sábado, 10 de junho de 2023

CASA DO ALENTEJO - 100 ANOS

A Casa do Alentejo cumpre, hoje, 100 anos. Uma instituição que é de todos nós, alentejanos. Um palácio de grande beleza, onde já estive vezes sem conta. Razões pessoais impediram-me de estar presente na sessão comemorativa que hoje teve lugar. Estarei seguramente, na sessão de apresentação do livro que celebra este centenário. E para o qual tiveram a simpatia de me convidar para ser o prefaciador.

Viva a nossa CASA DO ALENTEJO!


SOCIEDADE CIVIL

Dias 26, 27 e 28 deste mês o Panteão Nacional é o sujeito da notícia no programa Sociedade Civil. Os programas foram gravados no dia 5. O cenário preparado transformou o interior do monumento, dando-lhe outra cor. Vão ser três horas de difusão do nosso património.


sexta-feira, 9 de junho de 2023

τέλος - O PENÚLTIMO LIVRO DO ANO

Télos, diz-se em grego. Fim. Foi essa a palavra que disse às 19:53 do passado dia 7. Chegava ao fim, depois de uma longa e conturbada produção, um livro sobre património. Falta a impressão e decidir o formato de lançamento. Isso é o menos, digo eu agora.

Faço uma pausa até dia 18 e depois lanço-me no próximo, que já tem algum tempo de atraso. E que será o último deste ano de 2023.


quarta-feira, 7 de junho de 2023

DIÁLOGOS IMPROVÁVEIS - 20.9.2023

É um momento habitual no calendário do Panteão. Este ano, como sempre, teremos "Diálogos improváveis". Setembro é mês de recomeço, mas não para o monumento, que vive um calendário sem interrupções.

Imagem retirada do catálogo da temporada 2023/2024 da Fundação Calouste Gulbenkian.



terça-feira, 6 de junho de 2023

EVENTO SOCIAL

Nunca tinha visto uma coisa assim. Já nem falo da chuva, que não impediu que a corrida se "realizasse". Não foi um aguaceiro momentâneo, mas sim chuva a sério. Enquanto via que o espetáculo continuava só me lembrava da morte do cavaleiro Quim Zé Correia (1945-1966), cuja morte se deveu ao piso escorregadio da praça do Campo Pequeno, empapado depois de uma tarde de chuva.

Surpreendente mesmo foi constatar que uma parte do público estava lá para se ver e não para assistir à corrida. Enquanto decorriam as cortesias, imensa gente estava de costas (!) para a arena, beijinho para aqui, beijinho para ali, ignorando por completo forcados, bandarilheiros e cavaleiros. Começou a chover antes de sair o primeiro touro. A chuva engrossou e quase toda a gente foi para debaixo das bancadas. Ali continuou o momento social. Já se estava no terceiro touro quando voltei ao lugar. Fiquei de pé. A chuva continuava. O desconforto era total e as condições para o espetáculo prosseguir com dignidade absolutamente nulas.

Nunca gostei de coisas sem qualidade nem dignidade. A meio saí. Não vinha irritado nem exaltado nem nada semelhante. Apenas triste, por constatar que são coisas assim que fragilizam um espetáculo cultural com raízes históricas. Imagino que quem foi para estar num evento social tenha ficado de alma cheia. Viram-se todos uns aos outros...

segunda-feira, 5 de junho de 2023

MONSARAZ EM LISBOA

Reedição da tese de Ana Paula Amendoeira sobre Monsaraz e sessão de apresentação do livro, com a sala da Casa do Alentejo a abarrotar. Foi uma sessão importante, em particular pelos alertas feitos quanto às múltiplas ameças que pairam (e vão cair) sobre os equipamentos culturais. E sobre a Cultura. A extinção das Direções Regionais são mais uma machadada em tudo o que não é Lisboa. A Paula deixou isso muito claro. Foi um importante final de tarde.


COM O SNOOP DOGG...

Ninguém perguntou, mas se me perguntassem "das pessoas que não conheces pessoalmente, com quem gostarias de ter bebido um copo no dia do teu aniversário?", eu responderia "com o Snoop Dogg".

domingo, 4 de junho de 2023

NUNCA MAIS APRENDO...

