segunda-feira, 10 de novembro de 2025

OS ECOS DELES

Uma publicação digital promoveu uma sessão com os candidatos à Presidência da República. Decidiram também quem são os que são candidatos. António Filipe e Catarina Martins ficaram de fora.

Eles dão eco a quem querem. Estamos entendidos com quem se entendem.



domingo, 9 de novembro de 2025

TRÊS FRASES SOBRE A ÓPERA

Do filme "Pretty woman":

People's reactions to opera the first time they see it is very dramatic; they either love it or they hate it. If they love it, they will always love it. If they don't, they may learn to appreciate it, but it will never become part of their soul.

Uma verdade total. Lembrei-me disto ontem à tarde, durante "La bohème", transmitida a partir de Nova Iorque.


sábado, 8 de novembro de 2025

AI A IA...

Recebi uma notificação do site academia. É o "local" onde investigadores de todo o mundo alojam os seus textos, para que outros possam ler. O que dizia a notificação? Que a inteligência artificial tinha transformado um texto meu - sobre a islamização do território de Beja, publicado na "Análise Social", em 2005 - em banda desenhada. Trata-se de um texto teórico, dificilmente "traduzível" em imagens. Fui ver a proposta inicial. É esta imbecilidade que aqui vos mostro. O que eu a seguir disse, no mais puro vernáculo, é impublicável. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

POR TERRAS DE SÃO VICENTE

Momento inédito. Não me recordo de ter assistido à tomada de posse de uma assembleia de freguesia. Aconteceu ontem, a convite da Freguesia de São Vicente (a minha, falando do Panteão Nacional).

Valeu a pena ter ido, mais alguns contactos feitos e o acerto de uma visita do novo Presidente da Junta, André Biveti, ao monumento.

Mantenho o mesmo estilo de proximidade e de "ir a todas" que tive noutras funções. E que, de um modo ou de outro, sempre tive. É uma (a minha) maneira de ser, por mais que me digam que "isto não faz sentido".

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

RABAT 1999

Não vou jurar que a inauguração foi a 6 de novembro, mas deve ter andado por aí perto. Uma empreitada inesquecível, em terras magrebinas. Depois de Tânger (em setembro), foi a vez de Rabat. Há um vídeo desses dias. Aqui vão três imagens: Cláudio Torres, Maria da Conceição Amaral e eu; a Qasbah des Oudayas, magnífico cenário da exposição; memória da montagem, com um momento de grande risco (eu a fazer trabalhos manuais...).

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

RANGEL 45 ANOS

Não é o meu meio habitual, mas o convite para estar presente nas celebrações dos 45 anos do Grupo Rangel deu-me oportunidade para, durante algumas horas, entrar noutra realidade. O percurso do fundador do grupo, o Comendador Eduardo Rangel é, no mínimo, invulgar. Pudesse a tenacidade ser clonada.


terça-feira, 4 de novembro de 2025

REVIVER O PASSADO NO LUMIAR

Rever episódios ocorridos há 45 anos... Algo que não me passaria pela cabeça há uns tempos. Foi ontem, num estúdio televisivo algures no Lumiar, onde fui entrevistado. Um passeio pela memória, pela carreira no cinema que não aconteceu, por um documentário que ficou 33 anos por concluir, pela mais difícil das minhas exposições, por muita coisa que aconteceu e que recordei com gosto.

Ficarei a aguardar o resultado com redobrado interesse.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

ERA UMA VEZ UMA MURALHA

A perda de importância militares das localidades fronteiriças trouxe consigo, em especial a partir de meados do século XIX, o generalizado abandono das fortificações. Muralhas e atalaias, quartéis ou estruturas de apoio forma caindo no esquecimento. Uma má prática do Estado, que as crónicas dificuldades financeiras do País agudizaram e um generalizado desinteresse no Património tornaram mais evidente.

 

A expansão urbana das povoações de maior dimensão – como Moura – levou à destruição de muralhas para permitir a abertura de novas ruas. Ou, como no caso extremo da nossa terra, a muralha islâmica foi, quase toda!, destruída, para dela se extrair salitre, necessário ao fabrico da pólvora. Agora digam lá que reciclar é sempre boa ideia...

 

Há muitos anos, ao consultar o imprescindível Tombo da Villa de Moura, no nosso arquivo municipal, deparei com um texto de 2 de março de 1535, no qual se autorizava o fidalgo Jerónimo Correia a tapar parte da muralha do castelo.

