segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

MINHA TERRA

Florbela Espanca, ontem à noite, no regresso a casa, depois da chuva e no silêncio de uma Moura adormecida. Eram 00:25:53, segreda-me o telemóvel. 


A. J. Emídio Amaro

Ó minha terra na planície rasa,
Branca de sol e cal e de luar,
Minha terra que nunca viu o mar
Onde tenho o meu pão e a minha casa...

Minha terra de tardes sem uma asa,
Sem um bater de folha... a dormitar...
Meu anel de rubis a flamejar,
Minha terra mourisca a arder em brasa!

Minha terra onde meu irmão nasceu...
Aonde a mãe que eu tive e que morreu,
Foi moça e loira, amou e foi amada...

Truz... truz... truz... Eu não tenho onde me acoite,
Sou um pobre de longe, é quase noite...
Terra, quero dormir... dá-me pousada!


Sem comentários: