E agora, durante uns meses - até março de 2025 - alguns materiais provenientes das escavações arqueológicas no Convento do Carmo, em Moura, vão estar expostos no Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa.
Um trabalho notável das colegas Rute Silva e Vanessa Gaspar. Deixando de lado outas questões, a complexa realidade arqueológica do sítio merecerá bem uma monografia, a matizar com a informação histórica.
Coisas interessantes que resultaram da conferência de apresentação e que me mereceram reflexão:
* a presença de um sítio islâmico, que certamente corresponde a uma munya;
* toda a encosta a norte do castelo deverá ter tido pequenas hortas, de que parecem ser evidência a moeda de Hisham II e as cerâmicas encontradas na zona do Sete-e-Meio;
* todo esse espaço terá beneficiado das fontes do castelo, que viriam, muito mais tarde, a ser objeto de documentos de divisão da água;
* os três silos localizados têm uma capacidade de armazenamento de 7.300 litros, pelo que seria interessante ver qual a área necessária para garantir essa produção (talvez isso desse uma perspetiva sobre a dimensão da munya e pudesse dar pistas, um dia, para a origanização fundiária em toda esta zona)
* não por acaso, é aí que o Convento do Carmo se instala, muito pouco tempo após a Reconquista.
Um belo conjunto de peças a ver, e um trabalho de arqueologia a seguir.
Sem comentários:
Enviar um comentário