Desde a passada quarta-feira que o Panteão Nacional tem disponíveis, em versão digital, e de forma gratuita para os visitantes, os novos folhetos informativos.
Copio das redes sociais:
Desde a passada quarta-feira que o Panteão Nacional tem disponíveis, em versão digital, e de forma gratuita para os visitantes, os novos folhetos informativos.
Copio das redes sociais:
Tanto wishful thinking que por aí anda... A conta mais divertida é que a soma dos votos AD + IL dá maioria absoluta (partindo do princípio que a AD será a força mais votada). Ainda no outro dia, expliquei numa aula como funciona o método de Hondt. Que favorece a constituição de maiorias absolutas a partir dos 42-43% (às vezes menos, dependendo da dispersão dos votos e da forma como eles se concentram em determinados círculos). Mas aqui 2+2 não são 4. E a soma de duas forças políticas, mesmo superando esse patamar pode ficar longe de uma maioria absoluta. Dois exemplos práticos:
2015 - 42,50 = 105 (PS+BE)
2005 - 45,05 = 120 (PS)
No dia 18 se farão as contas. Não antes, por muita sofreguidão que por aí haja, da parte da multidão de "comentadores".
Escrevi aqui no blogue, em outubro de 2020, "não sendo grande entusiasta da obra de Norte Júnior (1878-1962) - tudo me parece demasiado parisiense... - gosto muito deste edifício art deco da Horta". Vale a pena relativizar, porque há edifícios que valem bem uma missa.
A Casa Malhoa, hoje museu nacional, é um desses edifícios. Mas há outros, que são casas particulares, que são merecedores de justificada cobiça.
Não gostei nada da exposição, mas esta pintura é fantástica. Intitula-se "Tragédia do Marquês de Mântua" ou ""Tchiloly" e é obra d Pascoal Viana de Sousa Almeida Viegas Lopes Vilhete ("Canarim"), são-tomense, nascido em 1894 e falecido nos anos 70.
O quadro tem legenda explicativa, numa lógica de ex-voto.
Já está.
Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006) in Nobilíssima Visão (1959)
Arrancou o safari, "ai, eu vou ver como é povo no seu habitat natural". Em 7 (sete) anos de transportes públicos na cidade e na periferia, não me lembro de ter visto políticos por lá. Quando vivia em Queluz ia muitas vezes no mesmo autocarro de Vitor Dias (PCP), que ia a caminho da Soeiro.
Bom, verdade se diga que moro na Buraca e essa zona não é muito trendy, na ótica de quem manda. Já sou quase um veterano do 27, do 28, do 50, do 54, do 64, do 99... São, com exceção do 28, carreiras eminentemente populares. Tal como o metro, em determinados segmentos.
Se há coisa que destesto é este tipo de espetáculos, na busca de uma proximidade que é artificial. São da linha daquele snob que dizia: "sempre, sempre ao lado do povo; o povo de um lado, nós do outro...".
O percurso foi curto, um pouco menos de 900 metros: subir parte da Calçada dos Barbadinhos, virar para a Fernão de Magalhães, depois subir a Rua Washington, depois a Afonso Domingues, virar à direita para a Rua Capitão Humberto de Ataíde e voltar a descer a Calçada dos Barbadinhos.
A igreja de Santa Engrácia (que não é a do Panteão) alberga uma relíquia de mártir, que o pároco transporta, na fotografia.
A Comissão de Festas em Honra de Santa Engrácia convidou a estar presente nas festividades. Uma atitude de grande simpatia. Fui, claro. Há práticas que não se perdem.
O recente apagão trouxe-me à memória um episódio ocorrido há uns bons 25 anos, numa sessão da Assembleia Municipal. Faltara a luz em todo o sul, e havia uma sessão nessa noite, na Casa do Povo da Amareleja. Cheguei ao local com poucas esperanças de que houvesse sessão. "Como é que isto vai ser?", perguntei-me. A dúvida durou pouco, quando vi um decidido José Maria Pós-de-Mina carregar um caixote com velas. A sessão da Assembleia ia ser à luz da vela! Uma solução pouco habitual, mas assim seria.
Tinha falecido por aqueles dias um conhecido político, pelo que foi proposto um minuto de silêncio no início da sessão começar. Toda a gente se levantou, enquanto eu, como presidente do órgão, controlava o tempo.
Mal me sentei, recebi uma SMS do presidente da câmara, que dizia algo como: "isto foi um bocado caricato; quem entrasse e nos visse de pé, em silêncio, numa sala iluminada por velas, pensaria que estava a decorrer algum tipo de ritual esotérico".