 

Quem dava a autorização? O Infante D. Luís, Duque de Beja (1506-1555), segundo filho de D. Manuel e da sua segunda mulher, D. Maria de Aragão. E o que diz o texto, em concreto? Que era dada autorização a Jerónimo Correia para que pudesse “tapar a barbacã da torre quanto diz com a frontaria das suas casas, que estão pegadas com o muro, e plantar nelas árvores; quando for necessário defender a fortaleza, se desocupará a dita barbacã e se lhe dará serventia, sem impedimento; e também dará [serventia] para o povo ver correr os toiros como até agora fazem e para isso fará portas, que depois se encerrarão”. Atualizei o português, naturalmente, para mais fácil compreensão.

 

O alvará do infante D. Luís tem, a vários níveis, informações relevantes:

 

·      A barbacã [muro mais baixo em frente ao muro principal do castelo] já não tinha utilidade, o que permitia que fosse desativada e lhe fosse dada uma nova função;

·      Como a vila tinha crescido em direção a sul, uma parte da muralha, que corresponde ao espaço hoje ocupado pela “Casa das Nunes” e por edifícios municipais, perdera importância em termos militares;

·      Ou seja, é provável que correspondesse a um edifício situado algures nessa área a referência feita no texto de 1535;

·      A privatização de muralhas e de espaços públicos estava longe ser uma situação inédita, mas esta contratualização tem dados curiosos;

·      Em primeiro lugar, a autorização para plantar árvores, estando associado a este acordo a obrigação de desocupar o espaço [Jerónimo Correia sabia perfeitamente que isso não iria acontecer];

·      Em segundo lugar, assume-se que há um uso misto do espaço e que a população continuará a usar a barbacã para ver correr os touros;

·      Em terceiro lugar, iriam ser construídas portas: por um lado para que o espaço não ficasse sempre aberto, por outro para impedir que o fidalgo o entaipasse, ficando dele pleno proprietário...

 

No desenho de Duarte Darmas, feito cerca de 1510, vemos, da esquerda para a direita, o Convento do Carmo, a barbacã com árvores e a Santa Comba. Não me custa admitir que fosse essa a zona onde Jerónimo Correia tinha as suas casas. O mesmo é dizer que era aí, na esplanada em frente à Santa Comba, que se corriam os touros, para gáudio da população. Não dá para se dizer que foi a primeira praça de touros de Moura, mas dá para ver que há tradições que são antigas e que vêm de muito longe.

Pequenas histórias de uma grande terra.

Crónica em "A Planície".

domingo, 2 de novembro de 2025

DA INSEGURANÇA EM PORTUGAL

Não foi por masoquismo. A conversa de ontem à noite andou, em parte, à volta do tema insegurança em Portugal. Claro que se continua a focar o discurso em Lisboa. Mas mesmo assim, vejam-se estes rankings internacionais em torno de temas como paz e segurança.

Quem gostar de discursos alternativos pode continuar a ouvir "políticos" que andam, desesperadamente, a precisar de doses reforçadas de ritalina.



































sábado, 1 de novembro de 2025

CHICHÉN ITZÁ

Por entre as colunas de pedra, um borboleta
negra com vermelho nas asas voava. Entre uma coluna
e outra procura a entrada para o centro onde
se arrancaram corações de cativos e de virgens. Talvez
quisesse que o seu vermelho a tingisse com o sangue
das vítimas; talvez quisesse roubar-lhes, dos lábios,
o último sopro, ou o último grito. Pensei
que a poderia seguir por entre as colunas; mas
o cão que parecia dormir, na perpendicular
de vénus, levantou a cabeça e olhou-me, como
se fosse o jaguar devorador de corações. Tudo tem
a sua lógica quando procuramos dar um sentido
ao acaso. E olhei para o alto da pirâmide
como se lá estivesses, à minha espera, com os teus olhos
presos nas asas da borboleta e a chamar por mim,
como se nao tivesses já o meu coração
sem teres precisado de o arrancar na câmara
dos sacrifícios (ao que dizem, fechada
por motivos de segurança).

Passaram-me, discretamente este poema de Nuno Júdice, ontem, a meio de uma sessão de leitura de poesia. Fiquei com dúvidas que fosse para o ler em público. Pensei que não era. Afinal era, disseram no fim. Fiquei quase feliz por nao ter percebido. Mas só mesmo quase.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

DIA DE MUERTOS / DIA DOS MORTOS

A partir de amanhã, no Panteão Nacional. E só até dia 9 de novembro. Dois altares da cultura mexicana homenageando duas figuras populares de Portugal e do México: Amália Rodrigues e Cantinflas.

Trabalho a três: Embaixada do México, Fundação Amália Rodrigues e Panteão Nacional.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

O PESCADOR ACIDENTAL

Post dedicado a dois jovens amigos. Andaram à pesca algures no Oceano Índico. Dizem eles... Que pescaram peixes grandes e tal. Pois, pois...

