Ao reler, pela enésima vez, o "Configuration de la terre" (numa reedição da obra de Johannes Hendrik Kramers e de Gaston Wiet, onde traduzem o Opus geographicum, de Ibn Hawqal) assaltou-me uma dúvida. Talvez disparatada, mas nunca me tinha ocorridos. Que sítio é aquele que os autores identificam como Avis?
O texto diz "de Santarém a Avis, quatro jornadas". Mas diz mesmo? Não. O que o texto original (ver em baixo) diz é "wa min shantarin ila byza". Ou seja, de Santarém a Byza. Pode ser Avis. Mas pode, com mais lógica, ser Nisa. Pela proximidade fonética. E pela possibilidade, ainda que mais remota, de haver um lapso na cópia e ter ocorrido uma troca de diacrítico. Como o desenho da consoante nun e ba é idêntico em início de palavra, a troca pode ter acontecido e o sítio ser nyza e não byza.
Nisa não tem uma estrutura urbana anterior ao século XIV? Sim, e então? O mesmo acontece em Sines e está lá o testemunho da existência de um ribat.
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