Temos, continuamos a ter, um império por descobrir, por estudar e por exorcizar. O Padrão dos Descobrimentos tem uma magnífica exposição sobre o império colonial e sobre as suas múltiplas visões. Esteve em exibição um importante documentário de Ariel de Bigault sobre os nossos fantasmas. Neste último, gostei em especial da entrevista a Faria de Almeida (n. 1934) e a história do seu dramático Catembe (1964).
Apresentam-se fotografias extraordinárias - olhando para elas pensei muitas vezes no que ainda falta fazer, nesse domínio -, sempre vistas a partir de cá. É a nossa visão sobre a realidade deles. Uma das imagens mais expressivas é a da visita do Ministro das Colónias à Guiné, em meados dos anos 30. De ar triunfal, rodeado de corpos seminus (com uma separação masculino/feminino que talvez resulte da encenação), o governante acena à "espontaneidade". A essa, de Elmano Cunha e Costa, junto outra, de início do século XX, com uma multidão alinhada debaixo de dois poilões.
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