Tem dado polémica um recente trabalho da revista Sábado, que denunciava as evidentes fragilidades culturais dos estudantes universitários. Muitos deles frequentam escolas de topo. O problema não é novo. Há muitos anos na revista Interviú, Francisco Umbral (1932-2007) dava exemplos do desconhecimento dos seus alunos quanto a palavras básicas da língua espanhola. Recordo que um dos exemplos era a palavra "dintel".
Umbral e a Sábado misturaram-se no meu horizonte, quando fui aos meus arquivos (um espaço que uma velha amiga designa, prosaicamente, como a lixeira) buscar um inquérito feito, há uns anos, para os alunos de um mestrado. A média de ingresso na licenciatura que dava acesso aquele mestrado rondava os 17 valores.
O desafio era simples: identificar, num mapa do Mediterrâneo, países (numerados de 1 a 11) e as respetivas capitais.
Resultados:
Todos os alunos (17) identificaram Portugal, Espanha e Marrocos. 13 lograram indicar a Turquia, 10 o Egito, 7 a Argélia, 6 a Tunísia. Israel foi apontado por 3. A Líbia, o Líbano e a Jordânia foram corretamente indicadas por um aluno.
Quanto a capitais, apenas Lisboa e Madrid fizeram o pleno. 9 mencionaram o Cairo, 5 Argel, 4 Tunis e Ancara, somente 3 referiram acertadamente Rabat. Beirute e Telavive tiveram 2 respostas certas, Tripoli apenas uma. Ninguém indicou Amã como capital da Jordânia.
Muitas respostas em branco e algumas coisas originais:
Jerusalém como capital de Israel.
Istambul como capital da Turquia.
Marrakech e Casablanca como capital de Marrocos
A Síria no lugar da Argélia, do Líbano e da Jordânia
A Argélia no lugar da Líbia.
A Cidade do Cabo como capital do Egito.
O Egito no lugar da Líbia.
A Jordânia no lugar do Líbano.
O Iraque no lugar da Jordânia.
O Irão no lugar de Israel.
A Palestina no lugar de Israel, do Líbano e da Jordânia
A Síria no lugar de Israel, e com capital em Jerusalém.
"Só tens ideias tristes", decretou essa amiga. Na verdade, não voltei a repetir a graça.
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