domingo, 17 de maio de 2020

STARDUST MEMORIES Nº. 34: O VELOCÍMETRO DO AUSTIN

E já que se fala em normalização, aqui vão coisas antigas e fora das normas.

O meu tio comprou um Austin 1300 em setembro de 1971. Na altura, os carros eram todos diferente uns dos outros. Aquele modelo tinha um detalhe inesquecível: o velocímetro não era como os outro. Não havia ponteiro. Uma fitinha vermelha (1) avançava da esquerda para a direita indicando a velocidade a que se circulava.

Havia também uma patilha (2), para "puxar o ar". Ou seja, diminuia-se o volume de ar na combustão, o que impedia que o carro "fosse abaixo", enquanto estava frio (o meu amigo ALR não esperava tanta sapiência...). O que me faz lembrar um episódio ocorrido em 1972 ou 1973, cuja veracidade não posso atestar.

In illo tempore, os carros podiam circular no centro de Moura nos dias da festa. Num sábado de manhã, uma senhora levava o seu Austin Rua da Jopal fora. Ao aperceber-se que havia um magote de homens na esquina do Prazeres, e temendo deixar o carro morrer e ouvir uma risota, resolveu aplicar "medidas de emergência". Ou seja, ao aproximar-se do cruzamento, puxou a partilha do ar e acelerou ligeiramente. Bom, ela achava que tinha sido ligeiramente. O barulho do motor aproximou-se do de um Boeing 707 no momento da descolagem. O que provocou um fingido pânico no grupo masculino, que se escondeu rapidamente, enquanto um gritava FUUUJAAAMMM. A ser verdade, terá sido um daqueles casos em que a emenda foi pior que o soneto.

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