Pensava que ia ser mais fácil e atirei-me de cabeça. Um "clássico pessoal", a que se segue sempre o "nunca mais aprendo"... Um trabalho difícil e cheio de armadilhas, o das vias medievais. O texto ficou terminado às 10:21 de ontem. Depois mandei um mail ao Patrice Cressier, garantindo que a tradução estava "en cours de révision". Quando fizer a revisão de provas terei de alterar coisas mínimas (deixei um par de fichas de leitura em Moura, que ainda me fazem falta).

Tema do trabalho? VIAS, CAMINHOS e TOPONÍMIA NO GHARB AL-ANDALUS: NOVAS HIPÓTESES. A toponímia dá muitas vezes direito a astracanadas, e a pouco risco. Às propostas já defendidas de Halq az-Zawiya e de Kanisat al-Gurab junto agora as de Ukasha e de Sharish. Vão chover pedras 😁😁😁.


HIPERREALISMO ALFACINHA

À hora do almoço de dia 31 de maio a sombra de Richard Estes passou pela Rua da Verónica.


sábado, 3 de junho de 2023

YA RAYAH

Hoje é dia de recordar um velho (de 1973) êxito de Dahmane El Harrachi, aqui na inesquecível versão de Rachid Taha. Ya Rayah (يا رايح,) quer dizer algo como "tu, que partes". Esse sentimento de perda, que é comum a todos os que deixámos um sítio, ao qual queremos voltar. Como Tânger ou Tombuctu ou o Tarrafal. Ou Mértola e Moura. E aos quais seguramente voltaremos um dia.

Ya rayah...


MAIS UM DIA DE VIDA

Lembrei-me do livro de Kapuściński quando estava a escrever esta nota. Questionei uma vez uma senhora que viveu toda a vida em Luanda acerca de nomes e locais mencionados no livro "Mais um dia de vida". Ela não se lembrava de um só. A minha "fé" em Kapuściński/repórter já não era muita. Foi diminuindo ainda mais, com o tempo.

À maneira de Henri Charrière, Kapuściński incorpora outras narrativas e inventa realidades. Que eram metáforas, dizia ele. Seriam tudo isso e muito mais. Reportagens é que não eram.

Em todo o caso, e para o que der e vier, hoje é mais um dia de vida.




sexta-feira, 2 de junho de 2023

SILVERADO

É um belo filme, de gratas memórias. Está cheio de boas ideias. Como esta, em que John Cleese joga com as brancas e com as pretas. Há quem faça isto na vida. Ganham sempre.



LX - CRÓNICAS OLISIPONENSES: ESSA COISA DO ÂRSECUEIQUE

Vou descendo a rua em direção ao Panteão e dou com isto: Earthquake Tourism. Podia dar-lhes para pior. Curiosamente, não há informação. Nem telefone, nem mail, nem site. Estranha forma de fazer turismo...


quinta-feira, 1 de junho de 2023

DUARTE DARMAS EM NÚMEROS E EM TEMPO DE BALANÇO

Com o projeto quase terminado, chega a altura dos balanços.

Acessos ao site www.duartedarmas.com: 43.500

Descarregamentos gratuitos do livro a partir do site: 8.500

Visualizações do filme em https://www.youtube.com/watch?v=5OZoMTDVFUA: 2.270

Um projeto duro e trabalhoso. Mas que me deu prazer fazer. O passar do tempo dá-nos a precisa medida de que há coisas que não voltaremos a concretizar.

LÍNGUA DE SANGUE

Foi toda a parede da capela. Toda à volta. Só Deus e a mulher, e o marido, saberão a razão da promessa. Mas a mulher lambeu a cal da parede, até a língua ficar em sangue. Havia uma procissão e havia uma banda que ia tocar na procissão. Mas enquanto isso não acontecia, a mulher começou a lamber a parede de cal. A língua começou a sangrar. Foi deixando um rasto de sangue ao longo das quatro paredes exteriores da capela. Quando deixava algum pedacinho limpo e sem sangue, o marido chamava-a e fazia-a voltar atrás. A promessa prosseguiu até uma linha de sangue ser visível ao longo das quatro paredes. Custa-me imaginar a dor e a superação.

