Numa recente visita ao Museu Nacional de Arqueologia fui encontrar "resquícios" de uma exposição, de que fui um dos comissários, em 1998 (!). No primeiro piso, o que resta de um painel de um dos setores da exposição tapava um buraco de início de obra, no pavimento. Bons e resistentes painéis! No piso inferior, a imagem da Porta da Vila de Faro, do séc. XI, enquadrava um dos espaços de trabalho. Há lá por casa uma fotografia minha segurando este painel, enquanto era colado a uma das paredes de "Portugal Islâmico".
terça-feira, 25 de março de 2025
segunda-feira, 24 de março de 2025
BOLERO
domingo, 23 de março de 2025
PRIMAVERA NADIR
Foi ontem, às 14:40:05. Um raio de sol varreu a rua e deu luz às margaridas mesmo por baixo da janela.
Foi sol de pouca dura, mas deu para dar a esperança que estes dias chatos estão mesmo a acabar.
De Alberto Caeiro:
Quando tornar a vir a Primavera
Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma coisa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.
sábado, 22 de março de 2025
PUTTING THE GUITAR IN THE BAG
Há dois anos Lonnie Bunch III (muito gostam os americanos destas tretas do II, III...) veio à Lusitânia falar sobre o papel dos museus, e a escravatura, e o passado colonial etc. O texto promocional da conferência na CULTURGEST dizia: "Lonnie G. Bunch III, Secretary of the Smithsonian Institution, explores the critical need for museums around the world to work collaboratively and creatively to recover and recognize the painful legacies of the slave trade, in order to promote social justice and new visions for the future".
Teorias e práticas prafrentex, inovação, disrupção, novas visões etc. Se estou contra? Não estou, mesmo nada. Apenas cético, como sempre.
Entretanto um tal de Trump teve 77.000.000 de votos e tornou-se (re)presidente. Os efeitos não tardaram:
The Smithsonian Institution is closing its diversity office and freezing all federal hiring. The decision will affect dozens of American museums, research centers and libraries, as well as the National Zoo.
The move to eliminate the Office of Diversity comes in the wake of an executive order from President Trump that describes diversity, equity and inclusion initiatives, or DEI, as "illegal and immoral." The Smithsonian is not a federal agency. But much of its billion dollar budget comes from federal appropriations. Two-thirds of its nearly 6,500 employees are federal workers.
The Smithsonian Institution will close its Office of Diversity, a spokesperson confirmed Tuesday, only a week after President Donald Trump directed all federal diversity, equity and inclusion offices and staff be laid off.
The Washington Post first reported that Smithsonian Secretary Lonnie G. Bunch III emailed staff announcing the closure, calling it the “first step” to address the new federal policy.
E Lonnie Bunch III, secretário-geral da Smithsonian Institution? Meteu a viola no saco, ora essa.
sexta-feira, 21 de março de 2025
STVDIA HISTORICA & ARCHAEOLOGICA – OSSA ISLAMICA
Vou deixar de fazer "promessas" quanto a prazos de edição. Este livrinho/brochura já vai com quatro (!) anos de atraso. Nem mais nem menos. Bom, acho que "é desta". Publicação a três, sobre peças em osso do período islâmico do Castelo de Moura.
Ossos há muitos, mas há duas "arquinhas" que continuam a merecer atenção e um estudo mais aprofundado.
quinta-feira, 20 de março de 2025
DIOGO MARGARIDO (1932-2025)
Faleceu há dias, aos 93 anos. O facto passou ao lado da comunicação social, tanto quanto me dei conta. É pena, porque Diogo Margarido foi um notável fotógrafo alentejano. Com uma carreira de décadas, e com um belo registo de muitos sítios da região sul.
A Moura deu alguma atenção e essas imagens são, verdadeiramente, únicas e exemplares.
quarta-feira, 19 de março de 2025
XADREZ E DIPLOMACIA
A recente conversa Putin/Trump sobre a Ucrânia, que desandou para um possível jogo de hóquei sobre o gelo entre russos e americanos trouxe-me à memória um episódio ocorrido no século XI e relatado por al-Marrakushi, na "História dos Almóadas". Ante o avanço de Afonso VI sobre o sul, Ibn Amar desafiou-o para uma partida de xadrez. Afonso VI, hesitava... Sigamos a tradução de António Borges Coelho, em "Portugal na Espanha Árabe":
Como a recordação do xadrez obsessionava o príncipe, consultou os seus favoritos sobre as condições que Ibn Amar queria impor-lhe.
- É coisa pouca, responderam. - Se ganhares, terás o xadrez mais formoso que um rei pode possuir. Se perderes, que pode pedir um adversário teu que um rei como tu não possa cumprir? E se exigir uma coisa impossível, não estamos nós prontos a pormo-nos do teu lado para o fazer entrar na razão?
Insistiram com tanto êxito que Afonso mandou vir Ibn Amar com o seu xadrez e disse-lhe que aceitava as suas condições.
(...) Ibn Amar era um tal jogador que ninguém lhe podia ganhar no Andaluz. E ante os olhos dos seus adversários bateu completamente o seu adversário. Quando o resultado da partida não ofereceu dúvidas, Ibn Amar disse:
- Ganehi o que tínhamos combinado?
- Sem dúvida. O que pedes?
- Que saias desta terra e entres na tua.
(...)
Exigiu, no entanto, que naquele ano pagassem o dobro do tributo ordinário.
Uma história exemplar. Que vemos repetida, com outros contornos.
A imagem é das "Cantigas de Santa Maria"
terça-feira, 18 de março de 2025
ISTO AINDA VAI A PROLONGAMENTO, E A DESEMPATE POR PENÁLTIES...
10 anos já lá vão.
Só há lentidão na Justiça porque há interesse que haja lentidão na Justiça. Leis e procedimentos complicativos dão sempre jeito.
segunda-feira, 17 de março de 2025
HENRIQUE MEDINA EM HOLLYWOOD
Foi um pintor muito académico e muito convencional, que conheceu assinalável sucesso nos anos 40 e 50 de século XX. Chamou-se Henrique Medina (1901-1988) e jaz hoje no esquecimento. Destacou-se como retratista. Numa vida passada entre muitos países, há um aspeto curioso a sublinhar, o da sua colaboração com o cinema, em Hollywood. É dele o retrato de Greer Garson que está no filme Mrs. Parkington (que não vi), tal como é dele uma das peças principais do filme O retrato de Dorian Gray, de Albert Lewin (esse vi, e é uma obra bastante razoável, com algumas pretensões).
CUBA 9/10: GRANMA
O barco chama-se Granma (avózinha...). Foi nele que Fidel Castro desembarcou, em Cuba, com mais 81 revolucionários, no dia 2 de dezembro de 1956. Foi o começo de uma aventura que ainda hoje enerva os da dimócraci e dos iuman rráites.
O barco, construído nos States em 1943, está conservado num memorial, onde há também outras memórias da revolução cubana. Fica no limite ocidental da cidade velha e pode ser visitado.
domingo, 16 de março de 2025
NA FESTA DO PASSINHAS
sexta-feira, 14 de março de 2025
QUER SENTAR-SE?
Entrei no comboio, à hora dos costume (8:25). Uma jovem de origem africana olhou para mim - não foi exatamente para mim, foi mais para a minha cabeça, coberta de cabelos brancos - e perguntou: "o senhor quer sentar-se?". Declinei a simpática oferta e continuei de pé.
Estas ofertas começam a tornar-se recorrentes. É a vida...
quinta-feira, 13 de março de 2025
PRÉMIO PESSOA 2024
quarta-feira, 12 de março de 2025
ENOLA GAY
O Enola Gay (nome da mãe do piloto) desapareceu dos registos do Pentágono por causa da palavra GAY. Mais um episódio da infinita estupidez humana. Em tempos, as autoridades religiosas da Argélia quiseram proibir um editor meu amigo de importar um livro sobre marketing, porque tinha a palavra BÍBLIA.
terça-feira, 11 de março de 2025
O 11 DE MARÇO
Do Executive Digest de hoje:
Foram nacionalizadas 253 empresas, num processo que ocupou mais de vinte números do “Diário do Governo” e durou 16 meses.
Em 1979, eram contabilizadas 1.022 empresas
participadas diretamente pelo Estado.
1975
14 de março
O mesmo “Diário do Governo” que publicava o decreto de criação
do Conselho da Revolução decretava a nacionalização da banca, com exceção do
Crédit Franco-Portugais, dos departamentos portugueses do Bank of London & South
America e do Banco do Brasil, das caixas económicas e das caixas de crédito
agrícola mútuo.
15 de março
O Conselho da Revolução nacionaliza todas as companhias de
seguros, com exceção da Europeia, Metrópole, Portugal, Portugal Previdente, A
Social, Sociedade Portuguesa de Seguros e O Trabalho, dada a significativa
participação de companhias de seguros estrangeiras no seu capital.
