quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ECONOMIA: MODO DE USAR

"Posso pagar com o VISA?", perguntei. Não me apetecia ir para as bichas dos bancos nem andar a traficar dólares no mercado negro. Claro que podia pagar com o VISA, sorriu o dono do Dar Halabia, um hotelzinho na cidade velha de Aleppo (Síria). Foi buscar uma caixa de cartão, onde estava o terminal do pagamento eletrónico, ainda embrulhado em plástico. Desenrolou o aparelho, com mil cuidados, e pousou-o na mesa. Depois, começou a folhear o manual de instruções, voltando vezes sem conta para trás e procurando qualquer coisa umas dezenas de páginas mais à frente.

Desisti, claro. Propus-lhe o pagamento em dólares, sugestão que aceitou com o mesmo sorriso, acabando por me fazer um câmbio decente. Fiquei a pensar quantas vezes teria já encenado aquele gag do manual de instruções.

Pragmaticamente, nunca entrei na balbúrdia dos bancos para fazer câmbios. Pragmaticamente, pedi ao Fahd que me tratasse de cambiar alguns dólares no mercado negro.

Porque me lembrei deste episódio do outono de 2003? É que anos mais tarde voltei ter problemas com terminais e, sobretudo, com a obtenção de faturas canónicas. Onde? Na Grécia. Há coisas que explicam outras coisas.


1 comentário:

babao disse...

Siria ? Grécia ? Nannn...
Basta ires ao restaurante "Duque de Caminha" em Caminha para teres a mesma mise en scène !!!