Vamos ver o povo
Que lindo é
Vamos ver o povo.
Dá cá o pé.
Hop-lá!
Vamos ver o povo.
Já está.
Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006) in Nobilíssima Visão (1959)
Arrancou o safari, "ai, eu vou ver como é povo no seu habitat natural". Em 7 (sete) anos de transportes públicos na cidade e na periferia, não me lembro de ter visto políticos por lá. Quando vivia em Queluz ia muitas vezes no mesmo autocarro de Vitor Dias (PCP), que ia a caminho da Soeiro.
Bom, verdade se diga que moro na Buraca e essa zona não é muito trendy, na ótica de quem manda. Já sou quase um veterano do 27, do 28, do 50, do 54, do 64, do 99... São, com exceção do 28, carreiras eminentemente populares. Tal como o metro, em determinados segmentos.
Se há coisa que destesto é este tipo de espetáculos, na busca de uma proximidade que é artificial. São da linha daquele snob que dizia: "sempre, sempre ao lado do povo; o povo de um lado, nós do outro...".
1 comentário:
Se por uma semana na vida todos fizessem o que Mariana Mortágua fez, se metessem num transporte público de madrugada com aqueles que trabalham 12 a 14 horas por dia, todos os dias da semana, para fazerem o trabalho de merda que ninguém quer fazer, das limpezas às obras passando por parir os filhos do ex juiz chalupa anti-vacinas, e acabava logo a conversa da treta de recambiar imigrantes para "a terra deles".
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