Nas tuas mãos o aroma das glicínias.
Nos meus olhos o sol de outras tardes.
O céu azul aonde pairam asas
Ou tremem, de súbitas andorinhas...
O tempo agora é um mistério claro...
Vem comigo, vem ver chegar o gado,
Vem ao passado, sem saudade, agora...
Olha o pó que ficou no ar tão calmo...
Menino sem palavras, que alegria!
Distraído de mais p´ra sermos dois...
Nas tuas mãos o aroma das glicínias.
O céu azul aonde pairam asas...
Cristovam Pavia (1933-1968) foi/é um importante poeta alentejano. Palavras de vincado bucolismo, a permanente procura da infância perdida, a omnipresença da morte. Uma poesia melancólica, e ainda melhor justamente por isso.
Cristovam Pavia nasceu em 7 de outubro de 1933. A sua existência foi marcada pela instabilidade e por crises psicológicas. A escrita reflete bem uma permanente angústia. O poeta pôs termo à vida em 13 de outubro de 1968.
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