O Luís Pavão ligou-me uns dias antes, porque ia fazer uma visita à exposição LISBOA FRÁGIL, para amigos ligados às arqueologias e a Mértola. Bom, eu não sabia mesmo que ele tinha sido tarefeiro do Museu Nacional de Arqueologia em 1979. Mas lembro-me bem de quando o conheci, em setembro de 1983, no Campo Arqueológico.
Foi uma visita extraordinária, simples e sensível. Que começou com a explicação de como arrancou, com o Mário Pereira, o projeto Tabernas de Lisboa. As fotografias são um testemunho de elevada qualidade e de grande valor histórico. Aquela cidade já não existe. Muitas coletividades sucumbiram, as pessoas morreram ou mudaram de sítio, o comércio de bugigangas tomou conta dos bairros populares.
Seguimos o Luís, num explicação sobre o que foi feito em cada altura, num discurso pontuado de episódios pícaros (o guarda-noturno que não levava a pistola, porque tinha medo que lha roubassem; o homem que deixava a esposa em casa e ia dançar com uma amiga para o salão de baile e foi denunciado por uma fotografia; os donos das tabernas que pensavam que eles eram das finanças; o rebanho passando mesmo junto ao antigo Estádio de Alvalade) e que não se repetirão. Ali, já não há povo. E aquela Lisboa, era uma vez...
(a fotografia de baixo foi feita no Ginásio Clube de Alfama, que já não existe).
Exposição no Museu de Lisboa, até 23 de março.
https://museudelisboa.pt/pt/nucleos/palacio-pimenta
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