Poupem-me, por favor!
Não digam à minha frente que “regredimos” nos últimos 50 anos. Porque não é verdade. Porque é um argumento que não tem ponta por onde se lhe pegue. Infelizmente, o desconhecimento, a ignorância e a falta de escrúpulos são terreno fértil para os oportunistas mais descarados e sem pingo de vergonha. Vamos a números (oficiais):
Taxa de analfabetismo
1971 – 26%
2021 – 3%
Despesa do Estado com a Saúde
1970 – 2,4% do produto interno bruto
2020 – 10,6% do produto interno bruto
Médicos por 100.000 habitantes
1970 – 94
2021 – 564 (seis vezes mais)
Bibliotecas municipais
1974 – 66 (não incluindo Rede Gulbenkian, que era de iniciativa privada)
2021 – 303
Estabelecimentos de ensino básico 2º. e 3º ciclos e secundário
1971 – 1833
2021 – 3587
Número de estudantes no ensino superior
1971 – 49.500
2021 – 433.000
Taxa de mortalidade infantil
1971 – 52 por mil
2021 – 4 por mil
Esperança de vida
1971 – 66 anos
2021 – 82 anos
Taxa de cobertura de esgotos (redes ao domicílio)
1971 – 17%
2021 – 86%
Taxa de cobertura de rede de águas ao domicílio
1971 – 40%
2021 – 96%
Num curto espaço de tempo, entre 1975 e 1990, os níveis de atendimento da população com serviços de águas e esgotos passam de 40% e 17%, respetivamente, para 80% e 62%.
Poderíamos continuar: poderia falar do número de gimnodesportivos, da prática desportiva, dos equipamentos culturais, do ensino da música, da investigação científica, da qualidade das publicações universitárias, do papel do poder autárquico em todo este processo etc. etc. Poderia falar, e detalhar, a melhoria das condições de vida das pessoas. Em resumo, Portugal deixou de ser o cantinho provinciano e atrasado da Europa para passar a ser um País desenvolvido. Com muito para corrigir e para melhorar? Certamente que sim, mas não por aqueles que dizem que “regredimos” e que representam o desejo de regresso ao passado.
Viva o 25 de abril!
Viva a Democracia!
Viva a Liberdade!
Crónica publicada em "A Planície"
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