Memórias da vida autárquica...
Durante a realização de um projecto para um determinado edifício foi-me proposto que parte das chaves fossem substituídas por cartões e por chips. Opus-me, dizendo que preferia manter o sistema convencional, chaves e fechaduras mecânicas. Nem um chip para amostra, por favor. Fui alvo de alguma ironia, por parte de um engenheiro "ah! pois, agora o mundo anda para trás...". Claro que não anda. Mas há coisas de que, com o passar dos anos (esta coisa sacana da idade...), me habituei a desconfiar. Desfiei, de seguida, as minhas razões:
1. O descontinuar dos sistemas;
2. As atualizações de software (se, por alguma razão, se falham os pagamentos, pára tudo...);
3. Os bugs ("ah, isso quase nunca acontece"; pois, pois...)
4. E mais importante, a solução proposta não fazia falta.
Optei por continuar com as fechaduras clássicas para as quais, quando é necessário, nos podemos socorrer de um carpinteiro do bairro.
E não me lembrei eu dos apagões...
Foi esse comentário de um mourense nas redes sociais que me chamou a atenção. Viva Salazar!, alguém escreveu. Viva Salazar! Claro que viva. Viva Salazar, o que lançou toda uma juventude para o braseiro das guerras em África. Viva Salazar!, sobre quem pesa a morte de 10 mil militares portugueses, que pereceram nessas guerras, “mortos ao serviço da Pátria”. Viva Salazar!, o da PIDE, o dos campos de concentração do Tarrafal e de S. Nicolau. Viva Salazar!, o que prendeu dezenas de milhares de pessoas por razões políticas. O que cortou vidas, que expulsou do Ensino Superior gente distinta, que mandou matar pessoas às mãos cheias (os entusiastas de Salazar saberão quem foram Catarina Eufémia, Bento Gonçalves, Humberto Delgado, José Dias Coelho?). Viva Salazar!, o melífluo que chegou a catedrático sem ter defendido uma tese de doutoramento. Viva Salazar!, o que empurrou para a emigração em França cerca de um milhão de portugueses. Viva Salazar!, o que empurrou os nossos compatriotas para os “bidonvilles”. Viva Salazar!, o tacanho, que promoveu e manteve a Censura, a tal que proibia jornais, livros, filmes e peças de teatro. Viva Salazar!, pois claro. Viva a taxa de analfabetismo de 26% em 1971 (3% em 2021). Viva a Educação do fascismo, em que o Ensino Superior era só para alguns: 49.500 estudantes no Ensino Superior em 1971 (433.000 em 2021). Viva a taxa de mortalidade infantil de 52 por mil em 1971 (4 por mil em 2021). Viva Salazar!, o que deixou um país atrasado e sem infraestruturas. Viva Salazar, mais a taxa de cobertura de esgotos de 17% em 1971 (86 % em 2021). E mais a taxa de cobertura de rede de águas ao domicílio, que era de 40% em 1971 (96% em 2021). Viva Salazar!, e todos estes exemplos do país atrasado e sem condições que nos deixou. Viva Salazar!, mais uma Saúde que era pior, mas muito pior!, do que é hoje. Viva Salazar!, mais um Portugal em que havia 94 médicos por 100.000 habitantes (564 por 100.000 habitantes em 2021). Viva Salazar!, cujo regime garantia, em 1971, 66 anos de esperança de vida (82 anos em 2021). Viva Salazar!, pois claro! Tantas razões que há para celebrar o regime fascista, não é verdade? Ah, mas havia respeito e era tudo gente séria! Então não era... Podemos começar pelo escândalos de pedofilia nos anos 60. E podemos continuar com a promiscuidade entre empresas e Estado. Com a “pequena” diferença que era tudo abafado e trabalhado às escondidas. Viva Salazar? Repito o que já aqui escrevi: poderia falar no número de gimnodesportivos, na prática desportiva, nos equipamentos culturais, no ensino da música, na investigação científica, na qualidade das publicações universitárias, no papel do poder autárquico desde 1974. Poderia falar, e detalhar, a melhoria das condições de vida das pessoas.
A Democracia é isto: as pessoas poderem dize disparates sem sentido como “Viva Salazar”. E uma pessoa poder escrever o que entende sem ir parar a Caxias, ao Aljube, a Peniche ou ao Tarrafal. Perceberam, caros saudosistas?
Fotografia (Alfredo Cunha): Amadora, antes do 25 de abril
Crónica em "A Planície"
Nunca gostaram do 25 de abril. Nunca.
