terça-feira, 19 de junho de 2012

DE HARAM A HALAL

A delegação vinha de um país da África Ocidental. São muçulmanos, avisara-me o diretor. Havia um convite para almoçarem connosco. Tratei de ligar para o restaurante, para evitar gaffes. Não havia problema, tinham muitas alternativas no menu que não passavam pela carne de porco.

O diretor tinha um compromisso, pelo que me coube acompanhar a delegação. No caminho, um deles recordou-me o facto de serem muçulmanos, pelo que não poderiam comer carne de porco. Respondi que não haveria problema, já estava tudo previsto. Mal nos tínhamos sentado quando chegou o proprietário perguntando o que iríamos beber. "Vou beber vinho tinto [afinal eles é que eram muçulmanos, não eu]; para os senhores o que vai ser?", perguntei eu. Vinho tinto também, foi a resposta do mais graduado, para logo a seguir acrescentar "e um prato de presunto da região, para acompanhar, pode ser?". Claro que podia. O dono do restaurante perguntava-me, atarantado e chamando-me à parte, "tem a certeza que são muçulmanos?". Claro que tinha, mas ele ficou sempre a desconfiar que tudo aquilo era uma partida que eu lhe estava a pregar...


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