Há uns meses fui convidado a participar num colóquio sobre a minha área profissional, onde se discutia a forma de tornar vivas as cidades hoje desaparecidas. O colega que me antecedeu falou de coisas sérias, aquilo até meteu a fenomenologia, Husserl e uns palavrões difíceis. Quando me coube intervir, mostrei as dificuldades, dúvidas e propostas para a escavação de Moura, terminando com uma imagem de um insólito objeto fálico, encontrado dentro de um muro setecentista. Foi uma risada geral e um fartote de perguntas sobre o dito objeto. O colega do Husserl (antigo condiscípulo da Faculdade de Letras) ficou um tanto chateado e disse-me, no intervalo "vens para aqui com brincadeiras, continuas a não levar as coisas a sério". Levo pois, só que levo de uma maneira um pouco mais lúdica do que a fenomenologia e o Husserl.
Vem isto a propósito das Festas de Nossa Senhora do Carmo, em Moura. Começam na quinta-feira, daqui a umas 80 horas. Está na altura dos "exercícios de aquecimento" e, para os agnósticos como eu, de uma séria e empenhada preparação para a borga. Deixem lá o Husserl para outra altura.
Aqui fica o programa das festas:
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