Todos os motivos são suficientes para "adiar".
Não se adia a Liberdade.
A resposta foi dada nas ruas.
Hoje, em Coruche, temos o Povo numa exposição que recorda dias felizes, em 1975.
Foi daquelas empreitadas - a exposição e o catálogo - que me deixou marcas positivas e recordações gratificantes.
O Povo, do Panteão para o Ribatejo.
A soma dos deputados desta lista soma 248.
Faltam dois. Quais? O do círculo da emigração (que foi para o PPD) e de Macau (que foi para a ADIM). O qu eu não tinha mesmo ideia é de ter havido um círculo eleitoral em Moçambique (!). Esse país estava a cinco meses da independência.
As primeiras eleições verdadeiramente livres da História de Portugal foram há 50 anos. Votei pela primeira vez em abril de 1983, há 42 anos. Em quem votei? Na coligação UDP-PSR. Que foi um flop total...
A inauguração foi ontem. Foi um bom e feliz reencontro com colegas e amigos, antigos alunos de José Mattoso na licenciatura, no mostrado ou no doutoramento. A exposição, entre o pessoal e o académico, é um notável percurso pela vida de uma personalidade marcante. Somo, na minha vida profissional e em diferentes graus, "um par" de felizes cruzamentos: Cláudio Torres, Christophe Picard, Pierre Guichard, José Pós-de-Mina, José Mattoso, António Rosa Mendes, Iria Gonçalves, Paulo Macedo...
A exposição vai estar patente até 17 de junho. Pode ser que o autor do execrável obituário que saiu no "Público" tenha a oportunidade de ir á Torre do Tombo e de perceber que há coisas especiais na vida. Como a aprendizagem com pessoas como José Mattoso.
https://antt.dglab.gov.pt/exposicao-jose-mattoso-fazer-a-historia-repensar-o-arquivo/
Últimos dias de duas importantes exposições, no Panteão Nacional:
Guerra Junqueiro e o capricho da Arte
Tesouro de Nossa Senhora das Salas
Algumas pistas sobre as narrativas em torno do Islão (período medieval, neste caso), no Seminário Permanente de Estudos Islâmicos da Universidade Lusófona, organizado por Fabrizio Boscaglia. Dia 24, às 18 horas, online.
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/88353084579
Um pedido aos leitores do blogue (sem ironia):
Será que alguém me consegue explicar como é que um cidadão, seja ele quem for, toma conhecimento de que está a ser objeto de uma investigação por parte do Ministério Público através da comunicação social? Se nada lhe ter sido comunicado.
Fico desde já muito agradecido.
Uma jornalista e a sua família tentaram, há cerca de duas décadas, viver sem usar produtos fabricados na China. A "aventura" está contada num livro. No final, houve muitas entrevistas e muitas declarações. Numa delas, Sara Bongiorni rematou, dizendo:
WERTHEIMER: Did you decide at the end of the year that you were still going to boycott China? Did you move on?
Ms. BONGIORNI: Well in the end we had to find a way to come to terms with the world as it is. We couldn't live like this forever. I mean it really did become an all-consuming project. So we found a middle ground at the end, and yes, we do buy things from China again.
Quando ouço babacas afirmarem, em debates televisivos, que vão restringir as importações da China, estão a falar de quê??
https://www.npr.org/2007/07/18/12056295/life-without-goods-made-in-china-a-challenge
De alfa para ómega. Mais um desenho de Moita Macedo.
Do Evangelho segundo S. Mateus:
Morte de Jesus (Mc 15,33-41; Lc 23,44-49; Jo 19,25.28-30) – 45A partir do meio-diaf fizeram-se trevas sobre toda a terra, até às três horas da tardeg. 46Pelas três horas da tarde, Jesus bradou com voz forte, dizendo: «Elí, Elí, lemá sabakhtáni?», isto é, «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?»h. 47Alguns dos que ali estavam, ao ouvirem isto, diziam: «Está a chamar por Elias». 48E um deles foi imediatamente a correr apanhar uma esponja e, depois de a embeber em vinagre, pô-la numa cana e dava-lhe de beberi. 49Os outros, porém, diziam: «Deixa! Vejamos se Elias o vem salvar». 50Mas Jesus, bradando de novo com voz forte, entregou o espíritoj.
51Entãok o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se. 52Os sepulcros abriram-se e muitos corpos de santos que já tinham adormecido ressuscitaram 53e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesusl, entraram na cidade santa e apareceram a muitosm. 54O centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o terramoto e o que estava a acontecer, ficaram cheios de medo e disseram: «Ele era verdadeiramente Filho de Deus!».
