O barulho era mais que muito e não valia a pena tentar conversar... As luzes projetadas nas paredes do lado oposto iam dando uns efeitos engraçados. Fui usando o telemóvel, enquanto não chegou a beleza do silêncio.
A mudança rápida das cores nas paredes evocou-me a série de telas que Claude Monet dedicou à Catedral de Ruão. A manipulação da luz fazia-se ao vivo, sem photoshop, apreendendo as reverberações da cor.
De Ruão ao Sobral da Adiça são 1434 quilómetros. Tão distante como o que separa a genialidade de Monet e a banalidade de uma brincadeira feita num recinto de festa.
A mudança rápida das cores nas paredes evocou-me a série de telas que Claude Monet dedicou à Catedral de Ruão. A manipulação da luz fazia-se ao vivo, sem photoshop, apreendendo as reverberações da cor.
De Ruão ao Sobral da Adiça são 1434 quilómetros. Tão distante como o que separa a genialidade de Monet e a banalidade de uma brincadeira feita num recinto de festa.
Ronda de los colores (Gabriela Mistral)
Azul loco y verde loco
del lino en rama y en flor.
Mareando de oleadas
baila el lindo azuleador.
Cuando el azul se deshoja,
sigue el verde danzador:
verde—trébol, verde—oliva
y el gayo verde—limón.
¡Vaya hermosura!
¡Vaya el Color!
Rojo manso y rojo bravo
—rosa y clavel reventón—.
Cuando los verdes se rinden,
él salta como un campeón.
Bailan uno tras el otro,
no se sabe cuál mejor,
y los rojos bailan tanto
que se queman en su ardor.
¡Vaya locura!
¡Vaya el Color!
El amarillo se viene
grande y lleno de fervor
y le abren paso todos
como viendo a Agamenón.
A lo humano y lo divino
baila el santo resplandor:
aromas gajos dorados
y el azafrán volador.
¡Vaya delirio!
¡Vaya el Color!
Y por fin se van siguiendo
al pavo—real del sol,
que los recoge y los lleva
como un padre o un ladrón.
Mano a mano con nosotros
todos eran, ya no son:
¡El cuento del mundo muere
al morir el Contador!
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