A imagem anda pela net. Diz muito do que são as intenções do patronato mais retrógrado. E diz muito do que são as intenções do Governo.
Vale a pena ler, na íntegra, os textos de Ana Sá Lopes e de Ricardo Paes Mamede, no "Público".
Escreve a primeira:
O regresso da peste grisalha e o coro indignado da amamentação
Como se o Governo não estivesse já a ser bastante bondoso com as organizações empresariais – facilitando mais nos contratos a prazo e banco de horas, por exemplo – vem agora a CIP pedir que seja legalizado o direito a despedir os velhos. Ou mais velhos, vá lá. É uma forma alternativa de combate à “peste grisalha”. Como o Expresso noticiou, a CIP quer poder despedir quem quiser com o argumento da “renovação do quadro das empresas”. Os direitos dos trabalhadores com mais anos de casa ou mais idade são atirados ao lixo. A renovação pela renovação, e não a estratégia, tornou-se um mantra nos nossos dias. Se o Governo ceder aos patrões, podemos dizer que finalmente atingimos a excelência da sociedade americana – zero direitos laborais.
Diz o segundo:
Trabalhadores descartáveis como modelo de desenvolvimento
Os mesmos que se dizem defensores da juventude e garantem querer combater a dualização do mercado de trabalho (ou seja, a diferença de direitos entre trabalhadores sujeitos a diferentes regimes contratuais) vêm agora propor medidas que agravam a precariedade precisamente entre os mais jovens. Entre 2015 e 2024, a taxa de contratos temporários entre menores de 25 anos baixou de 67,6% para 53,3%; com as medidas agora propostas é de esperar que os valores voltem a aumentar.
Ou seja, nem para velhos nem para novos. É mais para quem pode.
Junto uma imagem de Léon Blum (1872-1950). Um progressista ao qual, enquanto trabalhador, me sinto reconhecido. tivessem outros um décimo da categoria de homens como Léon Blum.
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