domingo, 15 de maio de 2022

O VENENO DOS TRÓPICOS

Este filme, a escolha da semana, já passou pelo blogue, há muitos anos. Muitos, mesmo. Retomo o texto, com alguns retoques:

Está tudo fora de tom. O filme (La habanera) passa-se, supostamente, em Porto Rico, mas foi rodado nas Ilhas Canárias, pouco antes do começo da 2ª Guerra Mundial. Todos os porto-riquenhos falam um alemão irrepreensível e a habanera (habanerrra, que é como eles dizem no filme) é originária de Cuba. Para além disso, repare-se no perfil nórdico da latina femme fatale do filme: alta, de pele branquíssima [Zarah Leander (1907-1981) tinha, na verdade, nacionalidade sueca], com mãos enormes e tranças à valquíria wagneriana.

O filme é um melodrama mas o resultado desta cena é mais divertido que outra coisa. Gosto, em especial, do ar xaroposo e apaixonadíssimo do homem mais velho...

Em português o título é O veneno dos trópicos e vi-o na Cinemateca há mais de 35 anos. O realizador, Detlef Sierck (1900-1987), emigrou, pouco tempo depois deste filme ter sido concluído, para os Estados Unidos. Americanizou o nome para Douglas Sirk, tendo-se tornado um reputado (reconhecido sobretudo após ter falecido...) director de filmes dramáticos.

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