Um pedido aos leitores do blogue (sem ironia):
Será que alguém me consegue explicar como é que um cidadão, seja ele quem for, toma conhecimento de que está a ser objeto de uma investigação por parte do Ministério Público através da comunicação social? Se nada lhe ter sido comunicado.
Fico desde já muito agradecido.
4 comentários:
Os "media" precisam de vender o seu produto e, muitas vezes inventam histórias. E como é público e notório o chamado segredo de justiça não é nem nunca foi uma realidade absoluta.
Se querem um Ministério Público antes do 25 de Abril, submisso, com medo de afrontar os poderes estabelecidos, então digam-no claramente. Não é do seu tempo . Em Moura, final da década de 60 e início da de 70 do século passado. Julgamento de um réu preso ,acusado de furtos; o velho tribunal ainda era na chamada rua da Jopal. O apelo da liberdade estava ali mesmo. O réu, de Alcunha o "Encarnado" não resistiu e , jovem cheio de força, encetou uma fuga; saltou da janela do primeiro andar da sala de audiências para a rua. Naquela fuga, desarmado, foi perseguido por um agente da PSP que logo lhe fez fogo com a arma de serviço, atingindo-o na coluna vertebral e quando ia de costas para o agente. Resultado, o réu ficou de cadeira de rodas para a vida inteira, pois bala atingira-lhe a medula. E ao policia, o que lhe aconteceu? Nada ! Continuou a fazer o seu serviço pelas ruas da então vila. O povo olhava-o com desprezo, pois o sentimento comum era o de que não se podia fazer aquilo a um homem. E se fosse hoje? Ficaria impune aquele tipo de conduta? Responda quem souber.
Bom dia. Julgo saber a quem me estou a dirigir (ainda que possa ser uma suposição errada). Começo pela parte final. É do meu tempo, sim... (gostaria de ser mais novo, mas isto é como é). Lembro-me muito bem de subir as escadas em direção ao primeiro andar na chamada Rua da Jopal. E lembro-me do episódio que deixou Arnaldo Esperança paraplégico. Que resultou de uma fuga, depois de ter agredido um polícia, muito perto do consultório do Sr. Francisco Godinho. Estive a aferir os detalhes com o meu pai, que conserva, felizmente, a memória. O "Encarnado" não ficou paralítico durante a fuga do tribunal. Que viria a terminar no "Monte do Abílio", onde foi capturado. O epsiódio teve detalhes pícaros, que não vale a pena aqui reproduzir.
Não defendo, enquanto cidadão, uma justiça secreta e discricionária. Era só o que faltava. E uma coisa que sempre me causou perplexidade foi o silêncio em torno dos chamados "tribunais plenários" e nunca ninguém ter sido chamado a prestar contas ante esse simulacro de justiça. O que me deixa pouco à vontade é o (exagerado?) mediatismo da justiça e, sobretudo, a lentidão em torno dos processos. Acredite que tenho casos pessoais para relatar. Um abraço e espero encontrá-lo por Moura.
A pergunta do "responda quem souber " não era para o autor do blog, pessoa que muito respeito e admiro pelo seu já longo percurso pessoal, académico e profissional. Honra o Alentejo e, ultimamente, deu vida plena e brilhante a um local que o povo considerava, injustamente, um mero " lugar de mortos ilustres". Concordo plenamente com o último comentário. Sucede que a a história que me relataram, via oral, é a que consta do primeiro comentário; no entanto, ainda vi diretamente os seus protagonistas e, para um jovem, a marca da violência e injustiça do sistema estava num dos intervenientes, de cadeira de rodas , atingido por um disparo pelas costas.
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