Ouvi esta história passada há cerca de 40 anos, com um torpor difícil de explicar. Imaginei aquele percurso, à volta da capela, como se de um filme se tratasse. Aquela promessa faz parte de um mundo antigo, marcado pela violência do quotidiano. A língua de sangue na capela é a égua a ser morta à facada em “La família de Pascual Duarte”, de Camilo José Cela, são as cabeças das galinhas arrancadas à mão pelos cavaleiros lançados a galope no filme “Las hurdes”, de Luís Buñuel, é um mundo bruto, com pouca lei e nenhuma ordem. Aquela mulher à volta da capela, com a língua esfolada, fazendo um acordo com Deus – eu dou-te o meu sangue, tu dás-me aquilo que eu preciso – faz parte de um mundo irreal e mágico. Esta relação mágica com entre Deus está explicada no filme “Nostalgia”, de Andrei Tarkovsky. Ao longo de mais de nove minutos de um plano-sequência com poucos paralelos na História do Cinema, um homem transporta uma vela. A vela tem de estar acesa no final do percurso, para que o desígnio se cumpra. Quando a vela se apaga, o homem volta para trás, para refazer o caminho e concluir o gesto. Tem de ser assim. Tal como a linha de sangue tem de cingir toda a brancura dos quatro muros. Sem o percurso estar terminado e fechado, não haverá diálogo com Deus. A magia triunfa, os cânones ficam dentro de livros encadernados.

Comentei com a amiga que me contou esta história quase irreal o meu misto de espanto e de inveja, por não ter lá estado. E não pude deixar de pensar na América do Sul. E em quantas vezes Gabriel García Márquez terá assistido e vivido coisas assim. “Vivir para contarla”, diria e escreveria ele mais tarde.

A história da língua de sangue aconteceu há 40 anos no norte de Portugal. Num país que já não existe e do qual poucos falam.

Crónica em "A Planície". O fotograma é do filme "Nostalgia".


quarta-feira, 31 de maio de 2023

LIGA EUROPA, HOJE

Eram 26, ficam 26.

É sorte... Peçam uma análise a Antonio Cassano. 


26 troféus

8 campeonatos nacionais (em 4 países)

4 taças (em 4 países)

5 supertaças nacionais (em 4 países)

4 taças da liga

2 ligas dos campeões

2 taças uefa

1 liga conferência


É tudo apenas sorte... E mais um "penalty" repetido...










Porto

  • Primeira Liga: 2002–03, 2003–04
  • Taça de Portugal: 2002–03
  • Supertaça Cândido de Oliveira: 2003
  • UEFA Champions League: 2003–04
  • UEFA Cup: 2002–03


Chelsea

  • Premier League: 2004–05, 2005–06, 2014–15
  • FA Cup: 2006–07
  • Football League Cup: 2004–05, 2006–07, 2014–15
  • FA Community Shield: 2005
  • UEFA Super Cup finalista: 2013

Inter Milan

  • Serie A: 2008–09, 2009–10
  • Coppa Italia: 2009–10
  • Supercoppa Italiana: 2008
  • UEFA Champions League: 2009–10


Real Madrid

  • La Liga: 2011–12
  • Copa del Rey: 2010–11
  • Supercopa de España: 2012


Manchester United

  • EFL Cup: 2016–17
  • FA Community Shield: 2016
  • UEFA Europa League: 2016–17
  • FA Cup finalista: 2017–18
  • UEFA Super Cup finalista: 2017


Roma

  • UEFA Europa Conference League: 2021–22
  • UEFA Europa League finalista: 2022–23

terça-feira, 30 de maio de 2023

RENÉ TAVARES

É pouco provável que passasse pela cabeça de Manet o que iria suceder com aquela sua obra. Serviu de inspiração a uma multidão de artistas. Esta é a visão de René Tavares.

