Aqui bem perto (270 metros, em linha reta, a partir do Panteão), na Rua Leite de Vasconcelos. Uma máscara algo sínica.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
terça-feira, 2 de dezembro de 2025
NO LIVRO SOBRE O PARTIDO DOS FACHOS
Uma amiga da Coimbra telefona-me "então és citado no livro sobre o partido dos fachos?". Pois não fazia a mínima ideia. Mandou-me um fotografia. O texto tem um par de incorreções (y como no?, diz-se em Espanha...), a começar pelo facto de a pessoa que migrou para o Chega ter sido "assessora dos vereadores". Nunca foi tal. Dava apoio administrativo a quem secretariava as reuniões de câmara. Algo de muito diferente.
"não gostou da gestão do sucessor, Santiago Macias", leio no livro. Fiquei feliz com o desgosto.
"Por dentro do Chega" é um livro de Miguel Carvalho. Para ser lido dentro de dias.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
LXXIV - CRÓNICAS OLISIPONENSES: NA CIDADE DOURADA
Há várias coisas que nunca percebi num célebre (e muito bom) filme de Alain Tanner. Uma delas é o título... A imagem mais forte que tenho de Lisboa é a cor dourada. Um amarelo ouro e palha que se vê ao final do dia. Uma amiga que hoje foi para norte mandou-me esta fotografia, dizendo ter sido a mais bela descolagem de sempre. Há momentos assim. E recordo este mesmo tom, num final de tarde da primavera de 1992, ao chegar de Roma. Que não é menos dourada, diga-se.
domingo, 30 de novembro de 2025
SOBRE A LUZ BRANCA DAS ESTEVAS
Nos campos de Mértola II
Sobre a luz branca das estevas
corre o silêncio quebrado
pelo voo das aves
e o sopro do pulsar da terra.
Flores brancas roxas amarelas
cobrem as raízes dos chaparros
enfeitavam
os lenços
das camponesas
teciam os mantos
das santas e das deusas.
De colina em colina
de brejo em brejo
aspirando o aroma das estevas
procuras o quê?
aloendros vermelhos?
De repente os olhos caem
na fenda do rio.
Está lá baixo
quieto vivo
um retângulo de água
num tabuleiro de pedra.
Esquálidas de sede
amendoeiras descem a encosta
mas as raízes ficam presas no xisto.
As casas os muros as torres
estremecem na água
À noite chegam as vozes dos astros
no silencio dos mortos e dos vivos.
Foi este o poema que António Borges Coelho me dedicou, no livro editado em agosto deste ano. Seria o derradeiro.
A dedicatória é, para mim, uma pequena-grande condecoração.
.
sábado, 29 de novembro de 2025
EM MIRANDÊS NOS ENTENDEMOS
É uma proposta um pouco "improvável"? Admito que sim. Mas a verdade é que nunca gostei das coisas "prováveis".
O reconhecimento da língua mirandesa está na Lei n.º 7/99 de 29 de janeiro. Cumpra-se, portanto, a lei. É por isso que o folheto do Panteão Nacional está também disponível em mirandês. Veja-se este excerto:
sexta-feira, 28 de novembro de 2025
MESQUITA CENTRAL
Aula de segunda-feira, dia 24, na mesquita central de Lisboa. Um pouco antes da quarta oração do dia Com o particular privilégio de ter como guia o bem humorado e cordialíssimo sheik David Munir. Poucos alunos, cerca de 50% dos que costumam ir às aulas. Eis algo que me intriga profundamente. Nao temos de estar fechados nas salas? Certo. Devemos escapar à lógica de debitar matéria? Ainda mais certo. Então...
quinta-feira, 27 de novembro de 2025
CAMÕES
Dar visibilidade a uma peça quase "invisível". A tapeçaria encontra-se, normalmente, numa zona de acesso restrito de Caixa Geral de Depósitos. Vai agora ser vista, no Panteão Nacional, por milhares de pessoas (estimamos entre 30 a 35.000). Celebremos Camões e celebremos a Arte de José de Guimarães.
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
BRYAN PYNTO
Olhei para a fotografia pensando "isto faz-me lembrar qualquer coisa... mas o quê?". Ao fim de um minutos, as sinapses estalaram os dedos e lembraram-se de uma capa de um disco de 1977...
Os cartazes de rua do candidato fazem lembrar uma versão loja-dos-300 de um velho disco de Bryan Ferry.
terça-feira, 25 de novembro de 2025
AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU
O que muitos deles queriam mesmo, mesmo, era o Dia da Raça. Isso é que era... Mas, por muitas voltas que o mundial dê, isso já não volta!
