Recebi, há dias, na Câmara Municipal de Moura, um requerimento assinado por quatro deputados do CDS-PP, cujo primeiro subscritor era o honorável João Rebelo. Cada requerimento deste é disparado em 308 direções. Leia-se municípios. Bastam três ou quatro temas, mais ou menos delirantes, para justificarem a suposta "produção" dos deputados do CDS-PP. Assim se constroem reputações de tremenda eficácia...
Era intimado a responder a uma série de perguntas sobre o gatil municipal. Tais como:
Em média, quanto tempo é que um gato fica no gatil desde que entra até que sai?
Qual é a percentagem de gatos que tem como destino a adopção?
Qual é a percentagem de gatos que tem como destino o regresso aos donos?
O interrogatório incluía um setor "campo da morte":
Qual é a percentagem de gatos que tem como destino o abate?
Qual o destino das carcaças dos animais após o abate?
E ainda, duas perguntinhas ao jeito "faça lá a sua suguestão":
Considera que as condições que o gatil proporciona aos gatos são as suficientes para uma estadia nas condições previstas na Lei? (confesso a minha ignorância, mas não sabia que havia uma lei a determinar as condições que regem a estada de gatos em gatis e de cães em canis).
Considera que necessitava de mais apoio para poder proporcionar um melhor acolhimento aos gatos abandonados?
O interrogatório dispensa grandes comentários, embora tenha a agradecer momentos de boa disposição ao deputado João Rebelo. Deu-me apenas vontade de lhe perguntar se casais homossexuais podem adoptar gatos ou não. Tomei, pois, o caso com bonomia. Estamos em pleno verão, é uma época em que as pessoas se descontraem. Uns fazem sudoku, outros vão tostar-se nos areais, outros ainda fazem requerimentos sobre gatos.
Silogismo, não muito difícil:
O CDS-PP é um partido assim um pouco aristocrata; o CDS-PP tem pessoas que se preocupam com gatos; logo, o CDS-PP é um partido aristogato.
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