Esta fotografia foi feita num sítio um pouco distante do local da pescaria dos meus amigos. Trabalho da extraordinária - não encontro outra palavra mais discreta - Mirella Ricciardi (n. 1931).

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

DO CÁLAMO AO DRONE: E TRÊS ANOS SE PASSARAM (27.10.2022)

Faz hoje três anos que este projeto, longa e sofridamente preparado, ficou pronto. Foi visto em mais de uma dezena de sítios. Houve conferências on-line e presenciais. Passei por câmaras, por escolas, por universidades seniores, por bancos, por congressos, participei em cursos de doutoramento. Um projeto que conseguiu, assim o creio, atingir os objetivos. Eis a caminhada:


2022
1 - Évora (27.10 - 4.12)
2 - Lisboa: CGD (27.12 - 13.1.23)

2023
3 - Moura: Escola Secundária (17.1 - 5.2)
4 - Serpa (8.2 - 26.2)
5 - Mértola (1.3 - 19.3)
6 - Elvas (24.3 - 9.4)
7 - Alandroal (11.4 - 30.4)
8 - Campo Maior (1.6 - 20.7)
9 - Monforte (21.7 - 18.8)
10 - Palmela (15.9 - 7.10)
11 - Barrancos (11.10 - 29.10)
12 - Mourão (1.11 - 31.12)

2024
13 - Beja (10.10 - 3.11)


Onde é que a exposição não foi, apesar de todas as diligências?

Arronches
Castelo de Vide
Nisa
Reguengos de Monsaraz












domingo, 26 de outubro de 2025

IA, CHAT GPT etc.

A entrevista, por zoom, terminou há pouco. Uma conversa com dois jovens investigadores em torno do uso da inteligência artificial na gestão de um monumento. Digamos que fiz uma abordagem prudente do tema. Os últimos contactos com os alunos têm aumentado a minha preocupação em relação à salubridade de uma parte do futuro.

sábado, 25 de outubro de 2025

ÁGUA MÃE

A notícia é de há pouco: o filme Água mãe, de Hiroatsu Suzuki e de Rossana Torres, ganhou o Prémio da Competição Portuguesa no DocLisboa. Viva!

Por motivos pessoais não pude ver, mas verei. 


sexta-feira, 24 de outubro de 2025

RECORDANDO EISENSTEIN

O filme nunca foi terminado, mas as bobinas que chegaram até nós (muitas vezes usadas de forma abusiva pelas companhias de Hollywood) são do melhor Sergei Eisenstein que há. O cineasta focou boa parte do seu interesse no Dia dos Mortos. A data aproxima-se. Aqui fica a evocação de um cineasta genial.

E do não menos genial, e quase sempre esquecido, Eduard Tisse (1897-1961). E tanto que o Cinema lhe deve.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

ASTÉRIX NA LUSITÂNIA

Sai hoje o 41º. álbum de Astérix. Os primeiros 24 foram produzidos por René Goscinny (1926-1977) e por Albert Uderzo (1927-2020). O último dessa série - Astérix entre os belgas - estava a ser concebido quando Goscinny faleceu. Tornou-se então evidente que o grande génio criador era ele. Desde então saíram mais 16 livros, a que se juntará Astérix na Lusitânia. Os livros não são maus - muito longe disso, caramba -, mas o punch que Goscinny lhe dava já não existe.

Veja-se a forma como ele nos caracterizou em "O domínio dos deuses". Hoje isso não era possível, credo!, que coisa tão enxovalhante e não inclusiva...



quarta-feira, 22 de outubro de 2025

FICCIONES

Saí hoje da sala de aula, a B302 na torre B..., com um estranho sentimento de incerteza. Questões metodológicas em torno da análise de um texto de Abd Wahid al-Marrakushi tinham levado a conversa para longe. A criação de realidade paralelas levou-me a aconselhar a leitura de Jorge Luis Borges (1899-1986), em especial do pequeno texto "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius".

O que mais me causa estranheza é a queda (a pique) dos hábitos de leitura. Algo está errado.




segunda-feira, 20 de outubro de 2025

SEM RASTO

Também temos exemplos disto, ainda que num registo diferente:

1975 - o nunca resolvido roubo do Museu Alberto Sampaio.

2002 - o desaparecimento das jóias da coroa portuguesa, ocorrido em Haia.

domingo, 19 de outubro de 2025

QUE DIRIA BELLINI?...

Retome-se a temporada de ópera. La sonnambula, de Vincenzo Bellini.

