Aquela repartição do Estado representava um padrão que hoje já quase não existe. Para compor os salários baixos (muito mais baixos que hoje...), muitas funcionárias tinham esquemas "alternativos". Um belo dia, o diretor-geral abriu um armário, para ser submergido por uma avalanche de caixas de soutiens. Uma das trabalhadoras tinha um micro-negócio de roupa interior e era ali o seu micro-armazém.
A melhor história desses tempos é, porém, a da senhora que trouxe para viver com ela o pai, até ali um pequeno agricultor da serra algarvia. Um belo dia, ao chegar a casa, foi confrontada com um aviso "Gertrudes, tens de ver aquela manteiga que tens no frigorífico... Untei com ela um papo-seco e acho que está rançosa". Lá tinha à vida um boião de creme Avon, com que a senhora melhorava o fim do mês.
Era uma Lusitânia de baixos recursos, a daquele tempo. Mas tinha toques e tiques que hoje já não existem. Tinha coisas mais divertidas, isso é certo...
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