domingo, 12 de agosto de 2012

O ALQUEVA E MAIS O TURISMO E MAIS O PNPOT E MAIS O PROT E MAIS O POAAP E MAIS O PROZEA E MAIS ESSA COISADA TODA

O recente e clamoroso falhaço do projeto Roquette para o aproveitamento turístico da barragem de Alqueva provocou um mar de opiniões, de reportagens, de declarações e de tomadas de posição (não faltou, por via do inefável Zorrinho, o habitual pedido de uma audição ao ministro da economia, à CGD e aos promotores do projeto).

Objetivamente falando, são péssimas notícias para a região e lançam sombras e dúvidas sobre projetos futuros. O Diário de Notícias recordava que, do que José Socrates anunciou, em 2008, nada passou do papel. Ou quase nada, se descontarmos um hotel concretizado em Montemor-o-Novo, que não é exatamente ao lado da barragem de Alqueva. Eram 1.800.000.000 euros. Eram, que não foram.

Na altura, fomos fustigados, na Câmara de Moura, com críticas, por causa das coisas maravilhosas que iam acontecer nos outros concelhos. Nada aconteceu, em parte alguma.

E dificilmente acontecerá o que quer que seja. Se persistir uma lógica de resort, se continuarmos a ancorar projetos em campos de golfe (golfe com temperaturas a roçar o negativo no inverno e a passar os 40º no verão?), se insistirmos nos mega-investimentos, se acharmos que o aeroporto de Beja vai alimentar esse turismo e que assim o turismo se tornará uma mola para a riqueza da região, a conclusão é simples: nada aconteceu e nada acontecerá.

Pior ainda: somos capazes de levar semanas infindáveis a discutir os termos de referência e mais uns meses largos a debater regulamentos, os quais se enchem de detalhes e subtilezas indecifráveis, a burilar artigos e a sopesar cartografias. E depois, o que acontece? Nada. Nada de nada. A frustração de quem, numa autarquia, queira, a este nível fazer coisas simples e práticas esbarra numa legislação (perfeitíssima, já se sabe...) que é um verdadeiro emaranhado filosófico.

Assim não vamos lá. E estes falhanços, por ocorrerem noutros concelhos, não me enchem de júbilo nem me fazem esboçar sorrisos de troça. Ao contrário, deixam-me preocupadíssimo.

 

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