Nova, em todos os sentidos, pintura africana.


segunda-feira, 29 de maio de 2023

ARQUITETURA(s) E GRAFISMO(s)

Já na ARCO/2018 tinha reparado que os meus gostos pessoais - não sou conhecedor, nem crítico, ne entendido, porque falo de simples gosto - apontavam para terrenos conhecidos, com poucas exceções. Voltei a reparar no mesmo, na visita à Feira. A arquitectura e o grafismo na fotografia, e alma mediterrânica, de Ramiro Guerreiro (n. 1978) e de Inês d'Orey (n. 1977). E também em René Tavares. E em João Penalva. E em Pedro Calapez.

Não vi Paulo Nozolino nem Pauliana Valente Pimentel. Não têm interesse ou importância comercial?

Estarei a ficar velho?










AQUI MESMO AO LADO

Aqui mesmo ao lado isto não está para brincadeiras. Em Valência, onde há poucos dias houve um incidente racista num jogo de futebol, o PP vai governar em articulação com o VOX. Este duplicou a percentagem e o número de votos e triplicou o número de vereadores eleitos.

Um episódio caricato: na Paymogo dos meus antepassados, o PP teve 1 (um) voto. Os candidatos não votaram em si próprios...




domingo, 28 de maio de 2023

O OUTRO MARQUÊS

Muitas vezes tenho pensado nas originalidades de Moura, a minha terra.

Há um espírito inventivo muito engraçado, com qualquer coisa de indisciplina bem do sul. Ontem, em Moura também houve Marquês. Em frente à sede do Moto-Clube.

Não fui ao Marquês, em Lisboa. Teria ido festejar neste Marquês, bem entendido.


sábado, 27 de maio de 2023

OBRIGADO, JOSÉ GONÇALO VALENTE!

Bem, eu sei que a fotografia tem 10 anos, mas isso é o menos. O mais é teres batalhado por uma revista chamada LACANT. Sim, eu sei que ainda tenho uma artigo em dívida. E que prometo que é desta.

O que importa é teres construído uma revista sobre história local, com contributos importantes, relevantes e pertinentes. E, o que não é coisa menor, com um bom projeto gráfico. Globalmente, um projeto de alta qualidade. Ainda não ganhou "prémios"? E depois? Olha, um dos filmes mais radicalmente inovadores da segunda metade do século XX, One from the heart, também não ganhou prémios... A qualidade não se mede assim.

Tens sido discreto na direção LACANT. Sempre te disse que fazes mal em ser TÃO discreto. Mas sempre te disse que fazes BEM em ter coragem. E em discordares alto e bom som. Mesmo quando é comigo. Tem acontecido um par de vezes 😀, ruidosamente.

O essencial é isto. Tenho a agradecer-te enquanto profissional e enquanto amigo. Moura também te agradecerá. "Al alba vincerò", lembra-te disso.



COR PORTALEGRENSE

O Museu da Tapeçaria de Portalegre é um sítio extraordinário. Não encontro outra palavra. Não creio que tenha muitos visitantes, a despeito da qualidade da exposição e das iniciativas que ali têm lugar. Portugal já não é só Lisboa, mas os horizontes continuam curtos. O que se passa fora de um certo círculo geográfico não existe.

E temos este museu, que é extraordinário de Arte e de pedagogia. Não pude deixar de sorrir ante o desenho preparatório de uma tapeçaria de Maria Helena Vieira da Silva, que podia muito bem ser o rascunho de um desenho de campo de uma escvação. O museu até tem um pantone, versão local da Munsell Soil Chart...


































Ver:

https://www.cm-portalegre.pt/blog/locais/museu-da-tapecaria-de-portalegre-guy-fino/

quinta-feira, 25 de maio de 2023

PORQUE HOJE É DIA DE ÁFRICA

Não creio que este músico seja muito conhecido em Portugal. É pena. Sem mais conversa ou explicação aqui fica o enorme talento de Humbertona (Humberto Bettencourt Santos - n. 1940):



quarta-feira, 24 de maio de 2023

VINICIUS JR. E O 28 DE MAIO

Um jovem jogador brasileiro, Vinicius Jr., foi insultado e apupado, durante um jogo de futebol. Os termos e as palavras foram as do habitual discurso racista. No meio de uma condenação quase generalizada, já vieram vozes desvalorizar o que se passou "que são uns jovens que não sabem o que fazem" etc.

