Ao passar esta tarde pelo Quai de Gesvres deu-me o coração um baque. Daqueles que já só dão raramente. Estava à venda uma velha revista, que tinha na capa o grande duo Nelson Eddy e Jeanette MacDonald. Só os que têm mais de 45 anos compreenderão o significado profundo da minha angústia. Que é a mesma de muitos da minha geração. As tardes de domingos dos nossos tempos de infância eram, periodicamente, assombradas pelos filmes de Nelson Eddy e Jeanette MacDonald. As nossas mães gostavam imenso, porque choravam imenso com aquelas histórias muito tristes, a puxar ao sentimento e com canções xaroposas à mistura. Os filmes eram pior que o "Deus me livre", ele sempre vestido com aquelas fardas da Real Polícia Montada do Canadá e com as sobrancelhas depiladas à António Calvário, ela muito loirinha e de olhinhos apaixonados.
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O duo está hoje mais que esquecido. Mas não aposto que seja para sempre.
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