Ao ver isto ontem, até pensei que se tratasse de uma montagem.
Foi em novembro de 1975. Uma prova de que nem todas as contradições são contraditórias.
A última ceia é um tema pouco frequente na obra de Moita Macedo. Um trabalho fantástico, que já esteve em exposição na Sé de Lisboa. Este, e outro desenho de temática pascal, foram-me oferecidos há uns 40 anos. Têm lugar especial lá em casa.
Do Evangelho segundo S. Marcos:
A ceia do Senhor (Mt 26,20-29; Lc 22,14-23; Jo 13,2.21-26; 1Cor 11,23-25) – 17Ao cair da tarde, chegou com os Doze. 18E, enquanto estavam reclinados à mesa e comiam, Jesus disse: «Amen vos digo: um de vós, que come comigo[4], me há de entregar». 19Começaram a entristecer-se e a dizer-lhe, um após outro: «Não sou eu, pois não?». 20Mas Ele disse-lhes: «É um dos Doze, o que põe comigo a mão no prato[5]. 21Porque o Filho do Homem parte, tal como está escrito acerca dele, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido».
22Enquanto eles comiam, tomou um pão e, pronunciando a bênção, partiu-o, deu-lho e disse: «Tomai, este é o meu corpo».
23Tomando, então, um cálice e dando graças, deu-lho e todos beberam dele. 24E disse-lhes: «Este é o meu sangue da aliança[6], derramado em favor de muitos[7]. 25Amen vos digo: não mais beberei do fruto da videira, até àquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus».
Lê-se no "Público" de hoje:
Presidentes dos EUA e El Salvador recusam libertar Kilmar Abrego Garcia, imigrante enviado para prisão salvadorenha por “erro administrativo”. Trump admite enviar também norte-americanos para o CECOT.
Não é muito surpreendente, este texto. O juiz Roy Bean dizia ser ele a justiça a oeste de Pecos. Agora, há outro "justiceiro" a este de Pecos. E é mais letal que o dito Roy Bean...
Numa das salas da Gare de Alcântara há um registo com personalidades que passaram por Lisboa, a caminho da segurança norte-americana, nos anos de 1940-1941. É uma verdadeira parada de estrelas. Passaram por um país tão parolo e tão tacanho como o próprio Salazar. Nenhum deles quis cá ficar, naturalmente. Ficavam a fazer o quê?
Na parede oposta, há uma fotografia com refugiados empunhando a bandeira americana. Sinais de outros tempos.
Alfred Döblin
Alma Mahler
Antoine de Saint-Exupéry
Gala Dalí
Hannah Arendt
Jean Renoir
Josephine Baker
Joan Miró
Madeleine Lebeau
Man Ray
Marc Chagall
Marcel Dalio
Marcel Duchamp
Patricia Highsmith
René Clair
Salvador Dalí
Saul Steinberg
Finalmente abertas! As gares marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos podem ser visitadas. Todo o talento de Porfírio Pardal Monteiro e de Almada-Negreiros à nossa frente. Em especial na de Alcântara (a outra fica para daqui a umas semanas), onde há um centro interpretativo que enquadra a gare na história portuguesa e nas obras do arquiteto e do artista plástico. Há entrevistas curtas muito boas em imagens e há filmes muito bons sobre a obra de Almada em Lisboa.
O pior disto? A gare continua emparedada entre contentores... E para lá chegar temos de fazer uma gincana entre rotundas improvisadas e pavimentos em mau estado.
Privatizam tudo. Ou querem privatizar tudo e mais alguma coisa. O problema deles não é o Estado. É o Estado não ser deles! De forma exclusiva e absoluta, como o senhor da imagem.
O meu profundo e absoluto desprezo por estas criaturas só é comparável ao meu empenho em as combater. Tenho uma minha carreira de 38 anos, 6 meses e 17 dias como funcionário público. Faço desse percurso ao serviço da República parte do meu combate.
Não tinha uma ideia muito precisa da pinacoteca da Casa-Museu Anastácio Gonçalves. O edifício é hoje invisível, depois da construção da Torre FPM 41. Chegar lá é um zigue-zague, numa paisagem urbana que já se quis parisiense e que hoje não é coisa nenhuma.
Lá dentro há naturalistas. Há João Vaz e há Silva Porto (cf. infra). Quanto mais olho, mais gosto. Fico sempre, talvez de forma errada, com a sensação de estar ante uma geração que ficou meio perdida e que não tem o destaque que merece.