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
JERASH
O sítio da fotografia fica a 4.103 kms. do local onde me encontro. Quando estive em Jerash, há muitos anos, convenci-me que Roma se torna mais esplendorosa quanto mais para oriente caminhamos.
Jerash fará parte - não com esta imagem - de um livro há muito prometido (a mim mesmo) e que agora, finalmente, avança.
Viva Roma!
domingo, 23 de novembro de 2025
A VIAGEM DE GARRETT
Uma sessão notável, de Victor Caetano, com dramaturgia de Gisela Cañamero. Almeida Garrett andou pelo coro baixo do Panteão Nacional. Entre as Viagens na minha terra e Shakespeare se construiu um percurso original.
Última sessão no próximo domingo.
sábado, 22 de novembro de 2025
PAVILHÃO DAS CANCELINHAS - 10 ANOS
Este sítio foi, há dias, tema de conversa.
A inauguração, na Amareleja, teve lugar há 10 anos, precisamente. Um dia inesquecível. As centenas de pessoas que encheram o pavilhão deram-me ânimo para continuar com um ritmo de trabalho que era/foi intenso.
Tal como intensa tem sido a utilização do sítio.
Na fotografia, da esquerda para a direita: José Pós-de-Mina (Presidente da Câmara 1997-2013), eu, Manuel Ramalho (Presidente da Junta 2001-2009) e Victor Mestre (autor do projeto).
Uma década volvida tenho a certeza que, ao avançar, tomámos a decisão certa. E continuo com a convicção que o projeto deveria ter prosseguido e sido concluído.
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
PIO XII
Digitalizações em curso.
Não tenho a data precisa desta fotografia, mas o negativo é, certamente, de final de junho de 2009.
A representação de Pio XII parece-me quase fantasmagórica. É um trabalho do escultor Francesco Messina (1900-1995) e está no Vaticano.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
FRANCO (1892-1975)
O franquismo, na sua tremenda violência, foi muito mais longe do que o salazarismo. E deixou marcas mais fundas. A todos os níveis.
Estava em Madrid quando o carro de Carrero Blanco foi pelos ares. Lembro-me da agonia de Franco. E tenho uma ideia, mais difusa, do patético comício de 1 de outubro de 1975.
Na infância, olhava para a moeda de uma peseta com que ia comprar cromos à tienda ao fundo da Calle Calvo Sotelo, intrigando-me aquela do "caudillo de España por la gracia de Dios"...
Depois da sua morte, os ultras continuaram a marcar presença. A marca do saudosismo - a que o bronco CHEGA dá por cá expressão - teve em Espanha outros registos: a Fuerza Nueva e, noutro estilo, o PP. E, agora, o VOX.
Uma coisa é certa: o passado nunca regressa da mesma forma.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
FICHAS TÉCNICAS
Podia ser pior...
É uma das minhas manias inofensivas: fotografar as fichas técnicas das exposições e dos museus. Ante o olhar sempre um pouco desconfiado dos meus alunos, explico sempre que é uma das formas de recolher informações: quem faz, quem são os técnicos, quais são as empresas, quem trata disto e daquilo. Ainda na semana passada repeti o gesto. Mais uma vez recolhi dados de interesse.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
VIVA O PAVILHÃO DAS CANCELINHAS!
Fizeram-me chegar esta fantástica fotografia.
domingo, 16 de novembro de 2025
UM ROUBO EM GUIMARÃES - 16.11.1975
Faz hoje 50 anos. Até hoje permanece o mistério. Ninguém foi preso.
Transcrevo de https://www.guimaraesdigital.pt/index.php/informacao/cultura/42799-66090:
O audacioso assalto ao Museu de Alberto Sampaio registado a 16 de Novembro de 1975 continua a inquietar a memória dos vimaranenses. E se os culpados que foram julgados e condenados não chegaram a ser encarcerados e a pagar as indemnizações, os seus actos não foram esquecidos pelo crime hediondo de 'lesa-Pátria'. Foram roubadas peças e jóias de incalculável valor, num "golpe protagonizado por um casal que teve a colaboração de outro na fuga que empreenderam de automóvel".
