Uma das coisas engraçadas daquele período foi a necessidade, imperiosa, absoluta, obrigatória, de levar a Cultura ao Povo. A bem ou a mal. Generosamente, mas nem sempre com os melhores resultados.
Foi o que aconteceu na Amareleja, no verão de 1975. Levava-se à cena O dispensário (Hall of healing), de Sean O'Casey. Iria jurar que Sean O'Casey não é a melhor opção como entrada… Mas a peça era essa.
O melhor momento foi quando o António entrou em cena, de cachecol e sobretudo. E proclamou, de seguida "que frio que está! gela-se lá fora!". O público desatou às gargalhadas, coisa pouco própria numa cena dramática. O proóprio António não percebeu que se passava, até olhar para os pés. A roupa invernal estava perfeita, mas contrastava, com violência, com as sapatilhas de enfiar no dedo, que ele se esquecera, no nervosismo do momento, de trocar pelas botas...
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