16 de março
O IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves,
nacionaliza a TAP, empresas refinadoras e distribuidoras de petróleo, com
exceção das distribuidoras estrangeiras (Sacor, Petrosul, Sonap, Cídia), CP,
Siderurgia Nacional, empresas produtoras, transformadoras e distribuidoras de
electricidade – incluindo participações estrangeiras.
09 de maio
Nacionalizadas as sete empresas de cimentos e cinco indústrias
de celulose e cerca de um quarto do capital da Celbi.
13 de maio
Nacionalizadas várias empresas de tabacos.
05 de junho
Nacionalizados o Metro, a empresa geral de transportes (Carris)
e 55 empresas de transportes públicos.
14 de Agosto
Empresa de Pirites Alentejanas.
21 de agosto
Grandes empresas químicas, em especial petroquímicas e
adubeiras.
30 de agosto
Empresas cervejeiras do continente e duas dos Açores e Madeira.
01 de
setembro
Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Setenave – Estaleiros
Navais de Setúbal e CUF
1976
13 de
novembro
Companhia das Lezírias do Tejo e Sado.
02 de
dezembro
Nacionalizadas a atividade de radiodifusão e a RTP.
1976
20 de julho
São nacionalizadas empresas de bconservação, produção, serviço,
transformação e comercialização de pescado.
29 de julho
A Imprensa fecha a porta das nacionalizações. As empresas proprietárias do “Diário de Notícias”, de “O Século”, do “Diário Popular” e de “A Capital” passam para o setor público juntamente com diversas firmas de artes gráficas e edição de publicações.
segunda-feira, 10 de março de 2025
STARDUST MEMORIES Nº 81: A TABERNA DO LIBERATO
Deve ter aqui entrado pela primeira vez no outono de 2005. Foi o começo de muitas idas e, mais importante, o começo da amizade com o Jorge e com a Alice. Recordo, em particular, a fuga para lá, ao final da noite de 29 de setembro de 2013. E um programa feito em direto pela TSF em 12 de janeiro de 2016. E uma visita do Presidente da República em 22 de abril de 2016.
O sítio, tal como aqui o vemos, tinha um ambiente muito especial. O Jorge fazia/faz por isso. Numa das minhas primeiras "visitas" virou-se para mim (enquanto na televisão passava um documentário sobre a vida selvagem), com um ar muito pensativo, teve esta tirada: "desculpe lá, o meu amigo é vereador e deve saber destas coisas; quantas leiras de coentros serão precisas para fazer um petisco com a orelha daquele elefante?". Apanhado de surpresa, desmanchei-me a rir. O resto da taberna fez o mesmo.
Foi também ali que, aos poucos, me fui reaproximando de Moura. Para sempre.
domingo, 9 de março de 2025
GARAGEM PARISIENSE
Já lá vai o tempo em que tudo vinha de Paris. Até as ideias de se fazerem panteões...
Paris dava um toque chique. Ao ponto de haver uma loja (cara) no Chiado que era o Paris em Lisboa. Na zona parisiense de Lisboa (sim, há/havia uma) fica esta garagem. Só não consegui saber o nome do arquiteto. O projeto parece ser dos anos 40 ou do início dos ano 50. Rodrigues Lima? Reis Camelo? João Simões?
sábado, 8 de março de 2025
SOLTEIROS CONTRA CASADOS
Há (havia?) uma cópia desta fotografia lá por casa. Apareceu reproduzida na página do facebook da Taberna do Liberato. Não sei o ano exato, mas foi seguramente em 1970 ou 1971. Dos presentes na fotografia estão entre nós, salvo erro, apenas um ou dois.
Tenho uma imagem muito nítida desse jogo, em que os casados (estes) jogavam "à Atlético" e os solteiros equipavam à Desportivo de Beja. Os solteiros fizeram dos mais velhos gato-sapato e ganharam 4-1.
