Vivemos, de facto, em dois países diferentes. Orlando Ribeiro escreveu-o há muitos anos, mas ainda não parei de me surpreender com essa realidade. E não consigo descrever o ar de espanto/desconfiança com que o nógado levado de Mértola foi recebido numa aldeia do centro de Portugal. "São castanhas?", "As folhas da laranjeira também são para comer?" e por aí fora.
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É claro que sou perdido por nógado e acho as mãos de quem cozinha e faz doces verdadeiramente mágicas e milagrosas.
O livro Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico teve a sua primeira edição em 1945. Explica de forma clara e elegante porque é que há um Portugal do Sul e outro do Norte. O autor, Orlando Ribeiro (1911-1997) foi figura de primeiríssimo plano do século XX português. Ainda me lembro dele, já jubilado, percorrer os corredores da Faculdade de Letras em passo rápido. Escrevia primorosamente e era um notável fotógrafo. Nunca falei com ele, porque me faltou o descaramento que sobrou às minhas colegas Ângela Luzia e Paula Amendoeira.
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O livro a que me refiro, e que devia ser de leitura obrigatória no liceu, é uma edição da Sá da Costa. Custa a bagatela de 16,75 €. Está disponível no site www.wook.pt.
2 comentários:
Ai ai que tentação, a gastronomia alentejana deixa-nos sempre com agua na boca.
Acho que para os meus anos me vou oferecer o album ilustrado, ediçao de 1993 da Sa da Costa.
Nunca li "Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico" integralmente.
Lembro-me no entanto que a minha professora de geografia do Liceu Nacional de Queluz nos dava por vezes excertos deste livro para comentar, analisar ou comparar.
Quanto à historia do Nogado, lembra-me outra de alguém da minha familia que olhando para um tabuleiro mimosamente composto com sushis e sashimis me perguntou "Isto tempera-se com quê ?"
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