Havia bichas em toda a parte: no Mosteiro dos Jerónimos, no Museu Nacional de Arqueologia, no Padrão dos Descobrimentos, no Museu de Marinha, nos Pastéis de Belém... Da Torre de Belém vinha uma chusma de turistas.
No meio está, abandonado, o Museu de Arte Popular. Tem três exposições: uma de M.C. Escher, outra sobre a agricultura lusitana, outra ainda sobre os projetos a concurso para o Museu da Resistência, a instalar no Forte de Peniche. Não é aqui o sítio para as comentar. A primeira tinha alguns visitantes, as outras estavam desertas. O público passa ao lado e nem se dá conta que o sítio existe. Existe pouco, entalado entre contentores de lixo, carros estacionados aos magotes, ervas no passeio e um ar triste e de descuido. A arquitetura em si não é muito estimulante, um edifício no mais puro "português suave", da autoria de António Reis Camelo e João Simões, dois dos expoentes do género. Hoje, contudo, o "português suave" nem é o problema, na sua naïveté fora de época... Falta o resto, faltam uma lógica e uma programação para aquele espaço, bem amplo e com todas as condições para ser um sítio vivo.
O Museu de Arte Popular ficou congelado e morto. Um esquife, sem príncipe encantado.
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