Nesta encenação, em vez do tradicional final feliz, Amina parte, como mulher livre e sem "amarras". Começa a faltar-me a pachorra para tanta "atualização"...

Bom, mas há Nadine Sierra e Xavier Anduaga que enchem a sala (o tenor diria, na entrevista, que este papel e a sua exigência vocal não o entusiasmavam por aí além).



sábado, 18 de outubro de 2025

UM POLAROIDE NOS BARRANQUINHOS

Foi na passada semana. À entrada dos Barranquinhos, na Amareleja (o nome oficial é Rua Cap. Joaquim Maximiano), uma jovem fez questão de nos fotografar - a Jorge Pós-de-Mina, ao José Maria e a mim - com uma pequena máquina em plástico. Nunca tinha visto um aparelho assim. Algo semelhante às antigas polaróides, mas que funciona com um rolo de papel térmico. O entusiasmo da miúda era evidente. Não pude deixar de pensar "é assim que se começa...".

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

ANTÓNIO BORGES COELHO (1928-2025)

Deixou-nos o António Borges Coelho.

Visitei-o, pela vez derradeira, no passado dia 25 de setembro. Fisicamente não estava bem, mas a cabeça tinha o brilhantismo de sempre. Foi uma conversa divertida, de mais de uma hora. Surpreendentemente, narrou-me dois episódios pessoais, que eu desconhecia. E riu muito, como sempre. Despediu-se de mim de punho cerrado, gesto que amiúde repetia.

A palavra saudade é hoje mais forte do que antes.


Não é exagero dizer que a leitura de "Portugal na Espanha Árabe" moldou o meu percurso. Provavelmente, não me teria tornado historiador sem o impacto causado pelas páginas luminosas que António Borges Coelho escreveu para a 1º. e o 3º. volumes da primeira edição dessa obra. Só conheci o Borges Coelho anos mais tarde, já eu era aluno da faculdade. Infelizmente, nunca fui diretamente seu aluno. Estava de sabática, na fase final do doutoramento e tive de me contentar com uma alternativa. Em todo o caso, ele foi um dos meus professores de eleição, com o muito que me ensinou fora da sala de aulas.

O interesse de António Borges Coelho pelo Islão nunca esmoreceu, sendo depois caldeado pelas investigações sobre os Descobrimentos e, sobretudo, sobre a Inquisição, tema da sua tese de doutoramento. Isso mesmo fica claro com as sucessivas reedições de “Portugal na Espanha Árabe” e com a participação ativa nos projetos “Portugal Islâmico” (1998), “Marrocos-Portugal” (1999) e Museu Islâmico, em Mértola (2001). Uma participação solidária, empenhada e militante.

Em 1998, António Borges Coelho prefaciou “O legado islâmico em Portugal”, livro de que, em conjunto com Cláudio Tores, fui autor. Isso deu-me “pretexto” para, anos mais tarde, lhe fazer uma longa entrevista biográfica, publicada, com outros ensaios, no livro “Historiador em discurso directo” (2003), editado pela Câmara Municipal de Mértola.

Poderia repetir aqui tudo o que escrevi no parecer que a Universidade do Algarve me pediu, em 2009, no âmbito da atribuição do grau de “doutor honoris causa” a António Borges Coelho. Em especial no reconhecimento que todos lhe devemos, nos campos cívico, académico e humano.

(texto escrito no dia 7.10.2024)



O IMPÉRIO ROMANO, EM NEW ORLEANS

Arqueologia acidental em New Orleans. Um casal encontrou uma lápide romana (!) ao fazer uma limpeza no seu jardim.

Reproduzo, com a devida vénia, um texto de José d'Encarnação:

A placa funerária de cujo achado em Nova Orleães ontem me fiz eco na minha página do FB  é conhecida desde o século XIX, identificada em Cività Vecchia. Foi publicada no volume XI do Corpus Inscriptionum Latinarum sob o nº 7584, como pode ver-se na ficha infra:

 

publication: CIL 11, 07584
dating: 101 to 270         EDCS-ID: EDCS-21100456
province: Etruria / Regio VII         place: Civitavecchia / Centumcellae / Blera 
D(is) M(anibus) / S(e)x(to) Congenio Vero / mi(liti) cl(assis) p(raetorianae) Mi(senensis) natio(ne) Bes(sus) / vixit an(nos) XLII mi(litavit) an(nos) / XXII tutela III(triere) Asc(l)epio / fece(runt) Atilius Carus / et Vettius Longinus / heredes / b(ene) m(erenti)

 

Como se vê, também – por estranho que pareça – as epígrafes romanas conseguem atravessar o Atlântico!