Foi um acaso? Não foi. A crescente onda racista manifesta-se de muitas formas. Esta é uma delas. Vale a pena olhar para as sondagens eleitorais. Para chegarmos à fácil conclusão que o VOX está a um passo de poder participar no governo de Valência, a cidade onde os atos tiveram lugar.

Aguardemos pelos resultados de domingo e olhemos para o que cá se passa. Nos momentos em que não andarmos distraídos com questões secundárias, bem entendido.


terça-feira, 23 de maio de 2023

GEOMETRIA

Não é uma janela, mas pouco importa. Aquele teto É Rilke.

Deambulações lisboetas, de uma ponta à outra da cidade.









N'es-tu pas notre géométrie

N'es-tu pas notre géométrie, 
fenêtre, très simple forme 
qui sans effort circonscris 
notre vie énorme ?

Celle qu'on aime n'est jamais plus belle 
que lorsqu'on la voit apparaître 
encadrée de toi ; c'est, ô fenêtre, 
que tu la rends presque éternelle.

Tous les hasards sont abolis. L'être 
se tient au milieu de l'amour, 
avec ce peu d'espace autour 
dont on est maître.

PAISAGEM ORIENTAL

O sítio fez-me lembrar as fotografias de Thomas Weinberger. Só que aqui havia fábricas e agora já não há. A mudança está a ser extremamente rápida. Deixa marcas sem retorno. Agora há empresas e muito dinheiro estrangeiro. A igreja de um antigo convento agora é um cenário operático. Um toque de irrealidade passa pela Lisboa Oriental. Álvaro de Campos anda por ali.




















ODE TRIUNFAL

 

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica 

Tenho febre e escrevo. 

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, 

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

 

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! 

Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! 

Em fúria fora e dentro de mim, 

Por todos os meus nervos dissecados fora, 

Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, 

De vos ouvir demasiadamente de perto, 

E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso 

De expressão de todas as minhas sensações, 

Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

domingo, 21 de maio de 2023

LIVRO DEZ

Foi o décimo de uma série iniciada em 2005, numa edição da Câmara Municipal de Mértola para o Festival Islâmico.

A apresentação teve lugar hoje, ao final da manhã.

Próximo festival: 2025.





sábado, 20 de maio de 2023

ERA MELHOR ASSIM? ERA!

Apareceu no facebook, com a data 1974/75. Será, aparentemente, uma fotografia feita na penúltima jornada do campeonato. O empate (1-1) deu o campeonato ao Benfica.

Não é o resultado que está aqui em causa, mas sim o convívio amigável entre dois rivais: Nené (n. 1949) e Damas (1947-2003). Um deles tem a camisola da outra equipa, uma prática que o tempo matou. O era melhor assim refere-se a isso, a um tempo em que o jogo acabava no final de 90 minutos e não tínhamos de ser massacrados dia após dia com as cenas, cada vez piores, da bola

A MINHA AVENTURA NA AVENIDA DA REPÚBLICA...

Cruzar uma avenida tornou-se um exercício de alto risco para um peão. Saímos do passeio e há uma faixa para carros, depois há duas faixas para as bicicletitas dos urbanitas da nova upper class. Um dia, distraído, quase fui abalroado por um daqueles emproados que têm "dirâitos", que me berrou "ciclovia, senhor!". Às vezes, também há trotinetitas. Depois da ciclovia (que, frequentemente, não chega e os que têm "dirâitos" passam para o passeio, pois claro), há três faixas de rodagem, depois mais três. Como os sinais vermelhos passaram a significar "bom, passa lá, mas depressa, enquanto os outros não arrancam", temos de ter redobrada atenção. Depois há um bocadinho de passeio e depois mais uma faixa de rodagem. Chega-se ao outro lado exausto e com os nervos num estado desgraçado...