A fotografia foi tirada, claro, no Campo Maria Vitória (vê-se, ao fundo, a Escola do Fojo), onde hoje está o Continente.
sexta-feira, 7 de março de 2025
MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA: MOMENTOS PRIVILEGIADOS
Sempre achei útil que os alunos tomassem contacto com a realidade, em vez de lerem lots and lots of bullshit. A experiência de anteontem foi, literalmente, única. Uma visita ao Museu Nacional de Arqueologia da turma de Gestão e Proteção do Património Arqueológico, com o espaço vazio antes das obras. Andou de tudo por ali: projetos, arqueologia, financiamentos, PRR, museografia, leitura do sítio, participação cívica etc.. Um privilégio para eles (e para mim), este percurso, conduzido por António Carvalho, diretor do MNA.
quinta-feira, 6 de março de 2025
A FONTE DA JUVENTUDE
Entro na Biblioteca da Faculdade de Letras. Ia meio embezerrado. Esquecera-me de verificar uma citação no al-Bayan al-Mugrib e tive de ir lá só por causa de isso. Ainda por cima, é uma obra antiga e que não está em livre acesso. O embezerramento passou quando a funcionária, para pedir o livro ao depósito, me perguntou: "sabe o seu número de aluno?".
Decididamente, não tenho ar de professor. Ou então, é aquilo da fonte da juventude.
Quadro de Lucas Cranach, o Velho, pintado em 1546. Está na Gemäldegalerie, em Berlim.
quarta-feira, 5 de março de 2025
CUBA 8/10: TRINIDAD
Brincadeiras intemporais. Miúdos lançando papagaios ao cimo da Calle San Procopio, em Trinidad. Grande parte da cidade foi tomada de assalto pelo turismo (mea culpa...). Este grupinho estava ainda alheio a tal fenómeno e a preocupação era lançar os papagaios em condições.
Trinidad é Património da Humanidade. Pergunto-me, sinceramente, qual foi a vantagem do "emblema"? Para lá do que hoje vemos, e que deixa, a todos os títulos, sérias reservas.
terça-feira, 4 de março de 2025
NOCTURNO
Fui, recentemente, ao Centro de Arte Moderna. E o que mais gostei foi desta obra de António Carneiro. Um nocturno, de 1911. Um óleo sobre tela, que pertenceu à coleção de Jorge de Brito.
Um quadro que (me) prenuncia quarta-feira de cinzas.
segunda-feira, 3 de março de 2025
E HOJE, ISTO SERIA POSSÍVEL?
domingo, 2 de março de 2025
LXXII - CRÓNICAS OLISIPONENSES: ESSAS BACTÉRIAS A E B...
Ouvido no metro:
Aquilo do sangue tem a ver com bactérias óláoquié. Quando as bactérias são as A, o sangue é A; quando as bactérias são B, o sangue é B. Um sangue sem bactérias é zero, tás a ver?
sábado, 1 de março de 2025
O MEU PEQUENO GRANDE MUNDO
“Esta ideia das paisagens originais surgiu-me de imprevisto: escrevi num romance (O Cerco de Cartum) uma frase onde referia que, ao longo da vida, nunca deixamos as paisagens da infância”. Quem o disse foi o escritor Olivier Rolin, quando iniciou o seu “Paisagens originais”. O livro é sobre cinco autores (Hemingway, Nabokov, Borges, Michaux, Kawabata) e nele se explicam os seus percursos, tomando como ponto de partida a influência que as paisagens iniciais tiveram nas suas obras.
À medida que o tempo corre firmam-se-me duas convicções, que já passaram por estas crónicas: “a lo largo del tiempo, y cuando empezamos a envejecer, pensamos en volver a los sítios de donde hemos salido” (António Malpica, historiador) e “un hombre sabe que se esta haciendo viejo porque comienza a parecerse a su padre” (Gabriel García Márquez, escritor). Constato tudo isso, agora com mais nitidez. Os últimos sete anos já são mais dos que os que faltam para encerrar a carreira. Algo que encaro sem pressa, nem angústia nem ansiedade. Nem, muito menos, com frustração. Olho, muitas vezes, para as minhas paisagens originais.
Olivier Rolin tinha uma parte da razão. Talvez porque as memórias primitivas sejam as mais firmes, há coisas que, absurdamente, me são convocadas à memória. Como o pontão do Arroyo del Albahacar, à saída de Paymogo, que estava sempre infestado de lagartixas. Como as amoreiras na Estrada do Sobral. Como a vereda do Barranco da Cerca. Como a barbearia do Mestre José Salvador, na Ladeira da Salúquia. Muitos dos sítios que fizeram parte dessas recordações mais antigas não existem. Na verdade, o que nós não deixamos é a memória das paisagens originais. Porque os sítios mudam e as terras onde nascemos e onde crescemos já não existem, factualmente. É como se os paradoxos de Zenão fossem aplicados ao urbanismo e aos sítios...