Arthur Almeida deu a conhecer o achado, no passado dia 10. Foi o casal Daniella Santoro e Aaron Lorenz que, ao limparem o jardim da casa antiga que haviam comprado em Nova Orleães, encontraram a lápide por entre as plantas secas.


Siderado é palavra curta para definir o que senti ao ler estas palavras.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

ARTE ISLÂMICA EM MOURA

Edifício na Estrada de Barrancos, em Moura.

Arcos ultrapassados numa platibanda? Nunca em tal tinha reparado. Quem me chamou a atenção para isto foi o José Gonçalo.

Um certo toque orientalista, em construção do século XX.


quarta-feira, 15 de outubro de 2025

NA MORTE DE JOSÉ AFONSO FURTADO

Terminava o ano de 1987 e a assinatura do protocolo de renovação da Biblioteca Municipal de Moura tinha sido marcada para as 21 horas (de dia 29 de dezembro?, é o que me dita a memória, mas não posso jurar).

Não é uma hora habitual para fechar documentos, mas o Dr. José Afonso Furtado, então presidente do Instituto Português do Livro e da Leitura, cumpria uma maratona de assinatura de protocolos em várias câmaras do sul de Portugal. Estava em marcha aquela que foi, muito provavelmente, a maior revolução cultural do pós-25 de abril. Punha-se de pé a rede de leitura pública.

Recordo-me, nitidamente, de o ver subir com algum esforço as escadas para a presidência da câmara (o equivalente a um terceiro andar) e de comentar, à chegada, "este gabinete bem que podia estar no rés-do-chão...".

José Afonso Furtado foi um brilhante servidor público. E muito mais do que "o pioneiro da era digital do livro", como um jornal hoje o etiquetava. Foi levado à demissão por Santana Lopes (pois evidentemente) e dirigiu depois, durante duas décadas, a Biblioteca de Arte da Fundação Gulbenkian.

Em jeito de rodapé: o projeto da Biblioteca de Moura nunca foi concluído. A mais recente versão, de 2017, foi eliminada por analfabetas vereações .


terça-feira, 14 de outubro de 2025

MUSEU VIRTUAL DE OBJETOS ROUBADOS

E esta é uma grande ideia. A UNESCO criou um museu virtual para mostra objetos roubados. Aí podemos saber mais sobre objetos desaparecidos. A esperança é que possam ser localizados e que sirvam todos os podermos apreciar. As fichas são um detalhadas e com a qualidade que se poderia esperar. Ora esguardae...

https://museum.unesco.org/


segunda-feira, 13 de outubro de 2025

OS DIAS QUE SE SEGUEM

Retomo o que ficou interrompido.

Com a convicção de sempre. Com o entusiasmo de sempre.

O que se segue?

Trabalho no Panteão, aulas na NOVA-FCSH (ano derradeiro, por decisão minha), a conclusão de dois livros que ficou suspensa nas últimas semanas... e, bem entendido, o regresso a Moura dentro de semanas.


domingo, 12 de outubro de 2025

A ARDÓSIA

O meu amigo José Leonel Camacho disse que tinha uma ardósia que me pertencera e que tinha encontrado algures. Lia-se na madeira SANTIAGO. Achei um pouco estranho mas, ainda assim, plausível. Santiago era, em tempo, um nome próprio raro. Eu andei na "escola paga" (não vale a pena tentar explicar, porque é um conceito algo bizarro para os mais novos) e tive um ardósia. No outro dia ofereceu-me a ardósia. Confirmei a suspeita. Tinha pertencido ao meu primo Santiago José Perfeito Pascoalinho, falecido em janeiro de 2008. Dois Santiagos em Moura, em tempos que já lá vão... A ardósia terá perto de 75 anos.

Pequenas coisas que fazem os dias grandes.

sábado, 11 de outubro de 2025

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

AUTÁRQUICAS 2025: DIA 11 DA CAMPANHA

A campanha acaba daqui a pouco.

Foi a minha décima campanha autárquica: desde 1989 que participo ativamente na política da minha terra.

Esta terra é a minha. Dela já não me desligarei.

No dia 12 à noite cá estarei. Tal como conto estar na tomada de posse dos órgaos autárquicos.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

AUTÁRQUICAS 2025: DIA 10 DA CAMPANHA

Arruada em Moura!

Animação e excelente receção popular.


9.10.2005

Faz hoje 20 anos! Vitória e maioria absoluta.

No lado direito da imagem está agora o José Gonçalo Valente, que na altura era o cabeça de lista à Assembleia Municipal. O Rafael Rodrigues anda hoje por terras de Grândola.