São interessantes as perceções que temos do Património. Por isso me recordo tão bem daquela manhã abafada e quente do final de dezembro de 1999. Alguém nos arrastou (ao Carlos Fabião e a mim) até à Elm Street - a última rua onde J.F. Kennedy passou, e a que deu o nome ao filme... -, para vermos a John Neely Bryan Cabin. A cabana estava no meio de uma esplanada, como se vê na imagem de cima. É um local histórico, que representa o sítio onde morou o fundador de Dallas. O edifício já não é o original, construído em 1841 e há muito desaparecido, nem estava exatamente naquele sítio. Pouco importa. Os texanos patrimonializaram a memória da origem da cidade.
Temos coisas mais impressivas por cá? Temos. De melhor qualidade arquitétonica. E simbolicamente decisivas para todos nós. Olhando as terras do nosso concelho, e antes de 1841, que temos nós? Torre dos séculos XII, XIV e XVI, no castelo de Moura. Igrejas de interesse em todas as localidades. Arquitetura civil notável a partir do século XVI. Casas apalaçadas que fizerem que fizeram do centro histórico da cidade aquilo que ele é.
É esse caminho de reabilitação que temos seguido em Moura. Falta muito? Falta, mas já faltou mais. Pontos de maior debilidade (pelo forte investimento que exigem)? O Convento do Carmo e o antigo Grémio. Próximo investimento? A recuperação e reforço estrutural da igreja paroquial de Safara.
O que liga a valorização e a recuperação dos dois imóveis é a mesma linha de atuação e traduz-se em esforço, empenho e na obrigação de dignificarmos a memória dos nossos antepassados. Nada mais simples. De Dallas a Safara a distância é curta.
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