O crime desse domingo de outono é descrito pelo jornal O Comércio de Guimarães, na sua edição de 22 de Novembro de 1975. "Na hora de encerramento o principal funcionário Fernando Cunha foi violentamente agredido e manietado, enquanto os assaltantes roubavam as peças e jóias valiosíssimas que constituíam grande riqueza do tesouro de Nossa Senhora da Oliveira".
"O golpe obedeceu a um plano devidamente estudado, com estratagemas e foi posto em prática a hora que os assaltantes julgaram a mais propícia, como realmente era. Foram roubados os seguintes valores: - Coroa de Nossa Senhora da Oliveira, de ouro e pedras preciosas, do século XVIII; peitoral em prata dourada e peças preciosas, também do século XVIII; meada de ouro puro, com 32 metros; do século XVIII; passador de prata, século XIV; rosário de ouro, também do século XIV, cordão de ouro também do século XVII; orilhão de ouro, século XVII; cruz de ouro (indiana) do século XVII; e outra peça de prata do século XIV".
Os autores do crime pertenciam a um comando do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), movimento de resistência à crescente influência do Partido Comunista Português e dos vários grupos de Extrema-Esquerda, criado após o 11 de Março de 1975 e extinto a seguir ao 25 de Novembro desse ano, em que a frágil democracia enfrentou o denominado «Verão quente».
O casal composto pelo ex-primeiro-tenente fuzileiro José Maria da Silva Horta, desertor das Forças Armadas após a falhada intentona do 11 de Março, e por Maria Alice da Silva Marques, antiga Secretária de um dirigente do chamado Partido do Progresso.
Houve quem qualificasse o assalto como um "crime de lesa-Pátria". Os autores nunca foram encarcerados. O ex-tenente Silva Horta desapareceu sem deixar rasto, embora tivessem circulado informações de que teria sido identificado no Brasil, e Maria Alice chegou a ser detida em Cascais, mas conseguiu fugir do Hospital Miguel Bombarda, onde estava internada sob prisão. Ambos foram julgados e condenados à revelia, em 1987, a 20 e 15 anos de prisão e ao pagamento de um milhão de contos.
As jóias nunca foram recuperadas, havendo versões de que teriam sido vendidas ao desbarato em diversos lugares. Oxalá, tal não tenha acontecido e que o tesouro continue algures intacto.
sexta-feira, 14 de novembro de 2025
BRASIL / BRASIS
Fui ontem à inauguração da exposição "COMPLEXO BRASIL". Vou ter de lá voltar, e certamente mais do que uma vez.
Uma exposição complexa, literalmente, e interessante. O que Eliane Brum diz (cf. infra) não é exatamente o que o Expresso diz que disse (v. aqui)... Lá terei de comprar o catálogo... Em todo o caso, este jogo do perdoa-me não faz muito o meu estilo.
De que mais gostei? Desta pintura de Djanira da Silva Rocha, deste Largo do Pelourinho, de 1955 [não encontrei referências a esta pintora; será erro na legenda?].
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
STARDUST MEMORIES Nº 84: NOUTRO PAÍS
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
DE LOURES PARA O PANTEÃO
A autora deste desenho chama-se Sara Cardoso. É um dos 19 exemplares que compõem o catálogo "Panteão, um olhar". Um edição do Panteão Nacional / Museus e Monumentos de Portugal que resultou da exposição desses trabalhos. Que foram um projeto do Clube de Línguas do Agrupamento de Escolas 4 de outubro, de Loures.
O catálogo contou com a inspiradíssima produção gráfica de Miguel Brás.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
ANGOLA 50 ANOS
segunda-feira, 10 de novembro de 2025
OS ECOS DELES
Uma publicação digital promoveu uma sessão com os candidatos à Presidência da República. Decidiram também quem são os que são candidatos. António Filipe e Catarina Martins ficaram de fora.
Eles dão eco a quem querem. Estamos entendidos com quem se entendem.
domingo, 9 de novembro de 2025
TRÊS FRASES SOBRE A ÓPERA
sábado, 8 de novembro de 2025
AI A IA...
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
POR TERRAS DE SÃO VICENTE
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
RABAT 1999
Não vou jurar que a inauguração foi a 6 de novembro, mas deve ter andado por aí perto. Uma empreitada inesquecível, em terras magrebinas. Depois de Tânger (em setembro), foi a vez de Rabat. Há um vídeo desses dias. Aqui vão três imagens: Cláudio Torres, Maria da Conceição Amaral e eu; a Qasbah des Oudayas, magnífico cenário da exposição; memória da montagem, com um momento de grande risco (eu a fazer trabalhos manuais...).
