Trabalhei em duas câmaras municipais (Moura e Mértola), tendo sido em ambas chefe de divisão e, mais tarde, presidente de uma delas (Moura ❤). Duas pequenas câmaras não representam, decerto, a totalidade do País. Mas...
Quando vim trabalhar em Lisboa, encontrei muitas vezes aquela atitude sobranceira "ah, pois! essas câmaras da província...". Muitas vezes sorri ao pensar na superior preparação técnica de muito boa gente nas câmaras onde estive (falo, especificamente, nos domínios da contabilidade, da contratação, da tesouraria, dos recursos humanos, no domínio dos fundos comunitários...). Davam/dão 10-0 em muito pavão com quem me tenho cruzado, ao longo da vida, no Poder Central.
As recentes declarações da Presidente do Tribunal de Contas são típicas do eixo upper-class que domina, há muitas décadas, a sociedade portuguesa. E que do País conhece Lisboa, Porto e Coimbra e os resorts algarvios. Há muitas falhas nas autarquias? Muitas, seguramente. Mas é melhor olharem para os grandes "esquemas" na sociedade portuguesa. Nem Sócrates, nem Salgado, nem Oliveira e Costa, nem Rendeiro, nem... nem... nem... foram autarcas.
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