Ante públicas denúncias sobre o estado de ruína do Convento do Carmo, já começou a choradeira sobre as culpas do Poder Central (e esperem que ainda vai sobrar para a CDU e para 2017 e para mim e para sabe-se lá mais o quê...) e sobre a tristeza e a amargura etc.
Muito claramente, sobre esta matéria, recordo o que já escrevi e reafirmo:
Desde outubro de 2017, com o PS à frente da Câmara, o processo do Convento do Carmo tem sido um desvario. Foi desenvolvido um projeto para um hotel de cinco estrelas, que previa a construção de anexos e obras profundas no subsolo. Ao tomar conhecimento do projeto, pensei “isto vai dar problemas”. Porquê? Porque espaços ligados a conventos têm sempre cemitérios, normalmente com muitas centenas de corpos. Estes trabalhos arqueológicos são, por norma, demorados e caros. Antes de se avançar para um projeto desta dimensão conviria olhar o terreno, estudar as suas condições específicas, consultar os técnicos e só depois decidir. Fez-se o contrário.
A culpa não é da arqueologia nem dos arqueólogos. A culpa é de um executivo camarário (presidente e vereadores PS) sem preparação nem conhecimentos. A impreparação custa cara.
Depois de tantos anos envolvido na reabilitação urbana de Moura, tudo isto me causa uma pena imensa. Ainda por cima, com a convicção que com outra equipa à frente da Câmara teria havido trabalho e resultados. Tal como aconteceu no passado. Com menos folclore, menos Domingão, mas mais concretizações.
Portanto:
A culpa não é dos arqueólogos;
A culpa não é dos técnicos;
A culpa não é do Departamento Técnico;
A culpa não é do(s) governo(s);
A responsabilidade total deste imbróglio é da mais absoluta incompetência das equipas autárquicas do PS que, desde 2017, estão à frente do nosso concelho.
Um certeza. Com uma Câmara CDU (fosse o presidente o André, o José ou o Santiago) isto não aconteceria. Tenho provas do que digo. Ponto.
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