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
RANGEL 45 ANOS
terça-feira, 4 de novembro de 2025
REVIVER O PASSADO NO LUMIAR
Rever episódios ocorridos há 45 anos... Algo que não me passaria pela cabeça há uns tempos. Foi ontem, num estúdio televisivo algures no Lumiar, onde fui entrevistado. Um passeio pela memória, pela carreira no cinema que não aconteceu, por um documentário que ficou 33 anos por concluir, pela mais difícil das minhas exposições, por muita coisa que aconteceu e que recordei com gosto.
Ficarei a aguardar o resultado com redobrado interesse.
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
ERA UMA VEZ UMA MURALHA
A perda de importância militares das localidades fronteiriças trouxe consigo, em especial a partir de meados do século XIX, o generalizado abandono das fortificações. Muralhas e atalaias, quartéis ou estruturas de apoio forma caindo no esquecimento. Uma má prática do Estado, que as crónicas dificuldades financeiras do País agudizaram e um generalizado desinteresse no Património tornaram mais evidente.
A expansão urbana das povoações de maior dimensão – como Moura – levou à destruição de muralhas para permitir a abertura de novas ruas. Ou, como no caso extremo da nossa terra, a muralha islâmica foi, quase toda!, destruída, para dela se extrair salitre, necessário ao fabrico da pólvora. Agora digam lá que reciclar é sempre boa ideia...
Há muitos anos, ao consultar o imprescindível Tombo da Villa de Moura, no nosso arquivo municipal, deparei com um texto de 2 de março de 1535, no qual se autorizava o fidalgo Jerónimo Correia a tapar parte da muralha do castelo.
Quem dava a autorização? O Infante D. Luís, Duque de Beja (1506-1555), segundo filho de D. Manuel e da sua segunda mulher, D. Maria de Aragão. E o que diz o texto, em concreto? Que era dada autorização a Jerónimo Correia para que pudesse “tapar a barbacã da torre quanto diz com a frontaria das suas casas, que estão pegadas com o muro, e plantar nelas árvores; quando for necessário defender a fortaleza, se desocupará a dita barbacã e se lhe dará serventia, sem impedimento; e também dará [serventia] para o povo ver correr os toiros como até agora fazem e para isso fará portas, que depois se encerrarão”. Atualizei o português, naturalmente, para mais fácil compreensão.
O alvará do infante D. Luís tem, a vários níveis, informações relevantes:
· A barbacã [muro mais baixo em frente ao muro principal do castelo] já não tinha utilidade, o que permitia que fosse desativada e lhe fosse dada uma nova função;
· Como a vila tinha crescido em direção a sul, uma parte da muralha, que corresponde ao espaço hoje ocupado pela “Casa das Nunes” e por edifícios municipais, perdera importância em termos militares;
· Ou seja, é provável que correspondesse a um edifício situado algures nessa área a referência feita no texto de 1535;
· A privatização de muralhas e de espaços públicos estava longe ser uma situação inédita, mas esta contratualização tem dados curiosos;
· Em primeiro lugar, a autorização para plantar árvores, estando associado a este acordo a obrigação de desocupar o espaço [Jerónimo Correia sabia perfeitamente que isso não iria acontecer];
· Em segundo lugar, assume-se que há um uso misto do espaço e que a população continuará a usar a barbacã para ver correr os touros;
· Em terceiro lugar, iriam ser construídas portas: por um lado para que o espaço não ficasse sempre aberto, por outro para impedir que o fidalgo o entaipasse, ficando dele pleno proprietário...
No desenho de Duarte Darmas, feito cerca de 1510, vemos, da esquerda para a direita, o Convento do Carmo, a barbacã com árvores e a Santa Comba. Não me custa admitir que fosse essa a zona onde Jerónimo Correia tinha as suas casas. O mesmo é dizer que era aí, na esplanada em frente à Santa Comba, que se corriam os touros, para gáudio da população. Não dá para se dizer que foi a primeira praça de touros de Moura, mas dá para ver que há tradições que são antigas e que vêm de muito longe.
Pequenas histórias de uma grande terra.
Crónica em "A Planície".
Não pode reagir a um grupo com um emoji |
domingo, 2 de novembro de 2025
DA INSEGURANÇA EM PORTUGAL
Não foi por masoquismo. A conversa de ontem à noite andou, em parte, à volta do tema insegurança em Portugal. Claro que se continua a focar o discurso em Lisboa. Mas mesmo assim, vejam-se estes rankings internacionais em torno de temas como paz e segurança.