A Moura onde nasci já não existe. Ou foi deixando de existir. Ficou e ficará, sempre, o seu “espírito do lugar”. Aquilo a que os romanos chamavam “genius loci”. O que caracteriza cada sítio, que o marca e o identifica (a alegria dos habitantes de uma terra, o tipo reservado dos moradores de outra, o temperamento ácido dos naturais de uma certa localidade), e que é passado, sem que disso nos demos conta, de geração em geração, século após século. Nos meus cíclicos regressos a Moura fui-me dando conta de uma maneira de ser e de estar das pessoas que se vai renovando, com inesperada regularidade. A arte de ser mourense. É nesse registo do dia-a-dia que está o meu pequeno grande mundo. O afastamento físico pode, por vezes, enfraquecer laços ou fomentar o esquecimento. Mas não apaga, seguramente, a memória das pequenas coisas. Ou as recordações de cada rua, de cada esquina, de cada sítio. E isso acontece, a cada regresso. Quando, de forma impercetível, se reconstroem e são evocadas as paisagens de infância.
Crónica hoje, em "A Planície"
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
VALENTE DE OLIVEIRA DIXIT
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
PRISENCOLINENSINAINCIUSOL
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
AMADORA-SINTRA
Quando se fala no Amadora-Sintra é sempre por más razões. Uma pessoa que me é próxima passou três dias nesse hospital. Primeiro, na espera para entrar no SO - um serviço-hangar a que dão o bizarro nome de balcão -, depois no SO, depois na enfermaria, onde permaneceu escassas 10 horas. As condições são boas? Não são muito boas, porque a pressão sobre o hospital é imensa. Mas foi tudo muito melhor do que eu esperava, tendo em conta as terroríficas narrativas que envolvem o nome Amadora-Sintra.
O que foi excecional? A massa humana. A começar por uma verdadeiramente extraordinária equipa de enfermeiros. Assisti, em silêncio, ao trabalho que desenvolviam, sob imenso stress, no tal "balcão". E havia os médicos, claro. E os administrativos, diligentes e práticos.
O que posso dizer do Amadora-Sintra? Muito bem, sinceramente.
Quando a pessoa que me é próxima teve alta fui buscá-la. Perguntou-me "não tenho que pagar nada?". Ri com gosto. Disse apenas: "não, chama-se a isto Serviço Nacional de Saúde". O que era preciso é que não o descalçassem (uma das médicas disse-me isso mesmo, com todas as letras), dando recursos aos privados. Nada contra os privados. Não façam é figura de coitadinhos, alapados, como sempre, à sombra do Estado e dos contribuintes.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
DUARTE DARMAS - DE CASTRO MARIM A CAMINHA
Depois do anúncio feito no ano passado (dia 2 de março) está concluído o levantamento aéreo, feito pelo Centro de Informação Geoespacial do Exército (CIGeoE) das fortificações da raia, entre Castro Marim e Caminha. Quase 1000 quilómetros de ziguezagues.
Um trabalho que agora recomeça, em conjunto com um colega e amigo, Miguel Gomes Martins. Há 20 sítios (fronteira alentejana) que estão mais ou menos resolvidos. Faltam 35, e estão longe. E um (Piconha) é em Espanha.
Vai dar trabalho? Vai. Mas será compensador. E sem o Exército Português isto não ia a lado nenhum...
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
O ESSENCIAL É QUE A MENSAGEM CHEGUE
Qual o objetivo de publicidade?
Chamar a atenção, comunicar. Aqui está conseguido na plenitude.
E com um PI do alfabeto grego no lugar do R e tudo.
E os espargos eram excelentes, essa é que é essa!
domingo, 23 de fevereiro de 2025
VIAS DO GHARB - REDUX
Parecia mais simples do que foi... Dias de últimos retoques na brochura Vias do Gharb al-Andalus - toponímia, fontes escritas e arqueologia. Versão bilingue português/árabe a ser apresentada no final de maio, durante o Festival Islâmico.
Pensava que iria encontrar mais bibliografia sobre o tema. Nem por isso... Ainda por cima, são raros os que se "arriscam" a cartografar propostas. Mais difícil ainda, uma parte do Uns al-muhaj wa-rawd al-furaj de al-Idrisi tem tido uma leitura que me parece, no mínimo, contraditória. E ainda ninguém se deu ao trabalho de explicar porque é que os 273 kms. indicados por al-Idrisi para o caminho Badajoz-Sevilha são apenas 195 quando se segue o caminho "tradicional". A chave está, segundo me parece, na procura de soluções alternativas. É desse, e doutros, temas que trata o livrinho.