sexta-feira, 6 de setembro de 2024

LXVIII - CRÓNICAS OLISIPONENSES: A GRAVATA

8:55: cruzamento da Calçada do Cascão com a Rua do Paraíso.

Tenho visto muita coisa por estes lados. Encontrar uma gravata no chão, com nó ainda por desfazer, é um facto inédito. Ao lado, e apesar da hora matutina, o restaurante da esquina preparava a abertura. Os funcionários são asiáticos e mal falam português. Para dar o toque nacional, as colunas debitavam, bem alto, o Toda a noite hmmm hmmm, do Toy.

À entrada, uma senhora pergunta-me pela Igreja de Santa Engrácia. Veio de Angola e quer ir rezar e cumprir uma promessa. Explico que não é ali. Que há duas igrejas com o mesmo nome, separadas por 750 metros (raio de ideia, não é?), e que a ela quer é a outra. Aponto o caminho e ela parte, com um ar pouco convencido.

Se o Woody Allen sabe que estas ruas existem, ainda faz um filme sobre Lisboa...


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