Quem gostar de discursos alternativos pode continuar a ouvir "políticos" que andam, desesperadamente, a precisar de doses reforçadas de ritalina.
sábado, 1 de novembro de 2025
CHICHÉN ITZÁ
Por entre as colunas de pedra, um borboleta
negra com vermelho nas asas voava. Entre uma coluna
e outra procura a entrada para o centro onde
se arrancaram corações de cativos e de virgens. Talvez
quisesse que o seu vermelho a tingisse com o sangue
das vítimas; talvez quisesse roubar-lhes, dos lábios,
o último sopro, ou o último grito. Pensei
que a poderia seguir por entre as colunas; mas
o cão que parecia dormir, na perpendicular
de vénus, levantou a cabeça e olhou-me, como
se fosse o jaguar devorador de corações. Tudo tem
a sua lógica quando procuramos dar um sentido
ao acaso. E olhei para o alto da pirâmide
como se lá estivesses, à minha espera, com os teus olhos
presos nas asas da borboleta e a chamar por mim,
como se nao tivesses já o meu coração
sem teres precisado de o arrancar na câmara
dos sacrifícios (ao que dizem, fechada
por motivos de segurança).
Passaram-me, discretamente este poema de Nuno Júdice, ontem, a meio de uma sessão de leitura de poesia. Fiquei com dúvidas que fosse para o ler em público. Pensei que não era. Afinal era, disseram no fim. Fiquei quase feliz por nao ter percebido. Mas só mesmo quase.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
DIA DE MUERTOS / DIA DOS MORTOS
A partir de amanhã, no Panteão Nacional. E só até dia 9 de novembro. Dois altares da cultura mexicana homenageando duas figuras populares de Portugal e do México: Amália Rodrigues e Cantinflas.
Trabalho a três: Embaixada do México, Fundação Amália Rodrigues e Panteão Nacional.
terça-feira, 28 de outubro de 2025
O PESCADOR ACIDENTAL
Post dedicado a dois jovens amigos. Andaram à pesca algures no Oceano Índico. Dizem eles... Que pescaram peixes grandes e tal. Pois, pois...
Esta fotografia foi feita num sítio um pouco distante do local da pescaria dos meus amigos. Trabalho da extraordinária - não encontro outra palavra mais discreta - Mirella Ricciardi (n. 1931).
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
DO CÁLAMO AO DRONE: E TRÊS ANOS SE PASSARAM (27.10.2022)
domingo, 26 de outubro de 2025
IA, CHAT GPT etc.
A entrevista, por zoom, terminou há pouco. Uma conversa com dois jovens investigadores em torno do uso da inteligência artificial na gestão de um monumento. Digamos que fiz uma abordagem prudente do tema. Os últimos contactos com os alunos têm aumentado a minha preocupação em relação à salubridade de uma parte do futuro.
sábado, 25 de outubro de 2025
ÁGUA MÃE
A notícia é de há pouco: o filme Água mãe, de Hiroatsu Suzuki e de Rossana Torres, ganhou o Prémio da Competição Portuguesa no DocLisboa. Viva!
Por motivos pessoais não pude ver, mas verei.
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
RECORDANDO EISENSTEIN
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
ASTÉRIX NA LUSITÂNIA
Sai hoje o 41º. álbum de Astérix. Os primeiros 24 foram produzidos por René Goscinny (1926-1977) e por Albert Uderzo (1927-2020). O último dessa série - Astérix entre os belgas - estava a ser concebido quando Goscinny faleceu. Tornou-se então evidente que o grande génio criador era ele. Desde então saíram mais 16 livros, a que se juntará Astérix na Lusitânia. Os livros não são maus - muito longe disso, caramba -, mas o punch que Goscinny lhe dava já não existe.
Veja-se a forma como ele nos caracterizou em "O domínio dos deuses". Hoje isso não era possível, credo!, que coisa tão enxovalhante e não inclusiva...
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
FICCIONES
Saí hoje da sala de aula, a B302 na torre B..., com um estranho sentimento de incerteza. Questões metodológicas em torno da análise de um texto de Abd Wahid al-Marrakushi tinham levado a conversa para longe. A criação de realidade paralelas levou-me a aconselhar a leitura de Jorge Luis Borges (1899-1986), em especial do pequeno texto "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius".
O que mais me causa estranheza é a queda (a pique) dos hábitos de leitura. Algo está errado.