Má sorte ser peão, entre tanto "dirâito", de uns e de outros...


sexta-feira, 19 de maio de 2023

COMO ENSURDECER EM TRÊS DIAS

Tudo aquilo foi insuportável e ensurdecedor. Durante três dias, mal se conseguiu falar, na Feira de Moura. Não percebo, nunca percebi (toda a vida, não só agora, numa idade mais avançada) a necessidade ou a utilidade daquela imensa barulheira.

Ninguém espera ir para uma feira para estar em silêncio ou a ouvir música de câmara (salvo seja...). Mas também ninguém espera não conseguir falar com a pessoa que está na cadeira ao lado. Aquela estoiraria que ali se viveu é o expoente máximo da cultura-grunha.


ENTRE...

Há alturas assim. Ter de estar entre dois sítios, pelo menos em espírito.

E logo no domingo... Entre o lançamento de um livrinho sobre Mértola e mais um concerto (o sétimo) do segundo ciclo "Música no Panteão".

Os mini-livros que vão saindo - autoria, co-autoria ou colaboração - já vão em 10Mértola-Chefchaouen (2001), Síria (2005), Mar do Meio (2009), Moura-Bissau (2010), Mosaicos de Mértola (2011), Alcaria dos Javazes (2012), Casas do Sul (2013), Mesquitas (2019) e Bolama (2021). Prevejo mais três até este percurso terminar.

Os concertos no Panteão afirmaram-se e já são, desde 28.11.2021, 16. Sempre, e com exceção do primeiro, com casa cheia. Uma programação de alta qualidade, dirigida pelo Prof. Paulo Amorim.

MÉRTOLA









E LISBOA

quinta-feira, 18 de maio de 2023

A ESTÁTUA E OS SEIOS

Martinho Fernando (n. 1956) foi uma escolha pessoal para este catálogo. Um fotógrafo moçambicano junto às palavras de Sophia. O catálogo (ed. Panteão Nacional, 2023) é bilingue.

A ESTÁTUA
Nas suas mãos a voz do mar dormia
Nos seus cabelos o vento se esculpia
A luz rolava entre os seus braços frios
E nos seus olhos cegos e vazios
Boiava o rastro branco dos navios.


ΤΟ ΑΓΑΛΜΑ
Στα χέρια του η φωνή της θάλασσας κοιμόταν
Στα μαλλιά του ο άνεμος σμιλευόταν.
Το φως κυλούσε ανάμεσα στα χέρια του τα παγωμένα
Και στα τυφλά τα μάτια του τα αδειασμένα
Πλέανε τα ίχνη που τα πλοία άφηναν τα ασπρισμένα.































Seios em desenvolvimento,
Província de Tete, 1992

quarta-feira, 17 de maio de 2023

AUGUSTO & AMÁLIA

Imagens e pessoas que inspiram. Augusto Cabrita (1923-1993) é um dos grandes fotógrafos portugueses do século XX. Durante a década de 60 retratou, por várias vezes, Amália Rodrigues. Algumas das mais belas imagens da fadista são dele. Como esta, por exemplo, feita em 1965.

terça-feira, 16 de maio de 2023

INSPIRAÇÕES SONORAS: REBECA CSALOG & HARPA

Último vídeo de seis.

Rebeca Csalog interpreta um excerto de “L' égyptienne”, de Jean-Philippe Rameau.

O vídeo foi produzido pela videoteca da Câmara Municipal de Lisboa, num projeto desenvolvido conjuntamente com o Panteão Nacional.



segunda-feira, 15 de maio de 2023

MUITA MÚSICA, POUCA OLIVEIRA...

Deixo estes números:

Olivomoura 2012 - 100 expositores, incluindo cerca de três dezenas de representantes do setor da olivicultura

Olivomoura 2023 - 60 expositores

Que aconteceu ao Centro Documental da Oliveira? Qual a data de inauguração?

Que aconteceu ao Prémio de Mérito Académico, destinado a premiar trabalhos de investigação na área do Ensino Superior? (a última edição teve lugar em 2016)

Que aconteceu às exposições temáticas?

