ESCRAVATURA
Há coisas que, em Portugal, nunca perceberei.
Decidiu-se, e bem, que haveria um memorial sobre a escravatura.
Foi decidido que haveria um concurso para escolher o melhor projeto.
Ganhou o concurso o artista angolano Kiluanji Kia Henda. A instalação proposta, em torno das plantações de açúcar (e do sofrimento nelas vivido), parece interessante.
Depois nada. O processo parou. Aguardemos que a plantação nasça.
ONTEM, NA ESCOLA SECUNDÁRIA DE MOURA
Seis dezenas de pessoas numa sessão destas - num final de tarde em que se celebrava o 81º. aniversário do MAC - não é nada mau. Quarto ponto na peregrinação do projeto DUARTE DARMAS. Foi muito agradável este regresso à Secundária de Moura. Pelas presenças de muitos amigos, pelo convívio e pela possibilidade de explicar este projeto. Entre os cálamos que eu levava no bolso e o drone que o Daniel Capa trouxe, tudo ficou mais claro.
Segue-se Serpa, em fevereiro.
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
TELE-EVANGELISMO: VERSÃO LUSITANA
Uma animadora de televisão enche um pavilhão com 10.000 pessoas (19 euros a entrada), que vão ouvir um chorrilho de banalidades sobre sapatos caros e imagens da Virgem Maria. Uma parte das elites ri-se, outra desdenha.
Tendo em conta os exemplos recentes dos tele-evangelismos, eu não me riria tanto...
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
STARDUST MEMORIES Nº. 65: A ESCOLA INDUSTRIAL E SEVERO PORTELA
A fotografia deve ter uns bons 55 ou 56 anos. Foi feita no antigo átrio da Escola Industrial e Comercial de Moura. Estão os meus pais. A minha irmã, recordo-o perfeitamente (como é que é possível lembrar-me com tanta clareza?...), estava a moer-me o juízo.
Ao falar hoje com o meu amigo Jorge Pais disse-me "este painel é um trabalho de Severo Portela". Não fazia a mínima ideia dessa autoria.
A "escola industrial" é um sítio de memórias pessoais fortes. Quanto mais o tempo passa, mais fortes se tornam.
domingo, 15 de janeiro de 2023
2023 - MOMENTO 3
Foi o terceiro momento de trabalho do ano (depois de uma visita oficial a 4 e de uma filmagem a 9): casa cheia para receber Cristina Paiva e Fernando Ladeira, num momento excecional de leitura de textos de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Os primeiros seis meses estão, tranquilamente, programados. O resto se verá.
sábado, 14 de janeiro de 2023
AL-USHBUNA
Última aula do semestre. Ao vivo. Entre as 10:30 e as 13:00, pelos limites da Lisboa Islâmica. Começando pelo castelo, e indo em ziguezague, dentro e fora da cidade, até ao Campo das Cebolas, que antes era praia e agora já não é. Um percurso curto, de 2150 metros, entre ruas, muralhas, locais de culto e memórias de uma urbe mediterrânica.
Várias vezes falei de Jaime Martins Barata (1899-1970), das suas representações da conquista de 1147, tal como várias vezes mencionei o extraordinário livro "A cerca moura de Lisboa", de Augusto Vieira da Silva (1869-1951).
sexta-feira, 13 de janeiro de 2023
HERÓIS DE CHAIMITE
Vai haver uma nova linha de metro, na zona norte de Lisboa.
Vai haver novas estações. Uma delas tem o nome de HERÓIS DE CHAIMITE. Pode ser só impressão minha, mas algo me diz que "isto" não vai correr bem.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
SOPHIA NO PANTEÃO
Depois de amanhã as palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen serão ditas no Panteão Nacional. É mais uma iniciativa que está no terreno para promover e divulgar o legado de uma das homenageadas no monumento.
MEDIA & CULTURA
Manhã - entrevista para a SIC no Palácio da Calheta, para um programa a difundir daqui por uns meses.
Tarde - entrevista na Rádio Observador: um três em um, Moura + Fotografia + Duarte Darmas.
