O que se passou hoje, na Amareleja, é uma coisa inqualificável e uma perfeita selvajaria. A Câmara de Moura fez exatamente o contrário do que deveria ter feito.
Conheço muito bem este dossiê. Participei nas reuniões com a Direção-Geral do Património do Estado, contactando em 2008 o diretor-geral (Carlos Durães da Conceição) e com o subdiretor (José António Barreiros). Deixámos claro que a disposição era de pagar 60.000 euros e não os 120.000 que o Estado pedia. E assim se resolveu.
O edifício degradou-se, é certo. Depois de 2009, a Junta de Freguesia não desenvolveu nenhum projeto para o local. Uma proposta que fiz, em 2014, no sentido de se adaptar o local a picadeiro municipal, foi rejeitada de forma liminar. Nunca consegui, infelizmente, sensibilizar a entidade proprietária para a necessidade de se concertar uma solução concreta. A fachada foi piorando de condição e ficou instável.
Ora bem, o que me diz uma experiência profissional de quase 40 anos?
1. Que é necessário elaborar projetos concretos antes de demolir;
2. Derrubar sem prever o que se vai seguir é uma inconsciência e uma agressão à memória da população;
3. É imprescindível recuperar o desenho da fachada e refazer-lo no âmbito de uma adequada requalificação, com obras postas ao serviço da população.
Há ideias para o que se vai seguir?
Há algum projeto?
Ou vai ficar um buraco com uma vedação?
A Amareleja merece mais respeito por parte da Câmara de Moura. É que destruir é fácil, construir dá mais trabalho.
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