Terminei anteontem uma saga de 33 anos. Um filme cujas bobinas em super-8 andaram em bolandas. Recuperei-as e consegui finalizar a montagem, respeitando o guião dos meus 17 anos. O meu primeiro (e, presumivelmente, derradeiro) filme estreou ontem. Um ingénuo documentário de 14 minutos. A tiragem foi de 30 exemplares. A distribuição é caseira.
Quero deixar o meu público agradecimento à TVM, ao Jorge Murteira, peça essencial na fase final da saga, à LSV audiovisuais, que fez milagres, e ao David Albino.
2 comentários:
Parabéns, Santiago. Um abraço.
Papoilas em julho
Pequenas papoilas, pequenas chamas infernais,
sois inofensivas?
Estremeceis. Não posso tocar-vos.
Ponho as minhas mãos por entre as chamas. Mas nada
queima.
E fico exausta quando vos vejo
estremecer assim, pregueadas e rubras como a pele da
boca.
Uma boca há pouco ensanguentada.
Pequenas orlas de sangue!
Há nela um fumo que não consigo tocar.
Onde está o vosso ópio, as vossas cápsulas nauseabundas?
Se eu pudesse esvair-me em sangue ou dormir!...
Se a minha boca conseguisse desposar uma tal ferida!
Ou os vossos licores me penetrassem, nesta cápsula de
vidro,
trazendo-me a acalmia e o silêncio.
Mas sem cor. Sem nenhuma cor.
Sylvia Plath
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