Hoje, o Pingo Doce abriu as portas. O chamariz de 50% de desconto, numa altura em que as famílias vivem momentos de grandes carências, resultou. Houve corrida às lojas. A polícia foi mesmo obrigada a intervir, para acalmar clientes mais ansiosos. Esta iniciativa foi uma forma de sabotar os direitos dos trabalhadores, no seu dia? Foi, claro. Nada de muito surpreendente de quem fez o que fez com a sede das suas empresas, de forma a deixar de pagar impostos em solo pátrio (v. aqui).
Lentamente, vai-se instalando na sociedade portuguesa este sentimento de impunidade no ataque aos valores da Democracia. É um permanente sentido de vingança de que não perdoou, não perdoa nem perdoará um certo 25 de abril. Diga-se claramente que chantagear trabalhadores para os obrigar a fazer uma jornada normal num dia 1 de maio é uma atitude da mais completa baixeza. E tentar desviar as pessoas de uma jornada de reflexão e luta revela o estofo moral dos promotores da iniciativa. E a verdade é simples e é esta: esta gente nunca teve, não tem nem nunca terá respeito pelos trabalhadores nem pelos mais desfavorecidos. Olhou, olha e olhará para o povo como um grupo de gente cuja única vocação é servi-los.
Acontece que, ao contrário do que escreveu o banal senhor Fukuyama, não estamos no fim da História. Muito longe disso.
O cartoon data de 1871, mas podia ser de hoje
2 comentários:
Existe uma frase, da qual eu desconheço o autor que diz:
""É com o erro humano que se consegue medir apróximadamente o infinito""
Parece bricadeira esse descaso com os cidadãos. E como é preciso, vamos às compras. No blogue a cinco tons, há vídeos que mostram o estresse vivido por todos os que foram ao Pingo Doce hoje. Quanto a foto, claro que sim! Atualíssima.
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