quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

O FIM DO FRANQUISMO

700 dias separaram o assassinato de Carrero Blanco da morte de Franco. Era, sem retorno, o fim do regime. Depois ainda haveria Arias Navarro (1908-1989) e o penoso Boas Piñar (1918-2014). Em 2023, os fantasmas renascem. Mas o franquismo ficou, para sempre, morto na Calle Claudio Coello.

A minha avó Luzia estava num estado de saúde cada vez mais débil e fomos passar o Natal a Madrid. Terei estado no sítio - na esquina com a Calle Maldonado, a pouco mais de dois quilómetros da casa da minha avó - no dia 21 ou 22, isso já não sei dizer. De que me recordo? Da coroa de flores à beira da cratera, que já estava sem água; dos vidros partidos em todas as janelas em volta; do traço vermelho na parede que assinalava o ponto em que o carro iria passar e a explosão se deveria produzir. 





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