terça-feira, 2 de abril de 2024

ERA UMA VEZ O FASCISMO

Poupem-me, por favor!

Não digam à minha frente que “regredimos” nos últimos 50 anos. Porque não é verdade. Porque é um argumento que não tem ponta por onde se lhe pegue. Infelizmente, o desconhecimento, a ignorância e a falta de escrúpulos são terreno fértil para os oportunistas mais descarados e sem pingo de vergonha. Vamos a números (oficiais):

 

Taxa de analfabetismo

1971 – 26%

2021 – 3%

 

Despesa do Estado com a Saúde

1970 – 2,4% do produto interno bruto

2020 – 10,6% do produto interno bruto

 

Médicos por 100.000 habitantes

1970 – 94

2021 – 564 (seis vezes mais)

 

Bibliotecas municipais

1974 – 66 (não incluindo Rede Gulbenkian, que era de iniciativa privada)

2021 – 303

 

Estabelecimentos de ensino básico 2º. e 3º ciclos e secundário

1971 – 1833

2021 – 3587

 

Número de estudantes no ensino superior

1971 – 49.500

2021 – 433.000

 

Taxa de mortalidade infantil

1971 – 52 por mil

2021 – 4 por mil

 

Esperança de vida

1971 – 66 anos

2021 – 82 anos

 

Taxa de cobertura de esgotos (redes ao domicílio)

1971 – 17%

2021 – 86%

 

Taxa de cobertura de rede de águas ao domicílio

1971 – 40%

2021 – 96%

Num curto espaço de tempo, entre 1975 e 1990, os níveis de atendimento da população com serviços de águas e esgotos passam de 40% e 17%, respetivamente, para 80% e 62%.

 

Poderíamos continuar: poderia falar do número de gimnodesportivos, da prática desportiva, dos equipamentos culturais, do ensino da música, da investigação científica, da qualidade das publicações universitárias, do papel do poder autárquico em todo este processo etc. etc. Poderia falar, e detalhar, a melhoria das condições de vida das pessoas. Em resumo, Portugal deixou de ser o cantinho provinciano e atrasado da Europa para passar a ser um País desenvolvido. Com muito para corrigir e para melhorar? Certamente que sim, mas não por aqueles que dizem que “regredimos” e que representam o desejo de regresso ao passado.

 

Viva o 25 de abril!

Viva a Democracia!

Viva a Liberdade!


Crónica publicada em "A Planície"


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