A decisiva importância da divulgação naquilo que fazemos. A imprescindível presença dos media na nossa vida profissional.
terça-feira, 10 de janeiro de 2023
AMANHÃ, NA RÁDIO OBSERVADOR (19:15)
Uma entrevista dois-em-um (projeto Duarte Darmas & Panteão Nacional) por João Paulo Sacadura, no seu programa "Convidado Extra". Amanhã, em direto, a partir das 19:15.
Ouvir em - https://observador.pt/radio/player/
LUZ
A luz da nave, ao início da noite, era quase festiva. Pelo menos quando comparada com o sol difuso que, ao longo de todo o dia, por ali andou. A luz dos cenotáfios estava acesa. O solo, preparado para receber os visitantes de terça, tinha sido encerado com afinco. O monumento é bonito aquela hora.
O poema é de Manuel António Pina.
Talvez que noutro mundo, noutro livro,
tu não tenhas morrido
e talvez nesse livro não escrito
nem tu nem eu tenhamos existido
e tenham sido outros dois aqueles
que a morte separou e um deles
escreva agora isto como se
acordasse de um sonho que
um outro sonhasse (talvez eu),
e talvez então tu, eu, esta impressão
de estranhidão, de que tudo perdeu
de súbito existência e dimensão,
e peso, e se ausentou,
seja um sonho suspenso que sonhou
alguém que despertou e paira agora
como uma luz algures do lado de fora.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2023
ÁGUA - PATRIMÓNIO DE MOURA: UMA MEMÓRIA
Na limpeza de um computador encontrei este vídeo, feito para a exposição "Água - património de Moura". Foi em 2015. A exposição em si foi um momento interessante, tanto do ponto de vista profissional, como pelo que, à sua volta, movimentou.
Muitas vezes pensei no trabalho desses meses. Apesar do enorme "stress" que tudo aquilo causou - era o comissariado de uma exposição em cima das tarefas autárquicas - sublinhou(-me) convicções:
1. É necessária imaginar;
2. É necessário planear;
3. É necessário executar;
4. É necessário divulgar.
Em pano de fundo está o conhecimento. Ou seja, a importância da investigação como base do trabalho de divulgação.
domingo, 8 de janeiro de 2023
ESPANTO E TRISTEZA
As imagens que nos chegam do Brasil são claras. Tal como clara é a classificação que a GLOBO atribui aos que hoje se movimentam em Brasília, passando de BOLSONARISTAS RADICAIS para VÂNDALOS TERRORISTAS. A face da democracia que só vale quando se ganha. Ou quando se mobilizam as forças que têm meios financeiros para um combate à margem de todas as regras.
A loucura generaliza-se. Num almoço, há dias, pessoas mais velhas e de ar responsável diziam que obviamente que tinha havido manipulação nos resultados eleitorais norte-americanos e brasileiros. Para evitar males maiores, optei por um preocupado silêncio. Se isto é nas elites...
O que se vai seguir é imprevisível. Mas vai deixar marcas. E não só no Brasil.
RAMAL DE MOURA
sábado, 7 de janeiro de 2023
UM FILME INESQUECÍVEL
Sim, este. Mulheres à beira de um ataque de nervos, rodado há 35 anos. Hoje, vá lá saber-se porquê, veio-me à memória a última cena do filme. Num filme pícaro, há uma conclusão dramática. Tudo acaba bem, felizmente.
A FACE SÍNICA DAS EMPRESAS
sexta-feira, 6 de janeiro de 2023
OBRIGADO, DOM LUÍS I
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
ONTEM: DA HOMENAGEM À CULTURGEST
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
VENTO (EM DIA DE SOL)
ALL DAY LONG
ALL day long in fog and wind,
The waves have flung their beating crests
Against the palisades of adamant.
My boy, he went to sea, long and long ago,
Curls of brown were slipping underneath his cap,
He looked at me from blue and steely eyes;
Natty, straight and true, he stepped away,
My boy, he went to sea.
All day long in fog and wind,
The waves have flung their beating crests
Against the palisades of adamant.
Este "Waves breaking against the wind" data de c.1840 e foi pintado por Joseph Turner. Está na Tate, em Londres. O poema é de Carl Sandburg (1878–1967). Quandto mais o tempo passa mais gosto de um e de outro. Vi estas nuvens contra o vento algures, há dias. É um quadro fantástico. Lembrei-me dele hoje, logo hoje que a luz jorra sobre Lisboa.
terça-feira, 3 de janeiro de 2023
TANTO QUE ME LEMBRO DE WOODY ALLEN - CAP. 2: EROTISMO MOURENSE
História com mais de 50 anos, numa taberna, em Moura.
Está a passar um filme na televisão. Um par beija-se. Um espectador, de copo de vinho na mão, agita-se "eh pá, que nojo".
Espanta-se outro frequentador, o meu pai por sinal:
"Chico, nunca beijaste a tua mulher na boca??"
"Eu não, amigo Messias, só na fácia".
Por vezes, a reprodução da espécie parece-me um quase-milagre.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
REVISITAR O TEMPO EM PAYMOGO
O meu bisavô chamava-se João Macias. Foi batizado no dia 28 de fevereiro de 1856. Faleceu em 1940. O pai dele, meu trisavô, chamava-se também João Macias e era natural de Paymogo, na Andaluzia. Tinha como avôs paternos João Garcia e Maria do Sacramento Romeiro e como avós maternos Santiago Macias e Marinha Joanna.
O meu avô chamava-se Santiago, o meu pai João. A mim batizaram-me Santiago. Estive para ser João Santiago, o que seria uma síntese perfeita de dois séculos de história. Teoricamente, deveria chamar-me Santiago Garcia.
Ir a Paymogo era uma aventura. Hoje, são cerca de 70 quilómetros entre Moura e a aldeia. Em 1973, não era assim... Do Rosal ia-se até Cortegana, depois a Almonaster la Real, depois, serra dentro, até Valdelamusa. De seguida Cabezas Rubias, em direção a Puebla de Guzmán (onde o carocha amarelo fez, uma vez, sensação, comentavam uns miúdos "mira qué coche tan bonito...", que os VW eram uma raridade na Espanha franquista). Chegava-se a Paymogo depois de uns longos, lentos e penosos 170 quilómetros.
Fiz o caminho há dias, entrando por detrás do “castillo”, na verdade uma fortificação abaluartada dos séculos XV-XVIII. Foi um mergulho rápido no passado. Entre 1967 e 1972 foram muitas as idas a Paymogo, terra dos antepassados paternos. A máquina do tempo compacta as coisas. Constatei isso na curta passagem pela aldeia. O “casino” já não é da família e não me apeteceu entrar. Havia cartazes do Barcelona, do Atlético e do Madrid, que o tio João era democrático e tinha clientes de todos... Já não deve haver o bilhar nem a casa onde se jogava à batota. Recordo a bonomia do tio João, sorrindo detrás das suas múltiplas dioptrias, que lhe permitiram passar, numa noite de inverno, montado num burro, pelo meio de uma alcateia, convencido que eram os cães do monte vizinho que não o tinham reconhecido... Em frente do “casino” ficava o cinema de verão, uma esplanada que pertencia a uma senhora chamada Silvia.
As minhas ruas eram essas: a Calvo Sotelo, que já retomou o nome antigo Del Santo, e a Calle Camioneta, onde o meu pai passou a infância. Mais o “callejón”, por onde me escapulia, quando não queria que a minha prima Maria me “detetasse”, e a Plaza de San Mateo.
Paymogo pareceu-me triste e com sinais de cansaço nas ruas e nos muros. Dos amigos daqueles dias vi o Angel, que está em Sevilha, mas mantém a casa dos pais. Já não há o “casino” nem a “tienda”. Tios e tias descansam hoje no cemitério, por detrás do “castillo”. Ali estão o meu bisavô, o meu avô e o meu tio. Terminei o ano de 2022 com esta peregrinação e com uma visita à minha prima Pepa. Sedimentar o passado é essencial para a construção do futuro. Coisa que nós, historiadores, bem sabemos.
Bom Ano de 2023!
Setembro de 1968.
Na fila de cima: o Paco, a minha irmã Júlia e o António.
Sentados no chão: Eu e o Angel.
domingo, 1 de janeiro de 2023
PANTEÃO NACIONAL: 150.000
Não era um "objetivo". Foi apenas uma marca simbólica a que se chegou. No final do ano, o Panteão Nacional chegou aos 150.000 visitantes. Uma média de quase 500 visitantes diários. Um bom impulso e um bom desafio para 2023.