sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PAVILHÃO DAS CANCELINHAS (AMARELEJA)

Pavilhão das Cancelinhas - simulação


PAVILHÃO DAS CANCELINHAS (AMARELEJA)

O início da obra de reabilitação da antiga escola primária das Cancelinhas, na Amareleja, tem sido pretexto para um ataque continuado à Câmara Municipal e, em especial, ao atual  presidente, que foi, desde 2008, um dos principais protagonistas neste processo. Tal ataque, feito, como convém a alguns, com um misto de falsidades e meias-verdades, é vantajoso para quem de trabalho de fundo e com perspetivas de futuro pouco tem a apresentar.

Vejamos, em 10 pontos, a realidade deste projeto:

1. O projeto do pavilhão é uma imposição da Câmara de Moura. FALSO. O projeto foi desenvolvido pela Junta de Freguesia de Amareleja, a partir de 2008, com o apoio camarário. Quando o atual presidente da junta entrou em funções o projeto já estava concluído.

2. Este projeto foi um prejuízo para a Junta de Freguesia. FALSO. O projeto foi integralmente pago pela Câmara Municipal. O montante ronda os 60.000 euros.

3. A obra avançou para não se perderem fundos comunitários. FALSO. A obra só foi lançada a concurso em 2013, por expirar nesse ano um protocolo de cedência das instalações à junta, e uma vez que o espaço das Cancelinhas é propriedade camarária. Obviamente, enquanto a Junta ocupou o espaço, e ante a oposição do atual presidente da junta não havia condições para se avançar. Gostava de saber qual foi a fonte autorizada que produziu tal afirmação ou onde é que algumas mentes pouco iluminadas foram buscar a ideia de uma obra que tem de avançar à pressa por causa de dinheiros comunitários...

4. A obra está a ser integralmente paga pela Câmara Municipal. VERDADEIRO. Duas ideias a este respeito: primeiro, este investimento (750.000 euros só para a fase em construção) prova que não há qualquer discriminação em relação à Amareleja; segundo, a candidatura para financiamento que apresentámos permitirá um apoio importante, em caso de aprovação. Mas a obra será concluída em 2015, com dinheiros comunitários ou sem eles.

5. O espaço é pequeno para a Feira do Vinho. VERDADEIRO e FALSO. Para a feira em si, o espaço é suficiente. O que tem acontecido é a transformação de cerca de 1/3 da tenda em sala de espetáculos, durante os dias da feira. O futuro modelo de funcionamento passará pelo uso da sala principal como local de exposições e pela criação de um espaço temporário para animação musical.

6. O pavilhão é um caixote e um mamarracho. FALSO, na minha opinião. O arquiteto Vitor Mestre é um nome de grande prestígio na arquitetura portuguesa, com intervenções de elevada qualidade. Poder ccontar com a colaboração dele neste projeto na Amareleja é, para todos nós e em especial, para a nossa vila, uma oportunidade única. Quando a obra estiver concluída, poderemos constatar isso mesmo.

7. O edifício não permite a prática desportiva com público. VERDADEIRO. Uma coisa é um pavilhão como este, que permite uma multiplicidade de usos. Outra, bem diferente, é a construção de um gimnodesportivo com bancadas. A “simplicidade” do multiusos custa 750.000 euros. Um gimnodesportivo, com as exigências da atual legislação, ficaria acima de 2 milhões de euros. E para esse investimento não temos capacidade.

8. Aquele projeto poderia ter sido transferido para a Fábrica. FALSO. Do ponto de vista técnico, o projeto foi desenhado para aquele local. A sua “transferência” para outro local implicaria um novo projeto. E mais dispêndio de dinheiro.

9. Na Fábrica caberia o multiusos e muito mais. VERDADEIRO. Conheço muito bem o processo da Fábrica. Fui eu quem negociou, com o então Diretor-Geral do Património do Estado, Durães da Conceição, a aquisição do edifício. A Fábrica está apta para receber vários equipamentos. É só uma questão de capacidade financeira. E é só fazer contas. Estimando-se em 800/900 euros o metro quadrado de construção, basta uma simples máquina de calcular para nos dar os números. Um pavilhão com 750 m2? 750.000 euros. Um gimnodesportivo com 65x40 m. de área coberta? Acima de 2 milhões de euros. Um museu etnográfico, com 600 m2? Um pouco acima de 500.000 euros, sem considerar a montagem da exposição propriamente dita. Mandar umas bocas numa roda de amigos é fácil. Concretizar obras é bem mais difícil…

10. O pavilhão é uma inutilidade e uma afronta para a Amareleja. Obviamente FALSO. O pavilhão terá uso continuado ao longo do ano. Servirá para Feira do Vinho, para apoio à prática desportiva do Grupo Desportivo Amarelejense, para a Comissão de Festas e para todo o tipo de eventos que se queiram organizar. Não é afronta ou desafio a ninguém e representa um dos maiores investimentos em curso no concelho.


Ao contrário do que alguns possam pensar, não considero o avanço desta obra uma vitória sobre a Junta da Amareleja ou sobre o seu presidente. Não é assim que vejo as coisas. O pavilhão não é uma derrota para ninguém. Estou feliz por, na qualidade de autarca e de descendente de amarelejenses, ter podido dar o meu empenhado contributo a este processo. Considero-o uma mais valia para a Amareleja e para o concelho no seu todo. O tempo, disso estou certo, me dará razão.

Texto publicado hoje, em "A Planície".

2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor presidente boa tarde
Diga me só uma coisa ...
Uma vez que quer servir o bem da população da Amareleja , porque não quis o senhor ouvir a opinião dos Amarelejenses quanto a localização do pavilhão multiusos ?
MV

Santiago Macias disse...

Caro MV, boa tarde

Hoje de manhã estiveram no meu gabinete dois amarelejenses que queriam saber quando é que o pavilhão estaria pronto a ser utilizado. Esse interesse deixa-me contente.

Quem escolheu a localização do pavilhão foi a Junta de Freguesia, em 2008. Não podemos é alterar projetos cada vez que mudam os protagonistas. As razões estão explicadas no meu texto.

Fazer plebiscitos a propósito de tudo e de nada não está no meu estilo de trabalho. Recordo que em 2006/2007 havia quem contestasse o local da central fotovoltaica e também quisesse uma consulta à população...

Cumprimentos
SM