Que aconteceu à música alentejana, quase sufocada pelas "grandes estrelas"?

As perguntas são simples:

* Que feiras queremos ter para o futuro?

* Uma OLIVOCOPOS?

* Um festival de música? Delfins + Diogo Piçarra = 65.000 euros.

São opções legítimas, bem entendido. Mas acrescentam alguma coisa à nossa terra? São as opções de fundo de que precisamos?


domingo, 14 de maio de 2023

ISTO É TUDO NOSSO...

A Pastelaria Suíça já lá vai. A Camisaria Moderna também. À pastelaria nunca fui muitas vezes. Nunca me senti confortável naquele ambiente em que os empregados faziam um esforço desmesurado para nos atenderem. À camisaria fui algumas vezes. Uma das gravatas mais bonitas que tenho foi comprada lá. Não por mim, bem entendido.

O quarteirão da Suíça está em obras. Que agora é que vai ser. Acaba-se a ruína e faz-se uma coisa-como-deve-ser. Deve ser, para quem puder pagar...

Passo pelas pancartas da obra e vejo uma imagem que me é familiar. Aquela planta da Lisboa islâmica já a vi algures. Mas onde?... Foi preciso ir a Mértola e ver na estante o "Lisboa Subterrânea", de 1994, para ter a certeza que era daquele livro. Era mesmo. Foi nesse catálogo que Cláudio Torres publicou uma proposta, bem pensada e muito sólida, do urbanismo lisboeta entre os séculos X-XII.

Na propaganda da obra está a planta, mas não a referência à fonte ou ao autor. Nem uma legendazinha, nada.

Isto é tudo nosso. Ou seja, deles.


 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

PLEILISTE

Pediram-me, há dias, que fizesse uma lista das seis músicas mais significativas ou mais marcantes da minha vida. Excluindo tudo o que tem a ver com Moura (porque isso está noutro patamar...), a lista é esta. Tive duas hesitações, não mais.

DOS GARDENIAS – Antonio Machin

MAR PISCINA DI NHAS LÁGRIMAS – Os Tubarões

O QUE FAZ FALTA – Zeca Afonso

SÁBADO EM COPACABANA – Gal Costa

SENHORA DO MONTE – Carlos Ramos

TENHO BARCOS, TENHO REMOS – Grupo Coral da Casa do Povo de Serpa


quinta-feira, 11 de maio de 2023

INSPIRAÇÕES SONORAS: EDUARDO ALCÂNTARA & CONTRABAIXO

Quinto vídeo de seis.

Eduardo Alcântara interpreta, no contrabaixo, parte de um concerto de Sergei Koussevitsky.

O vídeo foi produzido pela videoteca da Câmara Municipal de Lisboa, num projeto desenvolvido conjuntamente com o Panteão Nacional. 

FORTALEZAS DE FRONTEIRA

É hoje, entre as 10 e as 12. É sempre um prazer colaborar com o Turismo de Portugal. E esta é uma mias uma oportunidade para falar do projeto Duarte Darmas.

Para assistir:


quarta-feira, 10 de maio de 2023

FEIRA

A feira de maio começa amanhã. E passaram ontem dez anos sobre a abertura da última feira de maio em que tive responsabilidades diretas de organização.

Sempre entendemos a feira como um momento importante para se contribuir para o desenvolvimento de região e não apenas para uma parada de estrelas, pagas a peso de ouro. Gostava de trabalhar na organização da feira? Sim, muito. Por muito estranho que isso parecesse à família e a alguns amigos. Voltava a organizar a feira segundo os mesmos princípios? Sem dúvida que sim.

Foi de 9 a 12 de maio de 2013: 70 iniciativas numa só feira.










terça-feira, 9 de maio de 2023

PANTEÃO NA EUROVISÃO

Rima e é verdade!

A filmagem do vídeo de Mimicat decorreu no passado dia 28 de março. A equipa da RTP pediu-nos sigilo. Que cumprimos. A escolha do sítio não foi nossa, mas acolhemos a ideia de bom grado, pela visibilidade que proporciona ao monumento. O resto é "papo furado".